Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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27.10.2020
Tempo de leitura: 5 minutos

Educadora usa canal no Youtube para falar sobre alfabetização

Conhecida como Professora Coruja, Lorena Carvalho quer incentivar professores a aderirem à cultura digital e acredita que a valorização da educação deve ser construída desde cedo
#MêsdosProfessores

Lorena Carvalho, conhecida pelo canal Professora Coruja que foca em alfabetização e cultura digital, está apontando para uma caixa de papelão. Ela é uma mulher de 27 anos, com cabelos compridos e castanhos e está usando óculos.

Um espaço para compartilhar ideias e tornar as aulas um momento prazeroso e divertido. É assim que a professora Lorena Carvalho apresenta seu canal, o Professora Coruja. Ali, ela reúne dicas para professores, sugestões de atividades e guias para lidar com tecnologia, tudo com foco em alfabetização e educação infantil. Aos 27 anos, a educadora de Mogi das Cruzes (SP) acredita na valorização da primeira infância como construção de uma educação de qualidade.

“É fundamental a alfabetização! Tem uma tirinha da Mafalda, que eu adoro, em que ela fala: quando você não lê, é obrigado a acreditar em tudo o que dizem. Se você vai acreditar em tudo o que vão falar, então cria-se um povo que obedece mais do que pensa. O Brasil tem uma potência incrível, só precisa valorizar a educação. Quando valorizarmos a Primeira Infância, resolveremos metade dos nossos problemas”, afirma, citando a personagem do cartunista argentino Quino.

Criada em uma família de professoras – a mãe e as tias se dedicaram ao campo da educação – o ambiente escolar sempre fez parte de sua jornada. Até por isso, quis se distanciar da profissão e cogitou estudar assistência social ou engenharia civil. Mas, pelo incentivo de uma tia – que via nela o potencial de ensinar outras pessoas, decidiu seguir como educadora.

“Enquanto eu crescia, falava que seria tudo menos professora, porque eu sempre estive no mundo da pedagogia por causa da minha família. E aí, no meu primeiro estágio me apaixonei por ver o quanto as crianças me ouviam e eu conseguia transformar a vida delas”, relata.

Há cinco anos dando aula para o 1º ano do Ensino Fundamental e trabalhando diretamente com alfabetização, Lorena Carvalho decidiu criar o canal no YouTube por considerar a rede social mais democrática. Além disso, ela acredita no poder de fazer conexões com outros colegas para compartilhar experiências e dores.

“Muitas vezes, um projeto incrível que você desenvolve com sua turma poderia ajudar outros educadores. Sempre falo que bons professores inspiram outros bons professores, que inspiram outros e assim, a gente continua”, afirma.

O plano da professora é crescer cada dia mais. “Quero chegar em muitos lugares, a outros meios de comunicação, chegar na TV. E quero que o Professora Coruja seja uma referência para os educadores”, complementa.

Lidando com a tecnologia sem cobranças

Hoje, com mais de 70 mil inscritos no canal, a professora conta que o segredo é encontrar ajuda e fazer adaptações para aprender a lidar com o universo das redes sociais. “No começo a gente não tinha equipamento. Então, fizemos uma luminária com papelão e papel alumínio e usei ela durante anos. Só comprei uma profissional há pouco tempo.”
Para a educadora, a pandemia causada pelo coronavírus foi um “verdadeiro tsunami” e não deve ser romantizada, mas, mesmo sendo um processo doloroso, fez muitos educadores aprenderem a lidar com os meios digitais.
Em um cenário em que as aulas presenciais ainda estão suspensas na maioria das escolas, a especialista em alfabetização vê nas redes sociais um meio interessante de se conectar a quem já está mais familiarizado em produzir conteúdo.
“Existem vários professores excelentes no Instagram e que inspiram várias ideias. É possível achar conteúdo pesquisando por hashtags. Se você usar o Google, pode até mesmo visitar museus de forma virtual. Olha o quanto a tecnologia nos ajudou! Mas para isso precisa mexer nas ferramentas. Se você não sabe mexer, pede ajuda a alguém da família, corre atrás de outros professores”, sugere Lorena.

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Três dicas para ensinar dentro de casa!

Mesmo educadores que já estavam habituados a utilizar a tecnologia com os alunos, também foram impactados pela pandemia, que trouxe o desafio de modificar a estrutura da sala de aula tradicional para o ensino remoto. Pensando nisso, Lorena Carvalho elencou três principais passos para quem ainda precisa lecionar de dentro de casa. Confira!

1 – Crie uma rotina
Ainda que seja difícil, estabelecer uma organização de trabalho traz clareza e faz o professor não ficar sobrevivendo ao dia, podendo planejar com mais calma as atividades que vai desenvolver com os estudantes.

2 – Não se cobre!
É preciso entender que não é possível fazer mil coisas em um dia. É fazer o possível dentro da sua realidade e ter em foco que está dando o melhor dentro do possível para cumprir com as tarefas. Nesse sentido, é importante respeitar os momentos de descanso para poder se manter bem e manter as aulas produtivas.

3 – Envolva os pais das crianças
É possível propor atividades para que os pequenos treinem a leitura e a escrita: fazer listas de compras ou seguir uma receita são exemplos que funcionam. E os pais são uma rede de apoio importante.

Inteligência emocional e legado

Com intenção de se especializar em neurolinguística, Lorena é uma entusiasta do desenvolvimento de inteligência emocional. “Se a gente desenvolve bem a criança na questão de suas emoções, ela vai se tornar um adulto muito mais realizado, porque a vida não é apenas um mar de rosas”, diz.

Ela acredita que é importante deixar um legado para os estudantes, porque os professores são as figuras que mais marcam o crescimento de uma pessoa.

“Brinco que o professor não vê a sementinha que ele está plantando porque muitas vezes perde contato com aluno. Mas, se você tiver que lembrar de um professor de forma positiva ou negativa, você vai lembrar. Então olha nossa responsabilidade! Mais do que passar conteúdo, qual o legado que vai ficar na vida dos seus alunos?”, provoca.


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