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Saber ler e interpretar dados será fundamental para a vida profissional e pessoal. Entenda o que é fluência em dados e prepare-se desde já!

#CiênciadeDados#Educação#EnsinoMédio

Imagem mostra uma jovem negra, ela usa óculos e está olhando para a tela do computador. A imagem capta a cena por trás da moça.

Assim como dominar um segundo idioma se tornou um pré-requisito para se candidatar a uma boa vaga de emprego, ter fluência em dados tornou-se um fator essencial para quem quer se destacar nas profissões do futuro.

Em várias áreas, a leitura e a análise de dados têm sido importantes para entender e solucionar diferentes ações da sociedade. Na pandemia, a avaliação de dados colaborou para entender, por exemplo, indicadores de saúde pública em regiões com mais casos de Covid-19 e para qualificar números da educação e comparar medidas das Secretarias de Ensino. Além disso, a Inteligência Artificial permitiu utilizar robôs e serviços com inteligência emocional para aumentar a empatia com os clientes que fizeram compras pela internet.

Por isso, o Data Literacy – ou alfabetização de dados – é um conceito cada vez mais discutido e aplicado no dia a dia das empresas.

Lidar com dados é relevante e vai além do campo profissional

“Ter fluência em dados, de maneira ampla, é ter um conjunto de habilidades-chave para tomar melhores decisões, não só no futuro, mas já no presente. Além disso, pessoas que entendem os contextos e sabem validar as fontes das informações são muito mais propensas a tomar boas decisões também no âmbito pessoal”, explica Karoline Muniz, coordenadora da formação EAD Cidadãos de Dados, da Social Good Brasil, direcionada para quem deseja ser fluente em dados.

Segundo a organização, ser fluente em dados é ter a capacidade de acessar, manipular e usar esses dados para resolver problemas do mundo real a partir dos questionamentos cotidianos.

Como somos submetidos a todo tempo a uma avalanche de informações, as competências desenvolvidas com a fluência em dados aumentam no indivíduo a capacidade de gerar hipóteses e pensar de forma crítica, resolvendo problemas com base nos dados e tomando decisões embasadas por eles. O que não ocorre apenas por intuição, mas a partir de fontes sólidas.

Como a alfabetização em dados estará cada vez mais presente no nosso cotidiano, esclarecemos algumas dúvidas sobre o assunto com Karoline Muniz. Acompanhe.

Qualquer pessoa pode se tornar Data Literacy e ter fluência em dados?

Sim. Qualquer pessoa pode ser fluente em dados, porque eles não são só números. São textos, vídeos, imagens, áudios e todo tipo de informação que pode ser codificada. Dados são, inclusive, pessoas. A junção de milhões, bilhões, trilhões de informações compõem o que chamamos de Big Data – que nada mais é do que um conjunto de dados em diversos servidores. E para ter significado, é vital que haja pessoas interpretando cada um desses dados.

Acreditamos que essa é uma habilidade essencial para toda e qualquer pessoa que vive o presente – a Era dos Dados. Afinal, é o idioma essencial para o futuro do trabalho e o mundo digital.

Já estamos cercados de muitas coisas que permeiam o mundo dos dados: algoritmos que decidem o que vemos nas redes sociais, golpes na internet através de vazamento de dados, fake news, invasão da nossa privacidade de dados, gráficos tendenciosos… a lista é longa! E é exatamente por isso que todos precisam desenvolver essa competência!

Por que fluência em dados será uma das habilidades mais valorizadas para os jovens no futuro?

Porque o mundo digital está cada vez mais integrado à nossa vida cotidiana e ainda mais ao mercado de trabalho. O home office prova isso. A tecnologia e os dados abrem múltiplos caminhos e mostram que é possível ir além do óbvio.

Mas se é preocupante navegar por esse mar de possibilidades, os dados também são a bússola para mergulhar com tranquilidade. A educação em dados é essencial. Desde a escolha de caminhos para traçar até o exercício das carreiras.

Um estudo feito pelo Data Literacy Index revela que 76% da força de trabalho mundial não é alfabetizada em dados. Ou seja, a maior parte da população ainda não tem essa competência. Por outro lado, esse mesmo estudo mostra que 93% dos tomadores de decisão de negócios acreditam que essa habilidade é relevante para o seu setor e acham importante que os seus colaboradores tenham conhecimento de dados. Portanto, o que isso nos mostra é que adquirir essa habilidade é um grande diferencial para o jovem que está se preparando para entrar no mercado de trabalho.

Quais são as competências necessárias para que uma pessoa tenha fluência em dados?

É preciso adquirir as quatro competências descritas abaixo:

Ler dados: o que são dados e quais aspectos do mundo representam? Ao ler dados, você vai saber identificar e interpretar diferentes tipos de dados na sua rotina.
Trabalhar com dados: entenda como coletar, organizar, armazenar e descartar dados no seu dia a dia.
Analisar dados: já imaginou saber como formular e responder perguntas por meio de análises de dados? Você será capaz de usar vários tipos e fontes de dados como base para análises.
Argumentar com dados: saiba como defender ideias, pontos de vista e decisões baseadas em dados e evidências confiáveis. Assim, você irá contar histórias que fazem sentido, engajando o público que deseja.

Além disso, a metodologia de Educação em Dados do Social Good Brasil acrescenta mais três competências:

Tomar decisão orientada por dados: que tal refletir de forma crítica, tomar decisões e identificar ações-chave com base em dados úteis e confiáveis? A tomada de decisões assertiva é essencial no dia a dia pessoal ou profissional.
Garantir ética, proteção e privacidade de dados: compreenda o uso ético dos dados em todas as ações, promovendo a segurança e a privacidade de seus dados (e de outras pessoas).
Usar dados e tecnologias para gerar impacto positivo: aprenda a usar dados para compreender e atuar em prol de causas socioambientais.

Desenvolver essas habilidades será importante apenas para quem vai trabalhar com programação de computadores ou tecnologia?

Não. Todos nós somos dependentes de aplicativos que são base da nossa comunicação, como o WhatsApp, o e-mail e as redes sociais. Vivemos na era dos dados e, com a pandemia, a maioria das pessoas também precisou se adaptar ao futuro do trabalho, que chegou de repente, com reuniões on-line, criação de conteúdo para internet e equipes colaborando de forma híbrida ou remota.

O que isso tudo quer dizer é que todos somos afetados, em maior ou menor grau, pelos dados. Por isso, devemos aprender esse idioma para conseguir navegar nesse oceano de informações ou pelo menos, conseguir não se afogar.

Quais são os principais desafios para quem quer se tornar fluente em dados?

Acredito que o primeiro desafio é sair da inércia e começar a conhecer mais sobre o tema. O segundo é que muitos dos conteúdos e cursos disponíveis ainda estão em inglês, são caros e não acessíveis para a maior parte das pessoas. Assim como usam muitos termos técnicos, o que afasta o público que ainda está aprendendo.

E é exatamente por isso que o Social Good Brasil tem a missão de democratizar a educação em dados no Brasil, através de conteúdos leves, divertidos, acessíveis e fáceis de entender.

E quais são os primeiros passos para quem quer se tornar fluente em dados?

Não tem um caminho só. Há inúmeras possibilidades. Mas de forma geral, diria para você ativar a sua curiosidade e sempre buscar entender como as coisas funcionam. Como o celular adivinhou que eu estava querendo comprar esse produto e me mandou uma publicidade? Será que essa notícia é verdadeira? Devo fornecer meu CPF para essa loja ou site? Quais informações preciso ter para tomar essa decisão? São questionamentos fundamentais para as nossas atividades hoje e no futuro.

Fluência em dados: por que essa habilidade é essencial para o futuro?
Fluência em dados: por que essa habilidade é essencial para o futuro?