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25.09.2019
Tempo de leitura: 6 minutos

Educadores participam de formação empreendedora do programa Pense Grande

Construção coletiva fez parte do processo que marcou as formações em empreendedorismo para educadores da Baixada Santista (SP) e Sergipe.

Construção coletiva fez parte do processo que marcou as formações em empreendedorismo do Pense Grande para educadores da Baixada Santista (SP) e Sergipe

A reforma do Ensino Médio, alinhada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), tornou o empreendedorismo um dos temas que podem contribuir com o desenvolvimento de competências dos jovens. De olho nessa demanda em 2019, o programa Pense Grande da Fundação Telefônica Vivo realizou uma série de formações em empreendedorismo social para educadores, que fortalecem o protagonismo juvenil e projetos de vida dos estudantes.

Com as formações, os educadores vão compartilhar os conteúdos aprendidos com jovens do ensino médio regular em diferentes escolas e terão a missão de aplicar a metodologia em realidades distintas.

Dispostas a colaborar nesse desafio, duas redes de ensino se envolveram no processo das formações em empreendedorismo: a Diretoria de Ensino de São Vicente (SP) e a Secretaria de Educação de Sergipe .

Em conjunto com parceiros apoiadores e tendo como base a metodologia Pense Grande, as formações foram construídas a partir de um processo de cocriação, composto por momentos de diálogos presenciais e a distância, para apoiar os educadores na adaptação dos conteúdos às realidades locais e na compreensão dos elementos comuns entre eles.

“Durante os encontros, a gente foi testando os indícios que já tínhamos para saber o que fazia sentido para cada educador até chegar no que a maioria indicava”, relata Mônica Mandaji, consultora do Instituto Conhecimento para Todos, parceiro executor do projeto.

O processo em cada rede

Na Baixada Santista, litoral de São Paulo, os encontros estão sendo realizados em três polos: Praia Grande, Itanhaém e São Vicente. Nesta última região, foram convidados técnicos da Diretoria de Ensino, professores, diretores de escolas, além de especialistas e jovens de escolas técnicas que já passaram pela experiência de formação da metodologia Pense Grande, focada em empreendedorismo social.

No caso de Sergipe, os quatro encontros previstos já foram realizados com os atores locais, entre os dias 5 e 8 de agosto, em Aracaju. Estiveram presentes 48 professores e 15 técnicos para uma imersão de quatro dias da metodologia e agora os educadores já estão aptos para aplicar as atividades com os estudantes de19 municípios sergipanos.

Tanto os professores da Baixada Santista quanto os Sergipe possuem a responsabilidade de replicar os conteúdos das formações e serão guiados por mentores do Pense Grande que já iniciaram as visitas nas escolas. Ao final desse processo, os estudantes terão a oportunidade de apresentar seus projetos em Demodays, que acontecem em novembro deste ano.

 

Imagem mostra formador usando uma camiseta do Pense Grande apontando para uma lousa onde se vê um desenho ao fundo e palavras relacionadas à metodologia como design thiking e pensamento visual

 

 

Senso de Pertencimento

Durante os encontros, os professores puderam alinhar conceitos, debater sobre os diferentes impactos do tema nas cinco dimensões do fazer educativo: tempo, espaço, currículo, práticas e relações – e ainda idealizar a proposta, prevendo as possibilidades para conseguir engajar jovens ou até mesmo os desafios para a aplicação da metodologia no ambiente escolar.

“A gente teve uma preocupação muito grande de unir professores, gestores, alunos com empreendedores e especialistas. É importante esse envolvimento porque dá aos educadores a sensação de pertencimento, não é algo que veio de cima para baixo ou uma inspiração individual, mas uma construção coletiva e uma responsabilidade dividida no processo”, explica Mônica Mandaji.

“Eu não conhecia essa metodologia e achei muito interessante trabalhar com o empreendedorismo social em sala de aula pela primeira vez. Provocar o aluno a pensar diferente tem sido um desafio, principalmente fazer com que eles entendam que não se trata de ganhar com o melhor projeto, mas de ter um aprendizado que servirá para vida deles”, acredita Regilaine Maria Aparecida Ferreira, professora de design de moda e artes, na Escola Estadual Profª Maria Thereza da Cunha Pedroso, em São Vicente.

Gustavo Aragão Cardoso, professor de Língua Portuguesa no Colégio Estadual Barão de Mauá, em Aracaju (SE), afirma que é uma “experiência enriquecedora e extraordinária participar de formações que trazem novidades na prática pedagógica e ao processo de ensino e aprendizagem. Agora, atuando como multiplicador, percebo o entusiasmo e interesse em aprender algo novo que pode transformar a realidade individual e social dos nossos alunos”.

 

 

 

BNCC no radar

A consultora educacional, Bárbara Szuparits, foi uma das convidadas dos encontros para construção das formações em empreendedorismo em São Vicente (SP). Ela falou sobre como a reforma do Ensino Médio está alinhada ao novo perfil dos estudantes.

“A gente fez uma discussão breve para falar do histórico e da aplicação da BNCC, que abarca esse novo perfil do aluno do Ensino Médio, que é mais autônomo, exerce um protagonismo político e identitário dentro da escola e precisa ser considerado não só como um ser intelectual, mas também social, afetivo e físico”, conta.

Bárbara Szuparits também explicou aos educadores como o conceito de empreendedorismo, proposto pela BNCC do Ensino Médio, está relacionado com a formação do Pense Grande nas escolas. Além da formação geral básica, a Base considera uma carga curricular complementar nas escolas, conhecida por itinerários formativos. Divididos em diferentes áreas do conhecimento, os itinerários são compostos por quatro eixos estruturantes e podem ser organizados de acordo com a realidade das instituições, desde que levem em conta a formação integral dos estudantes. Dentre os eixos, está o tema do empreendedorismo.

Mais do que contribuir com um olhar de especialista, Bárbara atribui sua participação à construção de um projeto coletivo. “Quando você trabalha com educação fora da sala de aula, não consegue ter uma aderência à prática pedagógica tão grande quanto com o gestor, professor ou o aluno. Juntar diversas vozes para compor um material com múltiplas visões é como um quebra-cabeça: se não juntar todas as peças, não faz sentido”, acredita.


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