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06.02.2018
Tempo de leitura: 4 minutos

Criador do app que monitora políticos responde 5 perguntas sobre desafios para empreender

Gustavo Warzocha, um dos fundadores do aplicativo Monitora, Brasil! compartilha sua experiência, conquistas e metas

Em 2013, dois cientistas da computação se uniram e resolveram usar as ferramentas digitais disponíveis com um objetivo em mente: melhorar a política no Brasil. Naquele ano, ficaram em 2º lugar em uma competição realizada pela Câmara com o aplicativo Monitora, Brasil!, e hoje já conquistaram mais de 50 mil downloads na Play Store com a iniciativa, que inclui também uma versão para desktop, uma página no Facebook  e um canal no Whatsapp.

O app lista todos os deputados federais e senadores do Brasil, trazendo uma ficha completa de cada um deles, comparativos, gastos da cota parlamentar, faltas nas sessões e até envolvimento na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Mas como eles chegaram até esse formato? Quais são seus principais desafios para seguir empreendendo e causando impacto social?

Gustavo Warzocha, de 36 anos, cientista da computação e mestre em ciência política explica um pouco mais sobre como ele e Geraldo Augusto de Morais, de 37 anos, seu parceiro, estão caminhando em busca da sustentabilidade do projeto, que você também pode conhecer melhor na página da Fundação Telefônica Vivo.

Fundadores do aplicativo: Geraldo Augusto de Morais (à esquerda) e Gustavo Warzocha

1 – Por que vocês decidiram criar o projeto, em 2013, qual o estímulo e a proximidade de vocês com a política?

Nós somos entusiastas do uso das novas tecnologias da informação pela política. As manifestações de 2013 despertaram o nosso interesse e nos fizeram acreditar que poderíamos promover mudanças por meio do fomento à transparência e a participação política.

2 – Como o projeto se sustenta financeiramente?

Atualmente o projeto é sustentado por mim e pelo Geraldo. Todos os códigos são software livre – abertos para quem quiser utilizar. O desenvolvimento dos aplicativos é realizado pelo Geraldo e envolve custos financeiros de um servidor para hospedar os aplicativos. São, aproximadamente, R$ 100 por mês.

O projeto também envolveu custos para o desenvolvimento do portal, criação a manutenção da página no Facebook, criação de páginas e vídeos para as campanhas das Ideias Legislativas no E-cidadania do Senado Federal. O desenvolvimento do portal custou R$ 1.500 reais e cada página (Monitora Brasil – 10 Medidas e Super Cidadão), com o respectivo vídeo, custou R$ 1 mil. Os posts diários da página do Facebook custam R$ 2 mil por mês.

Os valores acima incluem os principais custos e despesas do Monitora, Brasil!, sem considerar os gastos indiretos com o projeto.

3 – Quantas pessoas trabalham no Monitora, Brasil?

Nós temos um publicitário, o Ismael Lima, que fica responsável pelos posts diários na página do Facebook. Ele recebe pelos posts diários mas também faz trabalho voluntário para o Monitora, Brasil!

Ismael desenvolveu a parte de telas do Super Cidadão (jogo que compara desempenho de políticos), faz os roteiros dos vídeos para as campanhas e ajuda em todas as decisões sobre o Monitora, Brasil!

4 – Que modelos vocês estudam para conseguir recursos?

O projeto ainda não gera renda. Estamos procurando qual a melhor forma de institucionalizá-lo: ONG, Startup, Crowdfunding ou outra. Em junho de 2017, fomos selecionados como projeto de inovação social pelo Des-conferência: hackeando a burocracia.

A seleção foi importante para mostrar que estamos no caminho, mas não foi suficiente para definirmos qual o melhor modelo de negócio para o Monitora, Brasil! Nossa pretensão atual é tornar o Monitora, Brasil! sustentável.

5 – Quais os principais desafios para empreender nessa área e que dica vocês dariam para jovens empreendedores?

O grande desafio nessa área consiste em mobilizar e engajar as pessoas. Existe um caminho difícil a ser percorrido para transformar a indignação em transformações sociais efetivas. Precisamos prover meios para que as pessoas acreditem e participem ativamente das decisões que afetam suas vidas e o futuro do Brasil.

Para os jovens empreendedores, antes de dar uma dica, primeiro damos os parabéns pela coragem e determinação: vocês são o futuro do Brasil. Como dica, sugerimos que se envolvam nos problemas de suas comunidades, criem novas ideias e exijam renovação política. O mundo está desta forma porque as pessoas o fizeram assim e vocês tem o poder de mudar isso.


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