Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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17.02.2023
Tempo de leitura: 3 minutos

Por que levar a Cidadania Digital para a sala de aula?

Proteção dos dados, combate a discursos de ódio nas redes sociais. Quando o assunto é internet segura, essas são algumas das principais questões que vêm à mente. No entanto, outra expressão ganha destaque: a Cidadania Digital , que, especialistas defendem, também deve estar na sala de aula.

A imagem mostra um professor orientando uma aluna durante uma atividade mediada por computador, em prática de Cidadania Digital na sala de aula

Mas de que forma? É o que responde o curso “Cidadania Digital: como ela se conecta com a sala de aula?”, da Fundação Telefônica Vivo, em parceria com a Safernet.

Com dez horas de duração, o curso desperta o olhar crítico sobre processos tecnológicos já presentes no dia a dia de alunos e professores.

As aulas buscam se aproximar das competências gerais “Autoconhecimento e autocuidado”, “Cultura Digital” e “Responsabilidade e cidadania”, da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

 

O que é Cidadania Digital?

O conceito de Cidadania Digital oferece uma reflexão de como pensar em aprendizados para um uso mais seguro e eficiente da internet para todos os públicos.

Segundo Guilherme Alves, gerente de projetos da Safernet, o curso é uma oportunidade para pensar em uma formação multidisciplinar e nas apropriações éticas da tecnologia na sala de aula.

“Cidadania Digital não só ajuda a pensar nas ferramentas digitais, mas também nos contextos diferentes de usos. Uma criança tem usos diferentes de seus pais sobre a internet. O reconhecimento disso contribui para o protagonismo de crianças e adolescentes diante de novas tecnologias”, reflete.

Participante do curso, a professora Graziela Schausst da Silva acredita que curso se destaca por apresentar conteúdos que, para ela, ainda não estão acessíveis para todos no dia a dia:

“Hoje as escolas possuem pouco material pedagógico para o debate do uso da internet, o que impede as formações sobre o tema e também limita as possibilidades do professor”, comenta.

 

Cidadania Digital e Inclusão

Além do desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais para um uso mais seguro e empoderador da internet, também há a preocupação em trabalhar a importância da Cidadania Digital com alunos com acessos desiguais à internet.

Segundo dados de um estudo do Instituto Locomotivas e da empresa de consultoria PwC, sobre abismos digitais no país, 33,9 milhões de pessoas estão desconectadas no Brasil e outras 86,6 milhões não conseguem se conectar todos os dias.

Ao mesmo tempo, a pesquisa indica que, entre usuários mais jovens, os maiores índices de desigualdade estão no acesso à internet entre negros e não-negros, e estudantes de escolas públicas e privadas.

Ana Carolina Lima é advogada e diretora executiva do AqualtuneLab, coletivo jurídico formado por pesquisadores preocupados com as inter-relações entre Direito, Tecnologia e Raça. De acordo com ela, pensar em Cidadania Digital na sala de aula é uma oportunidade refletir como a tecnologia reproduz desigualdades sociais.

“Desde os anos 2010 estamos na geração dos nativos digitais, que é uma geração hiperconectada, mas a Cidadania Digital é negada a uma parcela significativa da população que também luta para ter a garantia de direitos básicos que são negados diariamente por causa da cor, raça, classe social, gênero, orientação sexual”, destaca Ana.

 

Conexão com pautas mais urgentes

Por outro lado, Guilherme Alves defende que a Cidadania Digital pode contribuir para a transformação social sobre outros desafios enfrentados por alunos e professores no dia a dia escolar.

“Pode ser até supérfluo falar de Cidadania Digital diante de questões mais urgentes. Mas é importante pensar nos usos que professores e alunos podem fazer da internet para encontrar informações de qualidade para a resolução de problemas”, destaca.

O curso está disponível online e pode ser acessado aqui.


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