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25.10.2019
Tempo de leitura: 5 minutos

Solidão é o sentimento mais comum entre professores no ambiente escolar

Pesquisa inédita revela que muitos docentes se sentem sozinhos no papel de agentes de transformação. Saiba mais sobre as principais percepções dos educadores e possíveis caminhos para mudar esse cenário.

Professora está sentada em sua mesa, rodeada por carteiras vazias em sala de aula. Pesquisa mostra que solidão é um sentimento comum entre educadores.

Existem dois milhões de professores atuando no Brasil, ainda assim muitos se sentem sozinhos para enfrentar os desafios da rotina escolar. A conclusão é parte do estudo inédito Observatório do Professor, realizado pelo Instituto Península, no primeiro semestre deste ano.

Para mapear as percepções do educador uma equipe de especialistas acompanhou, por 48 horas,30 professores de todo o Brasil, de distintas faixas etárias e que lecionavam em escolas diversas. Grupos moderados de Whatsapp também serviram para aprofundar o estudo, e o monitoramento das redes sociais de mais de um milhão deles ajudou a validar os resultados.

No topo das angústias desses profissionais estão a solidão e a impotência para cumprir a missão de agente de transformação. O sentimento de quem está atuando na área oscila entre o prazer de ensinar e a frustração com as barreiras da aprendizagem.

Muitos educadores sentem o peso de serem vistos como os únicos responsáveis por transformar a realidade das comunidades em que atuam, sentindo-se expostos e até vulneráveis com o desafio.

As causas

Lia Glaz, gerente de projetos do Instituto Península, aponta motivos complementares que despertam os sentimentos de solidão e frustração nos educadores. O primeiro está relacionado ao tipo de condição que o profissional encontra na escola e com a complexidade do ofício que ele tem que exercer.

Depois, a falta de um ambiente que facilite o diálogo e a colaboração entre os colegas, seja para apoio qualificado da gestão, troca de experiências e construção de um projeto comum, ou simplesmente para desabafar sobre os problemas do dia a dia. Isso está relacionado à falta de abertura para demonstrar fragilidade, mas também à realidade de muitos professores, que conciliam aulas em escolas diferentes e têm poucos momentos para desenvolver laços com outros profissionais.

Por fim, o sentimento de que a qualificação não os prepara para enfrentar a realidade. “Desde a formação inicial, que não dialoga com a prática, até os desafios que surgem no ensino do conteúdo, na didática e a partir de questões socioemocionais. Vale lembrar que a sala de aula agrega toda a complexidade da sociedade ali nos 30, 40 alunos que estão reunidos com o professor”, descreve Lia.

“A BNCC coloca as dez competências gerais necessárias para formar alunos para o século XXI, mas a gente ainda não sabe quem é o professor que vai dar conta dessa formação. Para que isso aconteça, o educador também precisa de uma formação integral, e não uma voltada somente para o cumprimento de conteúdos”, LiaGlaz, do Instituto Península.

Caminhos possíveis

Formação integral do professor, melhorias estruturais das escolas e apoio das redes de ensino pensando no melhor acolhimento do educador são processos que dependem de políticas públicas, mas alguns caminhos práticos podem combater de imediato o sentimento de solidão.

Integrante do Movimento de Inovação na Educação, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Profª Iêda de Seixas Souza, em São José do Rio Preto (SP), se dedica ao trabalho constante de integração e acolhimento dos docentes, como relata a diretora Juliana Ruiz:

“O importante é despertar em cada professor o desejo de que seu trabalho em sala de aula esteja conectado a um todo harmônico. Neste sentido, a escola implementou as práticas circulares baseadas nos princípios da Justiça Restaurativa. O processo circular favorece o fortalecimento dos vínculos, constrói o sentido comum do grupo e também oportuniza a consolidação do contrato didático em sala de aula, empoderando cada sujeito do processo educativo para o exercício do seu protagonismo”.

No Sul do Brasil, o coletivo Quilombelas, formado por seis professoras da EMEF Senador Alberto Pasqualini, em Porto Alegre (RS), trabalha história, cultura e identidade dos negros com alunos e comunidade. Mais recentemente, estendeu suas ações para outras professoras negras da região.

“Nós entendemos que além de cuidar dos nossos alunos, temos que zelar também pelas nossas professoras. Com uma atuação em rede, conseguimos ter mais segurança para realizar nosso trabalho, além de acolhimento e troca”, define Helena Meireles, que integra o coletivo.

Além dos exemplos práticos, existem plataformas que oferecem diversos cursos para professores com o objetivo de melhorar a prática pedagógica eo desenvolvimento de habilidades socioemocionais,mostrar experiências inspiradoras e ainda possibilitar a aproximação dos educadores.

É o caso da plataforma Escolas Conectadas, iniciativa do ProFuturo, programa de educação global da Fundação Telefônica Vivo e Fundação ”la Caixa”, que oferece cursos online gratuitos de formação continuada para professores, e estimula a troca de experiência entre os educadores.

Outro exemplo é a plataforma Vivescer, do Instituto Península, que colabora com o desenvolvimento integral do professor, sendo um espaço para que educadores possam trocar experiências, discutir os desafios da profissão e compartilhar boas práticas de ensino.


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