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27.08.2021
Tempo de leitura: 5 minutos

Jovem escritora usa poesia como forma de difusão de saberes

Mariana Madelinn, de 26 anos, é poeta e escritora de ficção especulativa. Natural de Salvador (BA), ela escreve sobre a cultura popular nordestina e tudo aquilo que ressalta a riqueza cultural brasileira

Imagem mostra jovem escritora com uma das mãos apoiada no queixo

Nome: Mariana Madelinn
Idade: 26 anos
Cidade/Estado: Salvador – BA

“Escrevo poesia desde os 14 anos”, afirma a escritora baiana Mariana Madelinn. Com essa idade a jovem começou a publicar seus poemas na internet e nunca mais parou. Criou o pseudônimo Madelinn e, atualmente, aos 26 anos, divulga semanalmente prosas poéticas em suas redes sociais, além de ter lançado livros e participado de diversas antologias nos últimos anos. Ela se define como poeta e escritora de ficção especulativa, um subgênero da ficção científica, que mistura elementos da fantasia e do suspense às histórias.

“Eu escrevo substancialmente histórias que gostaria de ler. Sou uma consumidora voraz de livros e séries de fantasia e ficção científica, então gosto de criar narrativas dentro desses universos, onde eu possa me enxergar”, explica Mariana.

Ela conta que por ser uma pessoa introvertida e ter sido uma criança muito tímida, a escrita foi a maneira na qual melhor conseguiu se expressar. “Principalmente pelos processos raciais que enfrentei e fazem das crianças negras silenciadas. Falar em público era algo desesperador pra mim, mas sentia uma certa liberdade em escrever”, lembra. Começou, então, a se expressar de maneira lírica, por meio da poesia, e logo expandiu para outras áreas.

Durante a escola, Mariana sempre preferiu a área de Humanas, principalmente as matérias Redação e Literatura. Esse favoritismo foi, inclusive, motivador para a sua escolha de graduação. A poeta é formada em Direito e pós-graduanda em Gestão de Conflitos e Mediação. “Sou bastante idealista e busquei no Direito as respostas para muitos dos meus questionamentos sobre Justiça Social. Atualmente, faço da escrita uma ferramenta de reflexão e difusão de saberes”.

A soteropolitana também ressalta o estímulo acadêmico que recebeu de sua mãe, que foi professora por mais de 20 anos na rede pública de ensino. “A leitura sempre foi algo presente dentro de casa”, recorda a jovem.

Foi em 2018 que Madelinn publicou, de forma independente, o seu primeiro romance de realismo mágico: A TRILHA: Recomeços. Nos anos seguintes, ela publicou a obra Dark Fantasy: As Inverdades Nunca Ditas e o livro de poesias e prosas poéticas A-mar: poemas e prosas sobre o sentir. Ao lado de outros escritores, participou das antologias Carcará: As Histórias Que Esqueceram de Contar e Heroínas. Nesse último título estão reunidas histórias de grandes mulheres por meio da ficção especulativa.

Mariana representou a Bahia, em 2021, na antologia Farras Fantásticas, na qual 18 autores escreveram sobre as festas populares nordestinas, adicionando um toque de imaginação às histórias. No seu conto, ela apresenta, com muita fantasia, a festa de Nossa Senhora da Boa Morte, uma das celebrações religiosas mais importantes do Estado e, tradicionalmente, realizada no município de Cachoeira.

“Escrevo partindo de elementos que me cercam, enquanto mulher negra, bissexual e nordestina. Sem contar que sou uma pessoa curiosa, por essência. Por isso, estou sempre pesquisando e buscando mais sobre a história dos lugares por onde transito e que constituem a minha vivência. Sei também que, infelizmente, o nosso país sofre de crise de identidade. Então tento, ao meu modo, mostrar o quanto somos ricos culturalmente”, pontua a escritora.
 

O quanto a educação foi importante na sua trajetória para chegar até aqui? 

Educação é a base de tudo. É com ela que entendemos o nosso potencial criador no mundo e somos preparados para alçar voo. Sem as aulas apaixonadas dos meus professores de Filosofia, Literatura e História não sei se me entusiasmaria tanto em contar histórias. Porque sou, sobretudo, isso: uma contadora de histórias.
 

Onde você espera que a educação te leve daqui para frente? 

Eu coloco um pouco de mim em tudo que escrevo e, intimamente, gostaria que as pessoas valorizassem mais o lugar de onde elas vêm e suas identidades diversas. Quero ser reconhecida como alguém que contribui para isso e encontrar uma forma de sobrevivência dentro desse meio – o que, obviamente, é o maior desafio de todos numa sociedade em que a arte é diversão e não profissão.
 

Quais conselhos você daria para jovens que estão no Ensino Médio neste momento de pandemia e enfrentam desafios e questionamentos sobre o futuro? 

Para se ter um futuro promissor é preciso plantar no presente. Falhamos quando tentamos ter o controle do tempo, precisamos aprender a respeitá-lo. A educação é uma ferramenta de emancipação para as pessoas no agora. Para além da sobrevivência na dinâmica capitalista, a gente estuda para não ser uma máquina condicionada e descobrir nossas próprias potências.
 

Para você, acreditar em educação é…? 

Uma jornada de autoconhecimento e liberdade.
 

Acreditar em si mesmo é…? 

O básico para se conseguir independência e viver plenamente.


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