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26.04.2019
Tempo de leitura: 6 minutos

Recursos tecnológicos podem melhorar o ensino-aprendizagem

Adoção de práticas como pensamento computacional e o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) enriquecem o trabalho em sala de aula

Se há pouco tempo a preocupação era deixar o celular fora da sala de aula, agora a cultura digital já é uma das competências gerais da Base Nacional Comum Curricular. Esta propõe compreender, utilizar e criar tecnologias digitais para melhorar a comunicação, o acesso e a produção de conhecimento, além da resolução de problemas, exercício da autonomia e protagonismo do estudante. Os recursos tecnológicos, então, tornaram-se ferramentas reconhecidas no processo de ensino-aprendizagem.

O uso de smartphones, tablets e computadores começa a ganhar cada vez mais importância dentro da escola, que percebe ferramentas como as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e o pensamento computacional como meios riquíssimos e facilitadores da aprendizagem em sala de aula.

Uma grande aliada

A tecnologia sempre esteve, de alguma maneira, aliada à educação. É só lembrar de ferramentas como o ábaco, criado há mais de cinco mil anos (e que até hoje é utilizado) para auxiliar nas contagens matemáticas. A era audiovisual refinou os recursos disponíveis e trouxe rádio, televisão e retroprojetores como complementares às aulas tradicionais.

Já na década de 70, com a popularização dos computadores, começou um movimento mundial para inclusão da informática na educação. O matemático Seymour Papert, nascido na África do Sul em 1928, foi dos primeiros educadores a reconhecer o impacto transformador da nova tecnologia como ferramenta educacional. A partir do meio dos anos 90, entramos de vez na era da informação e da internet, ampliando ainda mais as possibilidades de ensino-aprendizagem.

Hoje em dia, são diversos os recursos tecnológicos que podem ser adicionados às aulas convencionais num esforço para melhorar a aprendizagem. Animações, jogos, videoaulas, plataformas de aprendizagem, laboratório virtual, realidade aumentada, redes sociais, aplicativos, editores de texto e vídeo são alguns exemplos.

Assim, os escritos nos cadernos e os trabalhos impressos podem dividir espaço com programação, filmagem, animação, fotografia, produção de vídeo e podcast entre outras soluções.

Também está cada vez mais comum a percepção de que o uso de recursos tecnológicos melhora a qualidade do ensino-aprendizagem, uma vez que amplia as possibilidades de aquisição do conhecimento e torna a escola (e o professor) mais próxima da realidade dos alunos. A plataforma Escola Digital, abriga um acervo de mais de 21 mil recursos digitais gratuitos.

Um estudo com educadores brasileiros feito pelo Instituto Clayton Christensen, nos Estados Unidos, mostrou que 72% dos entrevistados acreditam que o uso de novas tecnologias melhora o aprendizado emocional e social dos alunos, e 79% dizem sentir que os estudantes se engajam mais com conteúdo híbrido, que combina atividades online e offline.

Além de facilitar o aprendizado do aluno, os professores também podem utilizar os recursos tecnológicos para gerenciar melhor seu plano pedagógico, gravar as aulas para reflexão posterior, compartilhar conteúdos com os colegas e participar de formação continuada de EAD (Educação à Distância).

Muitas plataformas, como o Escolas Conectadas, disponibilizam cursos de formação continuada proporcionando a adoção de novas tecnologias, trazendo novas ideias de como trabalhar os recursos tecnológicos e desenvolver competências para o século XXI.

Desenvolvendo um projeto pedagógico

A simples disponibilização de recursos tecnológicos não é uma solução em si. É preciso ter um projeto pedagógico bem definido para nortear a utilização da tecnologia. Isso significa saber exatamente o que se quer passar aos estudantes e como eles devem utilizar os meios digitais.

Tendo em vista que a tecnologia é uma ferramenta, não um resultado de aprendizagem, o esperado é que os alunos sejam autores, contem histórias, dominem linguagens, conduzam mudanças, resolvam problemas, sejam críticos e se comuniquem.

O Guia Inova Escola sobre recursos tecnológicos traz dicas simples para quem quer começar a trabalhar com recursos tecnológicos:

– Avalie os recursos tecnológicos disponíveis na sua escola e, se não forem suficientes, procure saber como é feita a aquisição de novos aparelhos e dispositivos;

– Procure identificar, dentre os aparelhos que você e os estudantes já têm, quais podem ser utilizados em sala de aula;

– Há regras para usar os dispositivos? Se a resposta for não, considere criá-las de forma colaborativa com os estudantes;

– Descubra a intencionalidade pedagógica. O que vai definir a qualidade de um roteiro de atividades com tecnologia? O que os alunos devem aprender? São perguntas que devem ser consideradas.

Quem faz

A EMEF Manoel Domingos de Melo, em Vitória do Santa Antão (PE), foi uma das representantes brasileiras em premiação internacional da Unesco pelo uso de TIC em sala de aula. Mais de 85% dos professores da escola utilizam internet e dispositivos móveis em atividades pedagógicas e para produzir conteúdo audiovisual com alunos.

Já a EMEF Zeferino Lopes de Castro, em Viamão (RS), tem como diferenciais o ensino de robótica, alta conectividade, construção de protótipos e trabalho em equipe.

Em Curitiba, a Escola Especializada Primavera, que atende alunos com deficiência intelectual, introduziu o pensamento computacional para o exercício do raciocínio lógico, tomada de decisão e maior autonomia pedagógica.

José Mendes aperfeiçoou o uso de recursos tecnológicos no Colégio Municipal de Lagoa do Macamba, na Chapada Diamantina (BA). Após fazer o curso “Escola na nuvem: ferramentas gratuitas de produção online”, do Escolas Conectadas, aproveitou melhor o espaço no único computador disponível.

“Poder subir os arquivos na rede, ou seja, colocá-los na nuvem por meio de aplicativos, solucionou até a falta de acesso a conteúdos quando a máquina ia para o conserto”, exemplificou o educador, por exemplo.


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