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15.10.2021
Tempo de leitura: 6 minutos

Educação em dados: como professores podem abordá-la em sala de aula?

As competências tecnológicas vêm sendo exigidas cada vez mais no dia a dia. Saiba como os professores podem se preparar para iniciar a educação em dados aos alunos

Imagem mostra mulher utilizando um computador. Ela usa blusa rosa e parece estar em uma sala, em casa.

Estamos vivendo a era dos dados e seguimos cercados por eles: imagens, textos, vídeos, áudios e códigos circulam a todo momento e em grande velocidade. Mais do que nunca, é essencial saber interpretá-los. A educação em dados, além de orientar as empresas em decisões, por exemplo, vem sendo trabalhada na educação. E merece atenção especial dos professores.

A tecnologia está sendo incorporada às práticas docentes como estratégia de alinhamento do processo ensino-aprendizagem. Ela tem ajudado professores a implementarem hábitos mais adequados à realidade de cada estudante, despertando maior interesse e o engajamento dos alunos.

“O trabalho com dados em sala de aula pode ser iniciado de forma simples. Com a interpretação de infográficos do jornalismo, por exemplo. Nesse tipo de mídia há dados que merecem ser interpretados. As próprias reportagens trazem números de pesquisas que precisam ser estudados”, exemplifica Marcio Gonçalves, doutor em ciência da Informação e professor de jornalismo de dados.

A inclusão do letramento digital na grade curricular da Educação Básica demanda que os educadores saibam utilizar a tecnologia. E ao mesmo tempo, também entendam como transformá-la em um meio de conquistar conhecimentos e aprendizagem colaborativa.

Competências tecnológicas para professores

A Sociedade Internacional para Tecnologia em Educação (ISTE) definiu uma série de competências tecnológicas para professores. Elas estão baseadas na necessidade moderna de uso da internet de forma efetiva.

Essas competências transformam os professores em mediadores de conhecimento. Afinal, ao ensinarem os alunos a utilizarem as tecnologias, eles se tornam usuários qualificados e criativos, capazes de analisar dados e tomar decisões estratégicas autonomamente.

Principais competências digitais para educadores

• Domínio das metodologias
Saber criar e apresentar caminhos para construção do conhecimento.

• Instrumentalização eletrônica
Ter a expertise necessária para manipular equipamentos tecnológicos.

• Visão interdisciplinar
Estimular o desenvolvimento da capacidade de relacionar conhecimentos.

• Perfil pesquisador
Buscar sempre pela reconstrução do conhecimento.

• Protagonismo
Ser autor e sujeito da própria história.

• Mediação entre alunos, conhecimentos e informações
Viabilizar a autonomia do processo de aprendizagem dos alunos.

Fonte: Sociedade Internacional para Tecnologia em Educação

Educação em dados desde a infância e para todos

A educação em dados e as competências digitais já são habilidades exigidas pelo mercado de trabalho. Mas no contexto brasileiro, permeado por desigualdades sociais, a tecnologia ainda pode ser um agravante das diferenças que existem no país.

Uma pesquisa realizada em 2020 aponta que grande parte dos brasileiros ainda têm dificuldade de reconhecer notícias falsas. E o Brasil é o segundo país do mundo que mais recebe ciberataques. Nesse sentido, a exclusão digital pode dificultar o desenvolvimento de competências e de habilidades para que alunos usem a internet com segurança.

Marcio Gonçalves pontua que quanto mais cedo as crianças tiverem acesso ao conceito de ciência de dados, melhor será para o futuro.

“Os dados vêm antes da informação. Somos cercados por eles todos os dias. A necessidade agora é saber interpretar esses dados para não cair em desinformação. Muitos dados são usados para manipular pensamentos. Se a criança aprende sobre a dinâmica dos dados, da informação e do conhecimento, ela cresce mais bem preparada para lidar com o mundo”, comenta.

A pandemia de Covid-19 agravou as desigualdades e afastou ainda mais os estudantes das instituições de ensino, aumentando os índices de evasão escolar. Entretanto, com a análise e interpretação dos dados sobre esses alunos que abandonaram as escolas foi possível entender os motivos que os levaram a isso. Além de possibilitar a criação de medidas para trazê-los de volta ao ambiente educacional.

Dicas práticas
Uma série de práticas e recursos tecnológicos está disponível aos educadores para apoiar as atividades pedagógicas e o uso da tecnologia em sala de aula. Dessa maneira, o professor pode contar com ferramentas para trabalhar o tema Educação em Dados com os alunos. Confira algumas possibilidades:

● A plataforma Escola Digital oferece gratuitamente mais de 30 mil recursos digitais de aprendizagem, que proporcionam interatividade, dinamismo e inovação às práticas pedagógicas. Os conteúdos desenvolvem os professores para o uso da tecnologia em sala de aula. Além disso, contam com planos de aula e objetos digitais de aprendizagem (ODAs) alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Clique aqui e confira os planos de aula e ODAs voltados para o ensino de Ciência de Dados.

● O Jornal da Criança (JC) é uma publicação mensal que leva jornalismo real para alunos do Ensino Fundamental I. A iniciativa irá realizar, de 25 a 29 de outubro, a 2ª edição da Semana da Mídia na Escola – Jornalismo na Prática para Crianças. Viviane Zanardo, editora e fundadora, mostrará os bastidores de um jornal e as particularidades de transmitir informações sensíveis de modo adequado e inteligível para crianças. Já o professor Marcio Gonçalves, facilitador do programa Educamídia, ministrará oficinas de educação midiática. Nelas, irá ensinar desde a identificação das fontes de informações oficiais, escolhas e produção das pautas, até a edição dos textos. Os conteúdos serão disponibilizados no canal do jornal no YouTube.

Democratização da Educação em Dados

A aplicação da gestão de dados se estende a diversas situações e orienta a produção de bens, o consumo e, inclusive, a forma de aprendizagem. O uso intenso das tecnologias e o volume de informações cada vez maior permitem o atendimento de necessidades com maior eficácia. Afinal, os dados gerados por meio dos “rastros” digitais de cada usuário possibilitam entender melhor o que cada usuário procura.

No âmbito da educação, no qual fazem parte alunos de diferentes realidades, necessidades, habilidades e tempos de aprendizagem, é fundamental o mapeamento dessas particularidades. Dessa maneira, será possível aos professores definirem as melhores estratégias para que os obstáculos de aprendizagem sejam superados pelos estudantes.


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