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18.03.2020
Tempo de leitura: 7 minutos

10 obras importantes para a formação do professor

Especialistas indicam livros e autores essenciais para ensinar ou inspirar educadores. Confira!

Mulher está de costas para estante com cinco nichos cheios de livros, que ilustram pauta sobre obras essenciais para formação de professores.

Que tal aproveitar o momento para colocar a leitura em dia e investir no desenvolvimento pessoal e profissional por meio da leitura? Alguns pensadores do Brasil e do mundo podem contribuir para repensar práticas pedagógicas, inspirar novos métodos de trabalho e enriquecer a formação continuada de educadores. Selecionamos uma lista de livros que podem contribuir para a formação do professor.

A relação foi elaborada com a ajuda dos especialistas Vivian Batista da Silva, livre-docente do Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada da Universidade de São Paulo; e Guilherme do Val Toledo Prado, livre-docente da Faculdade de Educação da UNICAMP e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada (GEPEC).

Vidas de Professores (Porto Editora) – António Nóvoa

Pensador reconhecido mundialmente, o português António Nóvoa é professor catedrático e reitor honorário do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. De maneira geral, suas reflexões problematizam os impactos de novas configurações sociais e econômicas e o alcance do trabalho docente em escola pública.

“Vidas de Professores são textos organizados pelo autor que discutem as potencialidades nas narrativas de professores. O livro coloca os docentes no centro do debate, mostrando o que pensam e sentem sobre seu trabalho. É uma obra muito recomendável tanto para quem está no início da formação como quem precisa refletir sobre a carreira”, indica Vivian da Silva.

Leia também: Professores – Imagens do futuro presente (Educa)

A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia (Intermeios) – Maria Helena Patto

Publicado pela primeira vez em 1987, o livro segue como referência para pesquisadores, educadores e gestores e é resultado da tese de doutorado defendida pela psicóloga da Universidade de São Paulo. Segundo Vivian, é uma importante análise histórica sobre como a escola produz narrativas sobre o desempenho escolar de alunos.

“A autora mergulha no cotidiano de crianças que já tinham repetido o ano ou estavam perto disso. Essas trajetórias, que envolvem a escola, a rotina em casa e o modo como essas crianças são tratadas pelos professores, nos ajudam a ver muitas nuances da escola de hoje. É quase como um livro de cabeceira”, defende a especialista.

Pedagogia do Bom Senso (Martins Fontes) – Célestin Freinet

O pedagogo francês, nascido na virada do século 19 para o século 20, foi um dos grandes críticos da educação tradicional e lutava para criar um sistema democrático, voltado para a educação popular.

“Enquanto professor primário, tomou a reflexão sobre a prática como um importante movimento de construção de uma pedagogia humanizada e libertária. Seus livros são densos porque trazem essa problematização sob a ótica de quem atua em campo”, afirma Guilherme Toledo, professor da UNICAMP.

Leia também: Para uma escola do povo, Ensaios de uma psicologia sensível e A educação para o trabalho (Martins Fontes).

Ofício do aluno e o sentido do trabalho escolar (Porto) – Philippe Perrenoud

O sociólogo suíço Phillipe Perrenoud é uma referência essencial para educadores por seu pioneirismo ao abordar a profissionalização de professores e a avaliação de alunos. Segundo Vivian da Silva, a riqueza do livro Ofício do Aluno é a reflexão sobre ser estudante.

“Ao lançar foco sobre o aluno, ele quebra com a ideia de que o estudante da educação básica está só esperando para se tornar adulto. Ele também discute o quanto a escola coloca determinadas obrigações e expectativas em cima do estudante e reflete sobre o conceito de ‘bom’ ou ‘mal’ aluno”.

Diário de Escola (Rocco) – Daniel Pennac

Quem gosta de livro autobiográfico não pode deixar esse fora da lista. O escritor franco-marroquino traz suas memórias de solidão na infância por ser um aluno com baixo rendimento escolar. “O interessante é que ele vai relatando como conseguiu virar o jogo, com professores que acreditaram nele até que ele próprio se tornasse professor. É um convite para pensar nossa própria trajetória”, indica a especialista da USP.

Práticas Pedagógicas em Imagens e Narrativas: Memórias de processos didáticos e curriculares para pensar as escolas de hoje (Cortez Editora) – Nilda Alves

“Professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e renomada pesquisadora no âmbito dos estudos de currículo, a professora Nilda produz um conjunto de conhecimentos e saberes que empoderam professores da escola básica”, defende Guilherme Toledo.

O livro recupera as memórias da professora e conta também com relatos de outros educadores para pensar sobre processos curriculares cotidianos, artefatos culturais presentes nas escolas e outras questões pedagógicas e didáticas.

Pedagogia do Oprimido (Paz e Terra) – Paulo Freire

Patrono da educação no Brasil, o professor e filósofo pernambucano é considerado um dos maiores educadores de todos os tempos e uma referência mundial. “Toda sua obra reflete seus anos de intensa reflexão sobre práticas de alfabetização de adultos, produção de conhecimento junto aos trabalhadores rurais, operários e mesmo com educadores de vários países do mundo”, diz o professor da UNICAMP.

A Pedagogia do Oprimido, sua obra mais conhecida, é a terceira mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanidades. O educador traz reflexões e experiências como educação popular durante seu exílio no Chile e aponta para a importância de um mundo onde a liberdade do povo possa atender à perspectiva do oprimido, não daqueles que oprimem.

Leia também: Pedagogia da Autonomia; Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis; Professor Sim, Tia Não – Cartas a Quem Ousa Ensinar (Paz e Terra)

Os condenados da terra (Ciclo Contínuo) – Franz Fanon

O filósofo e psiquiatra francês nascido no território ultramarino da Martinica, região do Caribe, foi um importante militante da libertação da Argélia e importante pensador de questões colonialistas. Publicado em 1961, o livro trata dos efeitos devastadores da colonização sobre os povos e as nações do hemisfério sul.

Segundo Guilherme, apesar de não tratar especificamente de educação, o livro merece figurar na lista por trazer um rico contexto histórico-social presente até hoje nas sociedades. “Paulo Freire declarou que a leitura de Fanon foi de grande impacto, ajudando-o a definir as categorias de opressor e oprimido em sua obra, Pedagogia do Oprimido”.

Leia também: Em Defesa da Revolução Africana (Livraria Sá da Costa) e Pele Negra, Máscaras Brancas (Edufba)

Imagens Quebradas (Editora Vozes) – Miguel Arroyo

Professor da Faculdade de Educação de Minas Gerais, o educador Miguel Arroyo idealizou, na cidade de Belo Horizonte, o projeto Minha Escola Cidadã, que pretende levar aos estudantes da rede pública e ao EJA a aprendizagem sobre os direitos fundamentais previstos na Constituição.

Em Imagens Quebradas, o autor traz reflexões sobre o momento atual vivido pelas escolas, educadores e educandos e de que forma isso reflete nas práticas pedagógicas.

“As reflexões de Miguel apontam para a importância do diálogo com crianças, jovens e adultos da escola pública e a produção de um currículo voltado para as problemáticas do cotidiano de seus participantes”, enfatiza Guilherme Toledo.

Leia também: Ofício de Mestre; Outros Sujeitos-Outras Pedagogias; Vidas Ameaçadas (Editora Vozes).

A Escuta das Diferenças (Editora Mediação) – Carlos Skliar

O livro é um espaço de reflexão sobre o ato de educar, que envolve o tempo do educador de muitas maneiras: no planejamento, nas pautas avaliativas, na extensão do conteúdo, no encontro com o outro.

“O filósofo argentino Skliar tem pensado de modo singular a questão das diferenças na sociedade e na escola, o que possibilita uma educação pautada no sensível. Vale muito a leitura”, recomenda o especialista da UNICAMP.

Leia também: Pedagogia (Improvável) Da Diferença (Lamparina), Desobedecer a Linguagem: educar (Autêntica).


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