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19.07.2022
Tempo de leitura: 4 minutos

Programação de software no Novo Ensino Médio: Ceará quer formar 100 mil estudantes em 5 anos

O Programa C-Jovem nasceu da parceria entre a Secretaria Estadual de Educação, Universidade e Instituto Federal do Ceará com grandes empresas de tecnologia

Imagem mostra Programação de software por alunos do ensino médio

O relatório anual da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), lançado em dezembro de 2021, aponta que a demanda por profissionais de tecnologia de informação e comunicação (TIC) nos próximos cinco anos, em especial programadores, será de 797 mil trabalhadores, cerca de 160 mil por ano. No entanto, o mesmo estudo revela que o Brasil forma anualmente 53 mil profissionais dessa área, menos de um terço da demanda necessária para atender a este setor da economia. De olho nesse cenário, a Secretaria de Educação do Estado do Ceará criou o Programa C-Jovem (Ceará-Jovem), com o objetivo de oferecer formação em programação de software para alunos do Novo Ensino Médio.

 

Programação de software no currículo do Novo Ensino Médio

Rodolfo Sena, coordenador da Educação Profissional da Secretaria de Educação do Ceará, explica que no Ensino Médio Profissional, a disciplina de programação fará parte do currículo. Já nas escolas de Ensino Médio de tempo integral, entrará como uma disciplina eletiva. “A partir do segundo ano do Ensino Médio, o estudante poderá escolher dentro de um conjunto de seis disciplinas da área de tecnologia: nuvem, infraestrutura 5G, fullstack (que são programadores capazes de desenvolver um projeto completo de software), inteligência artificial, Java (uma linguagem de programação) e desenvolvimento Android”.

Para as escolas de ensino integral, cada eletiva terá 40 horas. No caso das escolas de ensino profissional, o conjunto de disciplina terá 480 horas de formação: raciocínio lógico (20 horas), formação em   TIC (240 horas), inglês para profissionais de TICs (40 horas), comunicação e relacionamento interpessoal (20 horas), inovação e empreendedorismo (40 horas) e imersão em empresa parceira (120 horas). A meta é formar 100 mil estudantes em cinco anos.

Parceria entre secretaria de educação, universidade e grandes empresas de tecnologia

Para viabilizar o programa, a secretaria de educação fez parcerias com a Universidade Federal do Ceará e com o Instituto Federal do Ceará, responsáveis pela formação técnica dos educadores. Além disso, também foram feitas parcerias com grandes empresas de tecnologia, como Huawei, Amazon Web Service (AWS), Dell, Google e Oracle. Além de colaborarem na construção do conteúdo das disciplinas, as empresas se colocam também como espaços da formação, propiciando aos estudantes uma imersão no mundo do desenvolvimento de sistemas informacionais.

Rodolfo explica que essas parcerias são fundamentais para que o projeto aconteça e para se alcançar os resultados esperados, que são:

1 – Melhorar a oferta de profissionais de TIC, em quantidade e em formação curricular, alinhada com a demanda por setor.

2 – Inclusão do jovem em políticas de empreendedorismo colaborativo e desenvolvimento socioeconômico.

3 –Governo, universidades e empresas alinhados para contribuir com o fortalecimento do empreendedorismo e da inovação.

4 – Aumento da qualidade das oportunidades de emprego e empreendedorismo.

 

Programação de software no Novo Ensino Médio e desenvolvimento econômico local

Para Rodolfo, programas como o C-Jovem promovem uma formação no Ensino Médio conectada a um setor estratégico para o país e fomentam o desenvolvimento econômico regional. “A imersão dos estudantes em projetos de desenvolvimento de sistemas das empresas parceiras, por exemplo, traz para a formação desse aluno, não apenas a experiência do ambiente profissional, mas o aprendizado com sistemas complexos, como os desenvolvidos pela AWS ou pela Huawei”, ressalta. No médio e longo prazo, isso pode abrir o caminho para uma produção local de sistemas de software e de hardware.


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