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27.05.2015
Tempo de leitura: 4 minutos

Bett Brasil Educar 2015 traz novidades do setor e desperta reflexões sobre o atual modelo de ensino no país

O maior evento de tecnologia educacional da América Latina, o Bett Brasil Educar, terminou no último sábado, 23 de maio. Patrocinado pela Fundação Telefônica Vivo, a edição de 2015 permitiu que profissionais educadores tivessem contato com o que há de mais moderno em termos de objetos de estudo e materiais capazes de proporcionar novas formas de aprendizado, como kits de projetos de ciências, específicos para cada série, softwares de conteúdo escolar e até projetos de robótica. Foram 170 expositores, entre instituições de ensino, empresas de tecnologia, mobiliário (incluindo brinquedos), editoras e startups.

Além da experiência com o que havia nos stands, os participantes do congresso tiveram a oportunidade de discutir temas atuais sobre educação no Brasil e no mundo por meio de palestras. Em quatro dias, foram 195 conversas, troca de experiências e exposição de ideias de profissionais ligados ao universo da educação.

Norteado pelo tema A escola de nossos sonhos: horizontes possíveis, desafios imediatos, foram discutidos diversos assuntos sobre abordagem, metodologia e papel do educador, mas o uso da tecnologia foi a palavra-chave para muitas reflexões.

Na quinta, 21, a gerente de Educação e Aprendizagem da Fundação Telefônica Vivo, Mila Gonçalves, participou do debate Como a Tecnologia Pode Contribuir Para Renovar a Educação: Por Que Precisamos Adaptar Nossas Práticas a Um Cenário Educacional em Constante Mudança?

Durante a conversa, que teve a participação do professor associado da Escola do Futuro-USP, Wolgram Marialva, do coordenador do Núcleo de Educação a Distância da Unesp, Klaus Schlünzen Junior e do diretor do LABi, Rafael Parente, Mila reforçou a necessidade de mudança no modelo de aprendizado atual, pois a sociedade está em constante transformação e acompanhar as necessidades dos alunos e buscar as melhores alternativas para tal é fundamental.

Ela apresentou quatro projetos da Fundação Telefônica Vivo, que utilizam a tecnologia como base para o conhecimento

 

 

 

 

A grande reflexão ficou por conta das mudanças no cenário educacional: antes, as crianças iam para a escola para obter informação, mas hoje elas têm acesso a uma grande variedade sem sair de casa. Isso faz com que seja necessário utilizar novos recursos e plataformas como ferramentas de aprendizado, para despertar o interesse do aluno. No entanto, é necessário que o educador esteja apto a essas mudanças também, já que as escolas continuam ensinando de uma forma considerada desatualizada pelos palestrantes.

“Na maioria dos casos, o professor não tem incentivo da escola para entender esta necessidade de mudança e buscar novas formas de aplicar o conhecimento. A geração de aprendizado é outra e por isso existe um desnível entre aluno e professor”, diz Carlos Prado, professor de pós-graduação de Tecnologia da Informação.

Carlos passou quatro anos fora das salas de aula e levou um susto ao assumir uma nova turma. “O aluno está sempre conectado e enquanto você explica ele está no celular ou no tablete buscando aquela referência que você citou. Ele te corrige, te confronta. Isso gera um conflito que não deve existir”, alerta.

Para contornar a situação e manter o controle da turma, ele teve que mudar a postura em sala e o modo de ensinar. “O jovem gosta de desafios, então passei a incluir nas minhas aulas um tempo de pesquisa para que eles buscassem novas referências e pudéssemos debater por lá. O professor tem que ser referência, se os alunos se distraem ele é desprezado e isso é péssimo. O papel do professor agora é orientar e instruir, facilitar o aprendizado e deixar que o aluno tenha o trabalho de pesquisar, entender e assimilar os assuntos”, conclui.

Além de discutir o cenário atual da educação no Brasil, a Bett Brasil Educar 2015 também teve participações internacionais, como Lorde Jim Knight, prosador do London Knowledge Lab e do Institute of Education in London, na Inglaterra, e Mina Patel, diretora do Video Conferencing for Global Learning, também no Reino Unido. Na palestra Educacao Global: rompendo as barreiras da aprendizagem, eles discutiram a importância de trocar informação entre educadores para melhorar o desempenho de todos e proporcionar novas experiências de aprendizado aos alunos, rompendo as barreiras de tempo e espaço.

Como pudemos ver, o congresso trouxe muitas possibilidades para que educadores e instituições possam aplicar em novas metodologias de ensino. Um evento rico em conteúdo, capaz de transformar o cenário de educação nacional a partir destes encontros e das discussões formadas ali.


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