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Pesquisa revela que, entre as principais economias emergentes, a economia digital é transversal e tem o maior potencial de crescimento

#Educação#EnsinoMédio#TecnologiasDigitais

A digitalização é um fenômeno que veio para ficar. Este processo, marcado fortemente pela evolução tecnológica da sociedade, abarca praticamente todas as esferas da vida, como a educação, a política, a saúde, a cultura e, claro, o trabalho. Dessa forma, a economia digital já causa impactos abrangentes e duradouros no mundo do trabalho e, por isso, traz desafios e oportunidades para a inserção do jovem brasileiro neste universo.

Como evidenciado pela pesquisa O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras, lançado recentemente por Fundação Telefônica Vivo, Itaú Educação e Trabalho, Fundação Roberto Marinho, Fundação Arymaz e GOYN SP, o fenômeno da digitalização da economia também fez surgir novas formas de trabalho, profissões e, em consequência, novas demandas por habilidades e competências a serem desenvolvidas pelas juventudes – fatia da população mais afetada pelo desemprego. No Brasil, segundo dados do IBGE, 33,3% das pessoas entre 14 e 17 anos e 19,3% entre 18 e 24 anos estavam desocupadas no segundo trimestre de 2022, muito acima da média nacional de 9,3%.

Competências e habilidades para a economia digital

Neste cenário, um dos principais desafios está em como evitar que a automação do trabalho – fenômeno decorrente das intensas transformações tecnológicas recentes – implique necessariamente na substituição de humanos por máquinas. Realizado em 2022 pela consultoria IDados, um levantamento estimou em 58% a quantidade de postos de trabalho que podem ser substituídos por máquinas no Brasil, equivalente a nada menos do que 52,1 milhões de empregos.

“A digitalização da economia é, de fato, um fator importante que afeta o mercado de trabalho, principalmente em postos de trabalho com menor complexidade, e pode levar à desocupação”, aponta Gil Giardelli, especialista em inovação e economia digital. “No entanto, a economia digital também cria novas oportunidades de emprego para jovens, desde que eles possuam as habilidades e competências necessárias.”

E quais são elas? De acordo com a pesquisa, os conjuntos de habilidades mais relevantes para a inserção de jovens no mercado da economia digital são:

  • Habilidades socioemocionais: envolvem capacidades de liderança, resolução de problemas, negociação e adaptabilidade.
  • Habilidades tecnológicas: envolvem um conjunto de competências, como gestão da informação, comunicação digital, trabalho colaborativo virtual, visão digital estratégica, liderança digital, segurança digital, automação de escritórios e edição de conteúdo.

 

Para Karen Kanaan, sócia e diretora da 42 São Paulo, escola de programação baseada em aprendizagem coletiva, o mundo atual não nos destaca pelo que sabemos, mas sim pelo que sabemos fazer com os nossos conhecimentos. “Claro que o conteúdo e o conhecimento serão sempre as bases, mas é muito importante que possamos nos posicionar responsavelmente em novos contextos e tomar atitudes, pensar de forma crítica, questionar, refletir sobre o que sabemos e o que está por vir”, acredita. “Aprender não é absorver conhecimento, é ser parte da solução.”

Ela aproveita para reforçar as competências humanas que as máquinas jamais serão capazes de reproduzir: “a capacidade de pensar de forma criativa, de resolver problemas complexos, de trabalhar com pessoas que pensam de forma diferente, de criar em conjunto, de forma colaborativa. Essas competências devem ser desenvolvidas no espaço de ensino.”

 

Criatividade: a principal competência da economia digital

Os dois especialistas destacam o pensamento criativo como a principal competência para a inserção das juventudes no mercado de trabalho, especificamente em empregos dentro da economia digital. “Um indivíduo criativo, capaz de imaginar, consegue se adaptar a qualquer movimento”, observa Karen.

Gil define a criatividade como a capacidade de criar soluções novas e inovadoras para problemas complexos, a partir de uma abordagem criativa e fora da caixa. “É uma habilidade muito valorizada em empresas de tecnologia e startups, que buscam constantemente inovação e diferenciação no mercado. Além disso, também é fundamental na criação de experiências do usuário e no desenvolvimento de produtos e serviços digitais que atendam às necessidades dos consumidores, de maneira criativa e impactante.”

A criatividade também é importante na geração de novas oportunidades de trabalho na economia digital, seja por meio da identificação de novos nichos de mercado ou da criação de modelos de negócios inovadores. “É a partir da criatividade que se identificam oportunidades onde os outros não veem e são criadas soluções disruptivas”, acredita Gil.

 

Outras economias emergentes

De acordo com a pesquisa, para além da digital, as economias que apresentam o maior potencial de crescimento nos próximos anos são:

  • Economia verde: contribui para o bem-estar das sociedades e constrói equidade social, reduzindo os riscos e a escassez ambiental;
  • Economia criativa: engloba atividades artísticas e culturais, com potencial para gerar trabalho e riqueza por meio da criação e exploração de propriedade intelectual e aspectos criativos;
  • Economia do cuidado: compreende atividades de cuidado direto (pessoais e relacionais) e as de cuidado indireto;
  • Economia prateada: diz respeito às atividades econômicas que têm como público consumidor as pessoas de 50 anos ou mais.

 

A economia digital, porém, permeia e é transversal a todas as economias, já que os impactos de suas atividades influenciam todos os mercados, independentemente do setor de atuação. “A economia digital é uma das principais forças motrizes da inovação e da transformação digital em todo o mundo”, avalia Gil. “Ela tem o potencial de mudar a maneira como as empresas operam, como os serviços são entregues e como as pessoas trabalham e se relacionam. Isso pode ter um impacto significativo em todas as áreas da economia, desde a indústria criativa até a saúde e o meio ambiente.”

Economia digital: quais são as carreiras possíveis

Para as juventudes, carreiras que aliam habilidades tecnológicas às habilidades motoras especializadas , como as de engenharia eletrônica, têm maior potencial de inclusão na economia digital, pois demandam menor qualificação e tempo de experiência. São ocupações que estão mais associadas a uma formação técnico-prática do que teórica como instalar e fazer manutenção de máquinas em indústrias, por exemplo.

Para além das carreiras em engenharia eletrônica, a economia digital também possibilita o desenvolvimento de carreiras em áreas como:

  • processamento de dados
  • inteligência artificial
  • programação
  • segurança cibernética

Com o surgimento de novas carreiras e a crescente valorização das habilidades necessárias para o mercado da economia digital, ocorreram diversas mudanças significativas desde a década de 1990. De acordo com o estudo mencionado, fatores como o avanço tecnológico e as reestruturações econômicas causaram rupturas no modelo tradicional de emprego, resultando em menor estabilidade e linearidade, mas proporcionando maior autonomia aos indivíduos para o desenvolvimento de suas trajetórias profissionais.

Segundo Karen, termos como postos de trabalho, emprego, segurança e garantia, embora ainda estejam presentes no vocabulário do mercado de trabalho, estão se tornando cada vez mais obsoletos. Em contrapartida, observaremos um aumento na valorização dos conceitos de autonomia, autogestão, colaboração e criatividade.

Para saber mais sobre as carreiras do futuro e as economias emergentes, faça o download do estudo completo aqui.

Economia digital será a força propulsora do mercado de trabalho no futuro
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