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30.09.2016
Tempo de leitura: 5 minutos

Participação familiar é constante e efetiva em escola paulistana

Escola Municipal Desembargador Amorim Lima convida pais e familiares a participarem de educação de todos os alunos, a partir de dispositivos híbridos.

Escola Municipal Desembargador Amorim Lima convida pais e familiares a participarem de educação de todos os alunos, a partir de dispositivos híbridos.

Inovar na educação não é simples, ensina a experiência da Escola Municipal Desembargador Amorim Lima, no bairro do Butantã, em São Paulo. Erguer um projeto pedagógico que contemple autonomia, responsabilidade, solidariedade e participação requer energia e muito foco para superar os desencontros e conflitos que surgem no caminho. Mas a vontade transformar práticas escolares fala mais alto, há 21 anos, desde que a diretora Ana Elisa Siqueira decidiu abrir os portões da escola para a comunidade, convidando as famílias dos alunos a conhecerem e participarem desta construção.

O que começou timidamente, hoje conta com Assembleia de Pais e Conselho Escolar. Sem falar em todos os outros espaços de participação. Se antes o olhar era individual, voltado apenas para a criança da própria família, hoje se estende a uma esfera mais pública, incluindo a todos os alunos. “Cada vez mais as famílias me procuram para conversar antes de colocar seus filhos aqui”, observa a diretora. “Tem gente que quer, mas não dá conta. Não apenas porque não temos as condições ideais, vivemos com o que temos, mas também porque o projeto nunca é totalmente resolvido’’, diz.

A fim de contribuir com esses espaços de participação, a escola através do apoio da Fundação Telefônica Vivo (pelo programa Escolas Inovadoras) e do Instituto Natura, tem uma plataforma virtual customizada a partir de seus dispositivos pedagógicos que favorece inclusive a participação familiar. Ela funciona tanto como local de aprendizagem, quanto de armazenamento de dados, abrangendo planos de estudo, tutorias, roteiros, portfólios de trabalho etc. E funciona como um laboratório, pois tem uma prerrogativa de atualização ao longo do uso.

O roteiro de estudo, um dos principais dispositivos “off-line” da Amorim, por exemplo, está presente na plataforma, funcionando como mais um espaço de comunicação entre a família e a instituição. À medida que o estudante planeja e realiza suas atividades, em seu próprio ritmo, e registra seus aprendizados de forma pessoal e autônoma, os tutores acompanham e comentam o seu desenvolvimento, enquanto os pais encontram mais um espaço de interação.

“Colada no projeto da escola”, nas palavras da diretora, a plataforma chega para ampliar possibilidades: no papel, poucos pais escreviam, no plano virtual, a expectativa é de uma comunicação mais fluida. Mas as formas anteriores não serão deixadas de lado. “Sempre pensamos na plataforma como uma possibilidade a mais de diálogo. E vamos tentar cada vez mais que esse pai esteja conectado com esse projeto, porque é muito importante que seja feita uma opção por ele”, esclarece Ana Elisa.

A coordenadora pedagógica Liz reconhece a importância desses espaços sem deixar de mencionar os desafios que surgem no processo, em termos de organização e mediação. “Temos esse ideal de educação: que os pais participem do projeto. Mas quando eles vêm também surgem dificuldades – tanto entre as famílias como entre professores e famílias – de se entender, de observar o limite da participação, de saber o que cabe a cada um… Isso demanda pensar as relações, que vão se construindo e passando por momentos de rupturas, momentos de escuta e uma participação efetiva. E tudo isso é um crescimento muito grande para todos os lados”, avalia.

“O que você está indo fazer na Amorim, se eu já me formei?!”, pergunta a filha de Kimberly Cober, interessada em saber o que sua mãe, articuladora e integrante da Comissão de Comunicação da escola, tanto tem para fazer por lá – não sem revelar certo ciúme.

Kim, como é conhecida, há nove anos participa de todas as instâncias abertas aos pais: Assembleia de Pais, Conselho de Escola, comissões e festas, fazendo o que chama de “trabalho de formiguinha”. Começou dando aulas de inglês para uma turma de 5º ano e reconhece que este é um espaço que necessita ser conquistado. “A confiança surge a partir do seu comprometimento, e não da função exercida, pois todas são igualmente importantes. E, juntando todas as pessoas, temos uma comunidade ativa”, afirma.

Kim revela a preocupação da família em manter o olhar voltado para todos da mesma maneira, por isso muitas de suas ações estão voltadas à inclusão e à diversidade. “Esta foi uma das razões para colocar meus filhos nesta escola. Sou canadense e venho de escola pública. Para mim, escola pública é algo totalmente normal e eu não queria que eles vivessem em uma bolha”, argumenta.

Se os seus filhos, hoje com 16, 15 e 13 anos, ainda não têm a total compreensão de sua atuação, ela prevê que, quando forem mais velhos, em outros espaços participativos e de ação democrática, lembrarão em qual momento adquiriram isso. “Sempre lutamos por uma escola melhor para todos. Não só pelos meus filhos, mas por todas as crianças. Tanto que, os meus filhos saindo ou não da escola, isso não tem diferença. A minha luta continua a mesma.”

Confira na primeira parte deste conteúdo algumas iniciativas que superam os desafios da relação Família-Escola, como insegurança dos pais diante do currículo e dificuldade das escolas em buscar os dispositivos adequados.


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