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Saiba como foi a experiência dos professores que viajaram à Espanha para representar a educação pública brasileira no enlightED 2022!

Imagem mostra quatro professores, três mulheres e um homem, em pé, segurando a bandeira do Brasil. Ao fundo se vê um fundo azul com o logotipo do evento enlightED 2022.

“Certamente, eu trouxe na bagagem uma nova visão de mundo. Agora sei do que sou capaz”, conta a educadora Marinez Teixeira de Melo, natural de Manaus (AM). Ela foi uma das professoras que viajou até a Espanha para representar a educação pública brasileira no enlightED 2022.

O evento, que reuniu especialistas e educadores de diversos países, aconteceu nos dias 16 e 17 de novembro. Nesse contexto, três professores brasileiros foram escolhidos pela Fundação Telefônica Vivo para compartilhar suas experiências exitosas com o uso de tecnologias digitais em sala de aula. Sobretudo no ensino de Matemática.

Embora venham de regiões diferentes do Brasil, os  professores têm algo em comum: todos integram o ProFuturo — iniciativa da Fundação Telefônica em parceria com a Fundação “la Caixa) —, e trabalham os recursos com estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas públicas.

“Sem dúvida, representar minha cidade, meu estado e o país é motivo de orgulho. Isso mostra que há sim bons exemplos na educação brasileira, e que somente através dela construiremos pontes para o desenvolvimento dos nossos cidadãos”, complementa Agnaldo  Almeida, que dá aulas na cidade de Poço Verde (SE) e estava no enLighted.

Além de acompanhar a programação da conferência global, os professores participaram de uma mesa com especialistas que debateram sobre o aprendizado de Matemática. Depois, se juntaram a educadores de outros países para realizarem uma atividade prática sobre o papel do professor nesse processo.

“Quando você se depara com um conhecimento tão grande e uma troca tão rica, isso faz com que a sua vontade de inovar também aumente. Eu fui uma pessoa e voltei outra completamente diferente. A partir dessa experiência, descobri novas aspirações, objetivos e possibilidades”, resume Joselaine Castro, professora da rede municipal de Viamão (RS).

 

Conheça os três professores da rede pública que representaram a educação brasileira no enlightED 2022.

Educação brasileira sem fronteiras

Além dos aprendizados durante o evento, as descobertas começaram já no aeroporto. Até aquele momento, os três professores brasileiros não se conheciam pessoalmente e essa foi a primeira viagem internacional de Agnaldo, Marinez e Joselaine.

“Apesar de estar acostumada a viajar pelo Brasil, foi a primeira vez que me vi sozinha em um aeroporto. Lembro de me sentir perdida e insegura. Mas a sensação durou pouco, porque recebi um suporte e um carinho sem igual. Tanto da equipe da Fundação Telefônica Vivo quanto dos meus colegas, que prontamente vieram ao meu encontro. Ali nasceu uma conexão que só se fortaleceu ao longo da viagem”, conta Joselaine.

“Na verdade, parece que a gente já se conhecia de tempos passados, tamanha foi a troca entre nós três. Minhas colegas de viagem e de profissão são pessoas muito especiais, que pretendo levar comigo sempre”, complementa Agnaldo.

Mesmo com a agenda cheia, os educadores tiveram a chance de aproveitar os períodos livres para conhecer os pontos turísticos de Madrid juntos.

“Acima de tudo, vivemos uma transformação cultural. Ter a chance de conhecer outro país, outra língua, outras culturas, faz com que a gente amplie nossa visão de mundo. Foi a realização de um sonho que nem eu imaginava ser tão importante para minha vida pessoal e profissional”, concluiu Marinez.

Depois da viagem, os professores criaram um grupo de WhatsApp, que hoje usam para continuar trocando diariamente. Afinal, cada um deles que estiveram no enLighted conhece uma realidade distinta que faz parte da mesma educação pública brasileira.

 

Vencendo as barreiras da língua

Um dos maiores desafios que os educadores enfrentaram no enlightED 2022 e uma meta compartilhada entre os três foi aprender a falar espanhol. Tanto para acompanhar as palestras do evento, quanto para interagir com os outros participantes.

“As legendas das palestras eram em espanhol, foi realmente uma imersão na língua. Então, contamos com a ajuda uns dos outros para não perder nenhuma informação relevante”, relembrou Joselaine Castro.

Durante os dois primeiros dias de conferência, os professores começaram a reunir ideias sobre temas como desenvolvimento de competências digitais, inclusão digital, indicadores de aprendizagem em Matemática e letramento digital.

“Definitivamente, o enlightED se apresenta como um evento de extrema relevância para refletirmos sobre os processos educativos no mundo, especialmente no que tange os desafios e oportunidades ofertadas pela utilização das tecnologias digitais”, conclui o professor Agnaldo Almeida.

Logo depois, no dia 18 de novembro, aconteceu o workshop “A aventura Matemática sob a perspectiva de equidade e inclusão: a experiência de professores da rede ProFuturo”. Nele, o objetivo era trocar com educadores que também utilizam os recursos ProFuturo, mas em outros países da América Latina e da África.

“Ainda assim, as barreiras da língua não foram suficientes para impedir a nossa curva de aprendizagem. Fizemos um esforço para que todos pudessem compreender as ideias. Tínhamos na delegação representando a educação brasileira no enLighted a Viviane Hummes, doutora em Didática da Matemática pela Universidade de Barcelona, ela traduzia o espanhol sempre que podia. Outras coisas aprendemos ali mesmo durante a interação”, relembra Marinez Teixeira.

Educação brasileira em prol da Matemática

Por outro lado, o workshop também foi o maior destaque da experiência, segundo os professores. Especialmente porque tiveram a chance de entender mais sobre a realidade educacional de países como Angola, Peru, Colômbia, Guiné, Uruguai, México, Chile e Venezuela.

A fim de promover uma maior troca, a organização do evento dividiu os educadores convidados em grupos nos quais a única regra era não haver integrantes do mesmo país. Uma vez divididos, veio a proposta da atividade: criar um professor de Matemática ideal na zona rural e na zona urbana.

“Tivemos que idealizar diferentes perfis de professores de Matemática, os suportes que eles precisariam receber, bem como os desafios enfrentados por esses docentes hipotéticos para desmistificar a ideia de que a Matemática é um bicho de sete cabeças”, explica Agnaldo Almeida.

“De maneira geral, notamos que em todos os países existem estereótipos comuns sobre a Matemática. As crianças têm medo de aprender, pois acreditam que é muito difícil. E os professores têm medo de ensinar, porque não sentem que já possuem as competências necessárias para contextualizar esse conhecimento”, compartilha Joselaine.

Quanto às tecnologias digitais, outra conclusão tirada durante o workshop com educadores de outros países, é que poucos deles estão, de fato, familiarizados com as ferramentas tecnológicas. “Nesse sentido, a educação brasileira está avançando a passos largos. Embora também enfrentemos os mesmos desafios, percebi que já caminhamos muito no que diz respeito ao debate de intencionalidade nas práticas pedagógicas com uso de tecnologias digitais”, conclui Marinez Teixeira.

Nasce uma comunidade global

Por fim, a reunião entre os educadores do ProFuturo resultou no início de uma comunidade global. Eles foram incentivados a continuar o debate sobre os desafios e possibilidades no ensino-aprendizagem de Matemática.

Para isso, foram criados grupos em plataformas digitais, como Slack (uma ferramenta de gestão) e também no WhatsApp. Assim, os educadores podem levar as reflexões que fizeram para suas comunidades e compartilhar os resultados com os colegas.

“Concluída a viagem, os trabalhos não pararam. Criamos uma rede colaborativa que promove discussões e reflexões sobre o fazer educativo, principalmente sobre as metodologias utilizadas nos diferentes países”, conta Agnaldo Almeida.

“Quando refletimos sobre os perfis de professores durante a atividade, também refletimos sobre nossas próprias capacidades e limitações. Isso me fez voltar para minha comunidade com um olhar renovado sobre os desafios que enfrentamos”, acrescentou Joselaine Castro

Sob o mesmo ponto de vista, a professora Marinez Teixeira complementa: “Recuperei a confiança nas minhas habilidades e renovei minha determinação para fazer diferente. Meu objetivo é continuar realizando esse intercâmbio de boas práticas a fim de contribuir para uma real transformação da educação brasileira”.

Professores da rede pública representam educação brasileira em evento global
Professores da rede pública representam educação brasileira em evento global