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Educadora usa a ferramenta como apoio para se comunicar com seus estudantes durante a pandemia e aproveita recursos do dia a dia para desenvolver os conteúdos

A imagem mostra o desenho de um pássaro feito de folhas

A distância sempre fez parte da realidade da professora Débora Pizapio Moreno. Educadora do 3º ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Colina Verde, localizada em Corumbiara, município a 730 quilômetros de Porto Velho (RO), ela reside em Cerejeiras (RO), que fica a 15 quilômetros da escola. Alguns de seus estudantes costumavam percorrer mais de 50 quilômetros até a escola, situada em zona rural. Por isso, antes mesmo da pandemia causada pela Covid-19 interromper as aulas presenciais, a professora já tinha o desejo de incorporar a tecnologia às suas práticas pedagógicas.

De certa forma, Débora também já estava familiarizada com a educação a distância, já que foi por uma modalidade semipresencial que cursou a faculdade de Pedagogia e uma especialização na região. Depois, aderiu à plataforma Escolas Conectadas, que faz parte do Profuturo, programa global da Fundação Telefônica Vivo e da Fundação Bancária “la Caixa”, e tem como principal compromisso propagar a inovação educativa e as competências do século XXI através de pilares como a formação continuada dos professores.

Imagem da Professora Débora Pizapio MorenoA Professora Débora Pizapio Moreno

Ela conheceu a plataforma por indicação do professor Maciel, que faz parte do Núcleo de Tecnologias Educacionais de Rondônia. No decorrer das 14 formações nas quais já se inscreveu, conta que está incorporando recursos como as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em suas atividades. Entre os cursos, a educadora destaca o Curadoria de Objetos Digitais de Aprendizagem (ODA), que oferece uma capacitação em curadoria de planos de aula e ODAs nas áreas de Linguagens, Ciências Humanas, Matemática e Ciências da Natureza ambientados na plataforma Escola Digital.

“O curso de curadoria me auxiliou a selecionar conteúdo para minhas aulas. A BNCC nos trouxe a inquietação de que a arte não seria apenas explicada daquela maneira tradicional. As formações estão sendo maravilhosas, saciando essa ansiedade que eu tinha em aprender”, afirma.

Já como cursista do Escolas Conectadas, a professora Débora Pizapio Moreno também fez uma pesquisa sobre o uso da internet com os seus estudantes para entender a relação deles com recursos tecnológicos e otimizar a utilização dos equipamentos da escola: um projetor e alguns computadores. Entre os 17 estudantes da turma, quase todos tinham algum acesso à internet, fosse por meio do pacote de dados do celular de familiares, antenas nas propriedades rurais ou até mesmo via rádio.

Dessa forma, já no início do ano, a professora criou um grupo da turma no WhatsApp que acabou se transformando no principal canal de comunicação entre ela e os alunos durante a pandemia. O aplicativo serve para enviar atividades e manter o vínculo com a turma. Quem não dispõe de conectividade recebe as atividades impressas, com todo o cuidado, por meio de um mensageiro.

Do mundo digital para a prática

Com apoio da plataforma e o que vem aprendendo nas formações, a educadora pode cruzar informações do currículo da escola em que leciona com as habilidades da BNCC que os alunos precisam desenvolver, além de ter acesso a conteúdos direcionados. Cada atividade proposta pela professora Débora vem acompanhada de um texto explicativo e alguma forma de apresentação feita pelos estudantes por meio do grupo no Whatsapp ou outras redes sociais.

“Meus alunos moram na zona rural, então sempre que eu posso estou orientando alguma coisa para aproveitarem esse ambiente, a paisagem e os recursos que eles têm para desenvolverem suas experiências”, explica a professora Débora.

Atualmente, a professora está trabalhando alguns conceitos de Ciências e a utilização de recursos naturais. Ao ensinar sobre energia eólica, por exemplo, sugeriu a confecção de um catavento para o quintal da casa dos estudantes. No processo, utilizaram materiais recicláveis, como garrafas PET. Para entenderem como o som se propaga, os estudantes desenvolveram um telefone com fio, utilizando latas, potes e barbante. As famílias também foram envolvidas para gravarem a atividade e mostrar as pessoas falando ao telefone.

Cata-vento feito de materiais recicláveis

Uma das atividades que a educadora mais gostou de propor foi a de montar formas variadas com materiais que vêm da natureza. Os alunos ficaram livres para soltar a criatividade usando folhas, plantas como urucum, galhos e até mesmo terra para fazer tintas. No final, eles tiraram fotos e enviaram ao grupo. “Ficou lindo! Eles criaram várias formas no contexto deles!”, elogia a educadora.

Outra preocupação está em reforçar o nível de leitura. A professora Débora conta que desde o começo do ano criou o projeto Leitura e Vida no Campo, em que trabalha com textos, dentro de gêneros literários adequados para a faixa etária dos estudantes, que tenham significado para eles, usando diversos tipos de mídia e despertando o interesse de todos.

“De tudo que vou aprendendo, procuro que eles aprendam também. Tudo isso tem a intenção de que eles desenvolvam habilidades e tenham um futuro promissor. Que possam se tornar um grande artista, um grande pensador, um grande inventor. Essa é a minha ideia”.

Este período de pandemia está causando uma grande reflexão e a educadora já planeja o que fazer para utilizar melhor os recursos disponíveis no retorno à escola: “Quero mudar um pouco o meu perfil e trabalhar cada vez mais com meus alunos o uso da tecnologia”, conclui.

Professora vence a distância e cria novas formas de trabalhar com tecnologia
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