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22.01.2020
Tempo de leitura: 4 minutos

42 São Paulo inicia as aulas da primeira turma no Brasil

Primeiro grupo a passar da etapa da Piscina na 42 São Paulo começa as aulas, e os cadetes falam sobre o que esperam dessa jornada

42 São Paulo dá início às aulas da primeira turma do projeto no Brasil. Durante os próximos três anos, sem custo e sem notas, os estudantes aprenderão a lidar com códigos, desenvolvendo habilidades técnicas e socioemocionais.

A jornada começou superando a etapa chamada de Piscina, processo seletivo imersivo em que 352 participantes se dedicaram por 28 dias. Nesse período, divididos em duas turmas, uma que começou em outubro e outra em dezembro, desenvolveram projetos que funcionavam como avaliações de desempenho. Agora, 128 participantes passam de tripulantes a cadetes e começam as aulas.

A 42 São Paulo buscou inspiração na Aeronáutica e na Nasa para nomear quem participa dos cursos. Quem passa pela Piscina é chamado de tripulante, já quem supera essa etapa é chamado de cadete. Conforme sobem de nível, as patentes vão mudando.

O modelo disruptivo da 42 São Paulo tem metodologia baseada na da matriz francesa, que a exporta para todas as unidades internacionais, espalhadas mais de dez países. Saber lidar com o fracasso, com a diversidade e a troca de vivências, a convivência e o aprendizado entre pares são pré-requisitos mais importantes.

A experiência com os códigos não é obrigatória. Entre os participantes da primeira turma da Piscina, 72% não tinham conhecimento algum sobre programação. Em vez de ser estruturado por uma grade curricular, é organizado em 21 níveis que podem ser concluídos antes ou depois dos três anos previstos. Isso depende do ritmo de desenvolvimento de cada cadete.

Senso de comunidade e intensidade

“Vim para aprender códigos, mas acabei aprendendo muito mais sobre mim”, conta o engenheiro Herbert Castanha, após ter superado a fase da Piscina para participar da primeira turma da 42 São Paulo. “O diferencial da 42 é justamente incentivar uma consciência ética, empática e humana fora de uma zona de conforto. Aqui ninguém solta a mão de ninguém”, afirma.

Recém-formada em Ciência da Computação, Jaqueline Rodrigues Avilar reforça essa perspectiva. “Na faculdade me acostumei com uma rotina completamente diferente da que encontrei aqui. A troca entre os pares fez com que a gente se aproximasse e aprendesse a pensar pela lógica do outro”, conta.

Embora o senso de comunidade tenha sido um ponto de destaque, as dificuldades de adaptação e dedicação de tempo para os projetos não passaram despercebidas. A fase da Piscina é descrita pelos estudantes como uma fase intensa, mas compensadora. Autonomia, resiliência e trabalho em equipe definem os valores que começaram a ser trabalhados e terão continuidade até a conclusão do curso.

Expectativa: não criar expectativas!

Quando perguntados sobre o que esperam para a próxima etapa da 42 São Paulo, a maioria dos estudantes chegou à mesma resposta: não criar expectativas. Como aprenderam até aqui, o importante é continuar a nadar, um dia de cada vez.

Com os mais diversos perfis, os alunos deram os depoimentos reunidos abaixo, mostrando que o aprendizado será compensador, desde que estejam abertos para novos desafios:

“Esperei tanto por esse dia! Espero aprender muita coisa. Demorei para levar fé na programação como um caminho profissional. Foi a metodologia inovadora que me chamou a atenção. Aqui aprendi que não é tarde demais para recomeçar, a 42 me fez acreditar!”

Erica Suguimoto, professora de Ioga

“Minha expectativa é que será corrido, apertado e intenso nas demandas. Ainda assim, ir dormir todos os dias sabendo mais que no dia anterior, vale todo o esforço”.

Flávio Capua, músico e compositor que também espera começar uma nova carreira.

“Tive que contar muito com a ajuda dos colegas para executar os comandos e por isso espero contribuir ainda mais com a comunidade daqui para frente, principalmente na questão de acessibilidade na programação”

Luciana Oliveira Machado, analista de desenvolvimento de sistemas e a primeira estudante com deficiência visual das unidades da 42.

“Estou muito afim de aprender e começar a programar profissionalmente, mas sempre conservando os valores que me foram passados na 42. Quero ver as pessoas que trabalham comigo como colaboradores e nunca como competidores. O que vai acontecer? Não sei. Mas as expectativas são boas!”

Laércio Cândido da Silva, professor de Matemática.


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