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Conheça empreendimentos que usaram ferramentas digitais para potencializar sua divulgação, a comunidade e se fortalecer durante a pandemia

Ilustração traz seis pessoas desenhadas em frames com diversos estilos para representar a importância de formar comunidades e trabalhar nas redes sociais.

Segundo dados da Global Digital Overview 2020, o brasileiro passa, em média, 3 horas e 31 minutos por dia nas redes sociais, e 66% da população já têm acesso a essas mídias. Os números são bem significativos e mostram o alcance que um negócio pode ter ao marcar presença no mundo digital.

Os empreendedores que querem divulgar os seus serviços e trocar experiências com outras pessoas do ramo também encontram diferentes comunidades segmentadas sobre o assunto.

Se nas relações do cotidiano já temos grupos de família, amigos, escola e trabalho com os quais nos identificamos mais, estas comunidades digitais mais segmentadas servem como ponto de apoio para pessoas com interesses em comum se comunicarem.

Levantamento do próprio Facebook mostra que mais de 120 milhões de brasileiros participaram de grupos ativos em 2020. Na América Latina, foram mais de 380 milhões de pessoas conectadas em comunidades nas redes.

O grupo Empreendedores de Sucesso, por exemplo, está no Facebook e conta com mais de 41 mil pessoas, que diariamente realizam mais de 50 postagens sobre serviços e produtos. A página foi criada por Leandro Santana, 39 anos. Ele é representante comercial e resolveu unir quem precisa anunciar o trabalho e ampliar a rede de vendas.

“Eu queria divulgar todo o potencial neste campo e o trabalho deu certo. No grupo encontramos todos os tipos de negócios, desde quem trabalha em casa, como quem tem sua empresa, sendo um espaço físico ou digital. É uma colaboração de interesses”, comenta.

 

Superando os obstáculos da pandemia

Foi pensando em driblar a crise financeira causada pelo isolamento social que a Casa do Moinho, localizada em Recife, criou um perfil no Instagram. O objetivo é movimentar as vendas e estar próximo dos clientes.

A loja colaborativa, que reúne mais de 60 empreendedores, teve de fechar as portas temporariamente. Mas fez uma ação no perfil @casa.moinho para aproximar clientes e criadores de peças de artesanato, como roupas, quadros, enfeites, entre outros feitos pelos artesãos.

A iniciativa, chamada de “Abraçaço”, oferece um presente a quem comprar qualquer produto – pelo perfil ou pelo site – para servir como afago em tempos tão difíceis.

“Além de dar um abraço carinhoso nas pessoas queridas neste momento de distanciamento, a gente consegue manter e sustentar a economia, que poderia cair nesses meses”, explica Lisa Souza, idealizadora da Casa do Moinho.

Para ela, as redes sociais têm sido o principal atalho para chegar ao público-alvo da loja, mas também servem para confortar e fortalecer a comunidade de empreendedores afetados pela crise em consequência do coronavírus.

“Acredito que todo lugar de debate, que dá a oportunidade de as pessoas falarem de suas experiências, é fundamental. Então, os grupos são um grande suporte para isso. Também visualizo a importância de ter mais espaços colaborativos de negócios semelhantes. É muito potente quando a gente tem mais de uma pessoa falando e pensando junto”, comenta.

Trabalho valorizado

Assim como o grupo criado pela Casa do Moinho, outros tantos têm se formado nas redes para dar continuidade às interações humanas. Para muitos empreendedores, a formação dessas comunidades se tornou um importante mecanismo de apoio durante a crise.

Um deles é Suhellen Alves. Aos 32 anos, ela tem como ganha-pão a faxina, assim como várias mulheres brasileiras, Para divulgar seu trabalho, criou o  @diario.da.diarista no Instagram. “Estava mudando para o Rio de Janeiro e precisava manter minha família. Como não tenho Ensino Médio, precisava trabalhar e o que sei fazer de melhor é faxina”, explica.

O que começou como uma iniciativa para atrair clientes, logo ganhou mais espaço no mundo digital.  Com o perfil, Suhellen reuniu outras mulheres que têm orgulho da profissão e, desta forma, ajudou a valorizar ainda mais as profissionais do ramo. Hoje ela tem mais de 39 mil seguidores.

“Isso é uma coisa boa, porque mostra que fazer faxina está deixando de ser visto como um trabalho ruim ou vergonhoso”, analisa a empreendedora.

Educação empreendedora

Karine Oliveira nasceu no bairro Engenho Velho da Federação, em Salvador. Aos 28 anos, formada em Serviço Social e técnica em viabilidade econômica, tem revolucionado os negócios com um projeto de impacto social para empreendedores.

Foi em 2018, ano de estreia do filme “Pantera Negra”, que ela fundou  Wakanda Educação Empreendedora. Mas a prática do empreendedorismo surgiu bem antes, ainda quando era estudante.

A minha vida empreendedora começou na adolescência, quando comecei a vender coxinhas na escola para garantir uma renda extra. Não era por necessidade, era por vontade”, relembra.

Karine explica e “traduz” as especificidades dos negócios em uma linguagem popular, trazendo inclusive gírias regionais. Assim, trabalha para capacitar e trazer mais autonomia para que pessoas negras se tornem empresários.

“Nós queremos fazer com que essas pessoas se enxerguem como empreendedoras, o que não ocorre na maioria das vezes. Elas se veem como alguém que faz o bico, o corre, mas são muito mais do que isso”, comenta.

Desde o lançamento, o projeto já impactou mais 600 empreendimentos periféricos, sobretudo iniciativas direcionadas às mulheres negras e a comunidade LGBTQIA+.

Por conta da pandemia, desde o ano passado, todas as atividades da Wakanda Educação Empreendedora estão 100% on-line e nas redes sociais. A fundadora aproveita os grupos da empresa para levar conteúdo que faça a diferença para os empreendedores.

“Tivemos conquistas muito importantes no último ano, que fizeram nossa comunidade aumentar bastante. Quem empreende, neste momento, precisa ainda mais de apoio para conseguir sobreviver. Quanto mais grupos e páginas, fazendo esse trabalho de base que ajuda muita gente, melhor”, finaliza.

Criação de comunidades impulsionam os negócios nas redes sociais
Criação de comunidades impulsionam os negócios nas redes sociais