A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontece até 21 de novembro, em Belém (PA), evidenciou o debate sobre como preparar as novas gerações para lidar com os desafios do clima e da sustentabilidade. No Recife (PE), esse movimento vem das próprias escolas. Professores da rede municipal têm mostrado que é possível unir tecnologia, inovação pedagógica e consciência ambiental de maneira integrada, estimulando o protagonismo dos estudantes e ressignificando o papel da tecnologia na educação pública.
Essas transformações se exemplificam em iniciativas como “Guardiões do Rio Morno” e “Robôs Eólicos: Unindo Tecnologia e Sustentabilidade para um Futuro Melhor”, dois projetos que integram o e-book Práticas Pedagógicas Inovadoras. Lançado em outubro pela Secretaria Municipal de Educação, com apoio da Fundação Telefônica Vivo, Instituto Natura e Sincroniza Educação, a publicação é fruto do Edital de Reconhecimento de Práticas Pedagógicas Inovadoras, criado para valorizar e dar visibilidade às boas práticas da rede que integram o uso pedagógico da tecnologia.
Tecnologia e sustentabilidade na educação: um caminho possível e necessário
“Apoiamos a Secretaria de Educação do Recife na construção de um plano de formação para toda a rede desde 2022. As práticas apresentadas na publicação mostram que a tecnologia está aqui para nos aproximar, nos ajudar a olhar para dados, para tomada de decisão. Então, é importante que os estudantes entendam e experimentem isso desde cedo, e sintam que eles podem participar”, afirma Lia Roitburd, gerente de projetos da Fundação Telefônica Vivo.
O e-book reúne 50 práticas pedagógicas que se destacam por envolver criatividade, resolução de problemas reais, engajamento estudantil e uso significativo das tecnologias digitais, com temas que vão de preservação ambiental a patrimônio cultural e cultura africana. As experiências foram selecionadas a partir do Edital de Reconhecimento de Práticas Pedagógicas Inovadoras, que avaliou projetos inscritos por professores da rede com base em critérios como intencionalidade pedagógica, alinhamento às competências digitais, uso contextualizado da tecnologia e impacto no aprendizado dos estudantes.
Guardiões do Rio Morno: educação ambiental com investigação digital
Na Escola Municipal Professor Ricardo Gama, a professora Mikaela da Silva Vieira mobilizou estudantes do Ensino Fundamental e da EJA em uma investigação sobre os recursos hídricos da Zona Norte do Recife.
Com Chromebooks, plataformas digitais e pesquisa de campo, os estudantes analisaram a poluição do Rio Morno, produziram um documentário sobre o impacto ambiental na comunidade e criaram obras de arte feitas com resíduos sólidos para sensibilizar sobre consumo consciente.
“A educação está em constante transformação, e a tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo”, reflete Mikaela. “Toda vez que participo de uma formação, descubro algo novo e trago para a sala. E vejo o retorno dos alunos na participação, no empenho e na aprendizagem.”
O projeto integra competências digitais, pensamento crítico e educação ambiental, elementos centrais para formar cidadãos preparados para os desafios climáticos e sociais do século XXI.
Robôs Eólicos: energia limpa, algoritmos e criatividade
Na Escola Municipal Engenheiro Umberto Gondim, o professor Andreson Ruan da Silva Santos transformou os alunos em verdadeiros “engenheiros do vento”.
Utilizando kits Lego Education e o aplicativo WeDo 2.0, a turma construiu e programou pequenos geradores de energia eólica, aplicando conceitos de:
- algoritmos
- decomposição de problemas
- energias renováveis
- prototipagem
- colaboração e criatividade
“A tecnologia torna minhas aulas mais interativas e práticas”, explica Andreson. “Ela facilita a aprendizagem de conteúdos desafiadores e estimula soluções criativas. Assim, formamos alunos preparados para um futuro tecnológico.”
O entusiasmo dos estudantes resultou até em novas propostas — maquetes de casas movidas a energia eólica, painéis solares experimentais e protótipos que combinam programação com sustentabilidade.
Inovação que nasce na escola
O movimento que vem ganhando forma no Recife está diretamente alinhado aos três eixos estruturantes da BNCC Computação: pensamento computacional, mundo digital e cultura digital.
Todas as práticas destacadas surgiram dentro das escolas, conectadas ao contexto e às necessidades reais dos estudantes. Esse movimento é resultado da política de formação em competências digitais iniciada em 2021 pela Secretaria de Educação, com o apoio da Fundação Telefônica Vivo.
“Essa formação prepara os professores para integrar tecnologia na prática pedagógica e impulsiona a transformação das salas de aula”, explica Marcelo Dantas, gerente de inovação da Secretaria. “Estamos vivendo um ciclo de inovação que nasce do cotidiano escolar.”
Tal inciativa nos remete à Lei n.º 14.926/24, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e torna obrigatória a inclusão de conteúdos sobre mudanças climáticas e biodiversidade nos currículos escolares.
Baixe o e-book e conheça as 50 práticas pedagógicas inovadoras
O e-book Práticas Pedagógicas Inovadoras foi lançado durante o REC’n’Play, evento de inovação e tecnologia realizado no Recife, com a participação da Fundação Telefônica Vivo, devido à parceria com a Secretaria Municipal de Educação da cidade, por meio do programa de formação em competências digitais.
A publicação está disponível gratuitamente para download e apresenta práticas que mostram como tecnologia, criatividade e intencionalidade pedagógica podem transformar a educação pública.

Downloads Disponíveis
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