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11.08.2017
Tempo de leitura: 6 minutos

Educação 360 une jovens, educadores e gestores em reflexão sobre a tecnologia na escola

Focado no protagonismo juvenil, evento discutiu escola que atenda os anseios dos nativos digitais

Educação 360 Tecnologia teve a participação da Fundação Telefônica Vivo

Focado no protagonismo juvenil, evento discutiu escola que atenda os anseios dos nativos digitais

Entender a tecnologia como aliada e propulsora de uma nova educação. Mais do que debater o assunto entre educadores e gestores, é preciso ouvir os jovens e aprender com sua natividade digital. Essas foram as premissas do evento Educação 360 Tecnologia, que aconteceu no dia 7 de agosto, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro (RJ).

Organizado pelo Jornal O Globo e com apoio da Fundação Telefônica Vivo, a edição especial do evento dividiu-se em dois espaços: dentro do auditório, palestras com especialistas discutiram como a tecnologia afeta gestão, estrutura e práticas pedagógicas contemporâneas. Do lado de fora, jovens protagonistas discutiam entre si como desejam aprender e o papel de dispositivos digitais nesse processo.

Mila Gonçalves, gerente de projetos da Fundação, foi uma das palestrantes do primeiro painel, centrado em práticas pedagógicas. Ela apresentou o Inova Escola, rede de seis escolas públicas do Brasil que inovam utilizando práticas como aprendizagem por projeto, uso de tecnologia e classes multisseriadas – uma delas, a EM André Urani, do Rio de Janeiro.

“Estamos apostando na educação do presente, confiantes de estarmos criando uma educação diferente para o amanhã”,
Mila Gonçalves

Sua fala esteve em consonância com a pesquisa apresentada por Tatiana Klix, editora do Porvir. Segundo os dados da Nossa Escola em (Re)Construção, 75% dos jovens querem utilizar recursos tecnológicos para aprender.

Essa escola só é possível quando se pensa também na reconstrução de sua estrutura, segundos os especialistas que se apresentaram nos painéis. Sérgio Branco, do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS), defende a tecnologia não só como modificadora da prática educacional, mas como instrumento para ler o mundo, imprescindível para qualquer inovação. “Internet tem que ser vista como eletricidade. Quando você chega num hotel, você não pergunta se tem eletricidade, você assume que tem. E ela tem que existir em todas as escolas”, defendeu.

Márcio Amorim, consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), usou como exemplo de conectividade e estrutura a EM Manoel Domingos, em Pernambuco, uma das participantes do Inova Escola. “Uma escola rural tendo acesso a tablets, com as crianças levando-os para casa, mostrando os seus pais. Imagine as possibilidades interessantes que saem disso”.

Essa escola só é possível quando se pensa também na reconstrução de sua estrutura, segundos os especialistas que se apresentaram nos painéis. Sérgio Branco, do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS), defende a tecnologia não só como modificadora da prática educacional, mas como instrumento para ler o mundo, imprescindível para qualquer inovação. “Internet tem que ser vista como eletricidade. Quando você chega num hotel, você não pergunta se tem eletricidade, você assume que tem. E ela tem que existir em todas as escolas”, defendeu.

Márcio Amorim, consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), usou como exemplo de conectividade e estrutura a EM Manoel Domingos, em Pernambuco, uma das participantes do Inova Escola. “Uma escola rural tendo acesso a tablets, com as crianças levando-os para casa, mostrando os seus pais. Imagine as possibilidades interessantes que saem disso”.

A gestão estadual do Espírito Santo desenvolveu um olhar sensível sobre como a gestão lida e incentiva mudanças tecnológicas a partir do trabalho da rede. Carmen Prata, responsável pelo projeto Sedu Digit@l, apresentou os resultados de mapeamento e formação de professores no painel sobre gestão, na parte da tarde.

“Divulgamos o que a rede, o professor da rede pública está desenvolvendo. São eles que estão na ponta e fazem toda diferença”, observou. Ela incentivou outros gestores a olharem o que já possuem em suas escolas. Se existem poucos computadores, exemplificou, seria interessante pensar em como criar grupos para que o aprendizado seja feito em conjunto, utilizando o que está disponível.

A palestra magna teve a presença do professor e autor norte-americano Marc Prensky, considerado o pai do termo “nativos digitais”. Para falar sobre a educação desse grupo – a geração que já nasceu com tecnologia à sua disposição – ele pediu aos presentes que considerassem estar preparando crianças e adolescentes para um mundo ainda desconhecido.

“As crianças de hoje têm muito mais capacidade do que as do passado. Os smartphones que elas carregam no bolso e que vocês tanto querem banir é uma extensão de seus cérebros e estão enchendo eles de capacidade. E mais: esses cérebros expandidos estão conectados em rede. As crianças aqui do Rio estão em contato com as de Xangai, e isso cria possibilidades infinitas de colaboração”.

No último painel, foram apresentados exemplos possíveis da utilização de recursos tecnológicos, pensando-se sempre em inspiração e em uma replicação. Rodrigo Pimentel, representante do Google for Education, trouxe exemplos de como o Google olha para educação, como a criação da plataforma colaborativa Google Classroom. Maria Slemenson, gerente do projeto Trilhas, do Instituto Natura, trouxe a experiência da Escola Digital, plataforma colaborativa online desenvolvida pelo institutos Natura, Inspirare e pela Fundação Telefônica Vivo.

Nela, educadores e gestores têm acesso a múltiplos objetos digitais, selecionados por especialistas para auxiliar e inspirar suas aulas. “Ainda que sejamos focados no professor, é com muita alegria que vemos os alunos acessarem a plataforma com autonomia”, comentou.

No fim do Educação 360 Tecnologia, Caio Dib, idealizador do Caindo no Brasil e mediador responsável pelo Painel Jovem, convidou alguns dos alunos presentes a subirem ao palco para compartilhar suas experiências. Júlia Amorim, de 16 anos, foi um deles, e falou sobre a importância de ser protagonista do percurso educativo.

“Não me sinto protagonista quando respondo questões de uma prova escrita. E sim quando saio do colégio, entrevisto pessoas, ajudo meus colegas em plataformas virtuais e crio minhas próprias aulas. Nós, alunos, queremos botar a mão na massa, e cabe a vocês, adultos, nos incentivar a fazer isso”.


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