Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

Notícias

21.08.2020
Tempo de leitura: 8 minutos

Atividades pedagógicas para lidar com as emoções dos jovens

Seja qual for a ferramenta escolhida para desenvolver atividades sobre sentimentos e emoções, o importante é criar um espaço de escuta ativa e acolhimento. Confira algumas dicas!

A imagem mostra duas meninas uma ao lado da outra, sentadas atrás de uma mesa. Em cima do móvel, há materiais de desenho e pintura como lápis e giz de cera, e cada uma delas está desenhando em uma folha de papel sulfite (atividades sobre sentimentos)

Atividades sobre emoções na Educação Infantil e no Ensino Médio são importantes. Para garantir uma aprendizagem de qualidade é preciso olhar atentamente para aspectos individuais e coletivos envolvendo a escola, que vão desde um bom planejamento pedagógico e infraestrutura até as experiências e condições de vida dos estudantes.

Uma das percepções trazidas pelos próprios jovens durante o período de ensino remoto, é que já não há como separar as emoções do processo de aprendizagem. Ansiedade, tédio e impaciência foram os sentimentos mais destacados por eles, segundo a pesquisa Juventudes e a Pandemia, e influenciou diretamente o desempenho nos estudos.

Atividades sobre emoções na Educação Infantil

“Se um estudante não está conseguindo absorver o conteúdo de uma determinada disciplina ou até mesmo de um ano letivo, isso significa que algo na vida dele ou na maneira como a escola funciona está construindo uma barreira para a aprendizagem”, afirma Juliana Boarati, orientadora educacional do colégio Nossa Senhora das Graças, em São Paulo.

Para a psicóloga, as atividades pedagógicas são sim fundamentais, mas não podem desconsiderar que as questões emocionais atravessam toda a escola, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Cada faixa etária tem suas particularidades e abordagens diferentes, mas as habilidades a serem trabalhadas são comuns: empatia, colaboração, autoconhecimento e construção de identidade. Ou seja, é necessário planejamento que abarquem atividades sobre sentimentos e emoções.

“O mundo está mudando muito rápido e isso altera também a nossa subjetividade. Trabalhar esse repertório de habilidades socioemocionais é fundamental para que os jovens estejam preparados para as transformações que estão por vir”, acrescenta Juliana.

Atividades sobre sentimentos e saúde mental

 

Portanto, não são apenas os estudantes que precisam trabalhar no desenvolvimento da inteligência emocional. A saúde mental dos professores também precisa ser cuidada. Na opinião da especialista em relações interpessoais, Ana Claudia Esteves, a formação do repertório socioemocional dos educadores é o primeiro passo para trabalhar as emoções em sala de aula.

“Independente dos recursos disponíveis na escola, criar um espaço de escuta ativa, expressão e acolhimento, ajuda os educadores a identificarem seus próprios sentimentos como válidos e existentes. O professor que vive isso tem mais facilidade de reproduzir esse comportamento com os estudantes”, diz.

Além de psicóloga, Ana Claudia é orientadora educacional da Escola Stance Dual, onde coordena a formação de professores e o acompanhamento dos estudantes do Ensino Fundamental.  Ela conta que as atividades são basicamente as mesmas para ambos, mas com estratégias diferentes.

No caso dos educadores, o objetivo é desconstruir o olhar fragmentado para as disciplinas e ampliar os conhecimentos sobre o desenvolvimento da faixa etária com a qual trabalham. Já com os estudantes, a ideia é construir significado para o espaço de discussão dos sentimentos dentro e fora da sala de aula.

“As emoções são primárias e o sentimento é como elas são mobilizadas a partir das interações sociais. Quando eu compartilho e troco, isso desloca minhas vulnerabilidades de um lugar primário para um plano de reflexão. É muito comum vê-los se apropriar dessa lógica, identificando questões que incomodam a turma e usando as atividades como ferramentas para encontrar uma solução”, relata Ana.

Criando espaços de expressão

Com a ajuda das especialistas, separamos algumas atividades sobre emoções na educação infantil, falando sobre sentimentos, que podem ser usadas para trabalhar as emoções com os estudantes. E por que não entre os educadores também. Confira!

Roda de Convivência

Formar uma roda de convivência é quase o mesmo que participar de uma assembleia, só que de maneira bem mais descontraída.  Essa atividade pode ser feita presencialmente ou a distância. Primeiro, todos precisam sugerir, individualmente, um tema para ser discutido em relação a qualquer assunto que traga incômodo. As sugestões podem ser enviadas pelo WhatsApp ou colocadas em um mural na sala. Se os estudantes estiverem sem ideias, o próprio educador pode sugerir alguma questão que se destacou na turma.

Uma vez delimitado o tema, abre-se um espaço para discussão em três etapas: A primeira serve para que os participantes descrevam o problema, cada um do seu jeito. Já na segunda, eles devem elaborar como estão se sentindo em relação a essa questão. Por último, é hora de debater soluções e se perguntar o que pode ser feito para que aquilo seja diferente. O educador, durante o processo das atividades sobre emoções na educação infantil e de jovens, assume o papel de um mediador, incentivando outros desdobramentos para o debate.

Cartas para o Futuro

Que tal escrever para você mesmo, só que no futuro? Uma forma de trabalhar as emoções em longo prazo é usar um recurso muito simples: uma cápsula do tempo. Para inspirar os estudantes, os educadores podem trazer algumas referências de cartinhas, explorando bem os elementos da contação de histórias e das emoções. Depois, é só deixar que os estudantes escrevam do jeito deles e sobre o que for mais urgente naquele momento.

A ideia é guardar os relatos para serem revisitados depois de alguns meses, e conversar com a turma sobre o que mudou de lá para cá. Outra oportunidade nessa atividade sobre sentimentos e emoções é a de estreitar os vínculos com os estudantes individualmente, dando abertura para que os educadores ofereçam apoio ou entrem em contato com as famílias, caso necessário.

Diário de Sentimentos

Na mesma linha da atividade anterior, o Diário de Sentimentos pode aprofundar ainda mais as conexões e o senso de empatia entre os colegas. No colégio Nossa Senhora das Graças, as turmas do oitavo e nono ano do Fundamental foram convidadas a escrever um diário de quarentena. Semanalmente, os educadores postavam textos de apoio sobre os mais diversos temas ligados à saúde mental e pediam para que os jovens escrevessem como se sentiam. O próximo passo foi dar uma devolutiva individual, com o objetivo de reconhecer aquele sentimento e ajudar a encontrar soluções possíveis.

Uma maneira encontrada pela escola para expandir esse projeto, foi misturar as narrativas dos estudantes. Fragmentos das histórias formaram textos coletivos, mostrando como muitas das inseguranças e sentimentos eram compartilhados pela turma. Por fim, as salas foram divididas em grupos e cada um ficou responsável por criar uma produção artística que representasse uma narrativa coletiva. Juliana Boarati conta que o resultado das atividades sobre emoções na edeucação foi surpreendente e reforçou o vínculo com os estudantes.

Boneco das Emoções

Na Educação Infantil, uma alternativa é partir para o lúdico, já que o repertório emocional das crianças ainda está em formação. Tudo o que envolve contação de histórias, personagens e construção de narrativas pode conduzi-los até os próprios sentimentos. Um exemplo é o boneco das emoções, que pode ser feito à mão com os recursos que estiverem disponíveis: papel, rolinho de papel higiênico, bexiga. Vale propor que as crianças ajudem na construção desses personagens e desenhem os elementos de acordo com o que achem que representa a tristeza, a felicidade, o medo, e por aí vai. Depois, os educadores podem usar o boneco para contar histórias ou até mesmo no final de cada aula, para saber como foi o dia dos estudantes, criando um espaço de acolhimento. Veja um exemplo de boneco das emoções!

A série “Eu e o Universo”, da Netflix, tem 13 episódios que explicam, em uma linguagem simples, temas como redes sociais, ciência, sonhos, criatividade para as crianças. O 6º episódio trata das emoções e ao longo de vinte minutos apresenta várias dinâmicas para entender como o nosso cérebro transforma nossos sentimentos e percepções. É uma dica interativa e acessível para iniciar as discussões e aprofundar um pouco mais sobre o papel das emoções no nosso desenvolvimento.


Outras Notícias

Dia Internacional do Voluntário: a força do nosso voluntariado pela educação pública em 2025

04/12/2025

Dia Internacional do Voluntário: a força do nosso voluntariado pela educação pública em 2025

Com o engajamento de 10 mil colaboradores da Vivo, as iniciativas da Fundação arrecadaram 4 toneladas de alimentos e apoiaram 52 projetos sociais, impactando 45 mil pessoas em todo o país; confira a retrospectiva com as principais ações

Trajetórias negras na tecnologia abrem caminhos para os jovens

19/11/2025

Trajetórias negras na tecnologia abrem caminhos para os jovens

Histórias de pioneiros e líderes que romperam barreiras estruturais revelam como talento, apoio e representatividade impulsionam a inovação e ampliam oportunidades

Educação que transforma: escolas do Recife integram tecnologia e sustentabilidade às práticas de sala de aula

17/11/2025

Educação que transforma: escolas do Recife integram tecnologia e sustentabilidade às práticas de sala de aula

Cases como “Guardiões do Rio Morno” e “Robôs Eólicos” mostram caminhos para uma educação pública mais conectada à inovação e aos desafios ambientais

Tecnologia nas Ciências Humanas amplia horizontes do ensino e da aprendizagem

13/11/2025

Tecnologia nas Ciências Humanas amplia horizontes do ensino e da aprendizagem

Mapas digitais, museus virtuais e criação de podcasts; saiba como a alfabetização midiática está transformando o estudo de cultura, história e sociedade no currículo escolar

IA na educação: nota técnica inédita traz orientações práticas para integrar a IA aos currículos das redes

12/11/2025

IA na educação: nota técnica inédita traz orientações práticas para integrar a IA aos currículos das redes

Fundação Telefônica Vivo, Cátedra Unesco e Instituto IA.Edu lançam documento com roteiro de implementação e exemplos práticos em diferentes etapas de ensino, em alinhamento com a BNCC Computação

Como a tecnologia pode apoiar escolas na preparação para o Saeb

05/11/2025

Como a tecnologia pode apoiar escolas na preparação para o Saeb

Em PE, SE e MS, a Fundação Telefônica Vivo capacitou 1.100 docentes para promover o letramento matemático e contribuir para melhores resultados no Saeb, com apoio da plataforma Matemática ProFuturo