Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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19.01.2018
Tempo de leitura: 4 minutos

Projeto combate intolerância religiosa em escolas públicas

No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, conheça a iniciativa que promove o respeito à diversidade entre alunos

Homem sentado discute religião

No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, conheça a iniciativa que promove o respeito à diversidade entre alunos

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro, foi instituído em 2007 no Brasil pela Lei nº 11.635. A data faz referência ao falecimento de uma mãe de santo de um terreiro de Candomblé em Salvador (Bahia), vítima de intolerância por ser praticante de uma religião de matriz africana.

Dez anos depois da promulgação da lei, a diversidade religiosa do Brasil ainda é motivo de discussões e conflitos na sociedade, refletindo também no campo da educação.

Com o intuito de promover o respeito à diversidade religiosa e incentivar práticas tolerantes dentro da sala de aula, o projeto Lugares da Religião: Espaço, Patrimônio e Cultura Material em Campinas propõe levar o conhecimento das múltiplas denominações religiosas existentes para educadores e alunos de escolas públicas da região de Campinas (SP).

A iniciativa, que acontece desde 2015, faz parte de um projeto de extensão universitária da PUC Campinas e é coordenada pelo professor de história Fábio Soares. “A intolerância é baseada tanto pelo desconhecimento sobre a história de outras religiões, quanto da própria. Então, buscamos trazer elementos que marcassem as diferenças e as semelhanças entre as diversas denominações”, explica Fábio. 

Dinâmica

O projeto foi realizado no turno escolar em disciplinas como história e geografia e contou com a participação ativa dos professores nas discussões, oficinas e passeios promovidos com alunos.

Religiões no Brasil
Como se declara a maioria dos brasileiros de acordo com o Censo do IBGE:

Católicos – 64,6%

Evangélicos – 22,10%

Sem religião – 8,0%

Espíritas – 2,0%

Umbanda e Candomblé – 0,3%

Outros/Sem Declaração – 3,0%

“Realizamos as atividades dentro da sala de aula para não atrapalhar a rotina dos alunos, que desde o início mostraram uma receptividade, envolvimento e senso crítico muito importante à temática”, conta a coordenadora pedagógica da Escola Estadual Professor Luiz Gonzaga Horta Lisboa, Silvana Pereira.

A estudante Larissa Marangoni, 14 anos, participou das oficinas no ano passado, enquanto cursava o 9º ano na escola. Evangélica, ela conta que o projeto ajudou-a entender sobre outras religiões e ainda melhorou a convivência dentro da escola.

“Foi muito interessante conhecer lugares religiosos que eu não imaginava que existiam na cidade, como uma mesquita islâmica. E o mais importante, ver que hoje há um respeito muito maior entre os alunos”, afirma.

Histórico e perspectivas

Fábio conta que projeto passou várias etapas de formação para chegar a um formato consolidado, que hoje contribui para promover a discussão sobre intolerância religiosa dentro das escolas.

De acordo com o coordenador, o primeiro passo foi explorar o conhecimento dos professores sobre as religiões, por meio de atividades de pesquisa e levantamento dos espaços históricos da cidade.

“Começamos pelas religiões hegemônicas como a católica e congregação cristã, passamos pelas denominações não pentecostais e em uma segunda fase, trabalhamos com islamismo, budismo e as religiões de matrizes africanas”, explica.

No segundo ano, a discussão foi levada para dentro da sala de aula por meio de oficinas elaboradas para alunos do 8º e 9º ano das escolas participantes. E em 2017, os grupos começaram um trabalho de campo para conhecer e documentar os espaços religiosos do entorno.

O resultado de três anos de trabalho foi reunido um site criado exclusivamente para o projeto, que traz um mapa dos lugares encontrados e informações históricas sobre os patrimônios religiosos da cidade.

Fábio agora pretende levar o projeto para outras escolas do país, por meio de parcerias com secretarias de educação, para trabalhar com a formação de professores em temáticas ligadas à história das religiões.

“A ideia é que eles se tornem mediadores de conhecimento qualificado sobre as religiões, independente de sua própria e utilizem as artes, a geografia e a história como ferramentas para abordar a diversidade religiosa dentro da escola de maneira crítica e respeitosa”, conclui.

O que diz a lei
De acordo com o artigo 33 da lei 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, o ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.”.


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