Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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11.10.2017
Tempo de leitura: 4 minutos

Empreendedorismo na infância para crianças que sonham

No Dia das Crianças, conheça a Pedagogia Empreendedora criada pelo brasileiro Fernando Dolabela para formar indivíduos protagonistas de suas histórias

Criança vestida de piloto de avião

No Dia das Crianças, conheça a Pedagogia Empreendedora criada pelo brasileiro Fernando Dolabela para formar indivíduos protagonistas de suas histórias
O que uma criança e um empreendedor podem ter em comum? Para o escritor Fernando Dolabela, essas duas figuras, mesmo em gerações diferentes, possuem características bem parecidas.  “A criança é intensamente criativa, não tem medo de assumir riscos e também se acha capaz de realizar qualquer atividade antes mesmo de fazê-la”, diz.
O pesquisador mineiro, que há mais de 25 anos atua na disseminação de metodologias empreendedoras voltadas à população jovem, acredita que o empreendedorismo é uma potencialidade que precisa de constante alimento para crescer, e é nos espaços educativos que isso deve acontecer.
Foi assim que Dolabela criou a chamada Pedagogia Empreendedora no início dos anos 2000 para o ensino do empreendedorismo na Educação Básica, para crianças e jovens de 4 a 17 anos.
“A escola tem um poder incrível de incentivar a criatividade, por isso ela deve se constituir como espaço de relações sociais que estimulem soluções individuais, em que o estudante é o dono de sua própria história”, diz.
Autor de diversos livros sobre o tema, e também criador da rede Starta, que incentiva a inovação, Dolabela conta que aplica o termo empreendedorismo em seu sentido amplo, como forma de ser, e não de fazer, e que por isso o considera uma das mais poderosas ferramentas de construção da liberdade e de combate a desigualdades.

Como funciona na prática

Fernando Dolabela

A metodologia consiste em dois momentos: o primeiro é o autoconhecimento do sonho da criança. Ela quer ser astronauta, professora ou inventar uma máquina, por exemplo? Por meio de jogos, música e dança e das ferramentas disponíveis dentro do espaço educativo, é construída com a criança uma concepção deste futuro.
Já no segundo momento, com a meta definida, a criança traça possíveis caminhos e ferramentas que possibilitarão a realização do sonho. O educador tem um papel fundamental: o de deixar livre o caminho dos sonhos, sem influenciá-lo em decisões e estimular a tomada de decisão.
O foco da Pedagogia Empreendedora não é preparar crianças e jovens para criarem empresas, por exemplo, mas sim incentivar o potencial de cada um para empreenderem onde desejar, e assim buscar soluções criativas para questões à sua volta.

“Os valores que levam ao sucesso profissional estão mudando, e temos que acumular um conhecimento empreendedor digno de romper paradigmas. Não podemos mais processar o mundo, temos que reformá-lo”
Fernando Dolabela.


Desde que começou a ser testada, até os dias hoje, mais de duas mil escolas de 148 cidades, dez mil educadores e milhares de alunos já foram impactados pela Pedagogia Empreendedora, tanto no Brasil quanto no exterior. Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) aplica o método em sete países.
Para o pesquisador, isso se deve à simplicidade de sua execução, seu baixo custo – são necessários uma sala de aula e instrumentos como papel, tesoura e caneta – e por ser escalável, já que se baseia na formação de educadores.
Embora a metodologia possa ser implementada em escolas públicas e privadas, Dolabela acredita ser importante que seja justamente as instituições públicas as maiores consumidoras de sua pedagogia, afinal o empreendedorismo em que acredita é capaz de transformar a situação de desigualdade do país. São José dos Campos, em São Paulo, por exemplo, é uma das cidades que adotou a pedagogia em toda sua rede de ensino.

Uma questão cultural
Segundo o Ranking Global de Empreendedorismo de 2017, que mede o ecossistema empreendedor dos países, o Brasil é o número 98 em uma lista de 130 nações.
Para o pesquisador, isso demonstra que o Brasil ainda não enxerga a conexão entre o empreendedorismo, o desenvolvimento sustentável e a eliminação da pobreza. Quando o indivíduo se vê capaz de realizar uma ideia para mudar seu entorno ou solucionar um problema, ele altera as estruturas de poder, construindo um caminho de liberdade, ainda que interpelado por riscos.
E a semente dessa cultura empreendedora é muito mais fértil quando começa a ser cultivada na infância. “Não há nada mais danoso do que pensar o empreendedorismo como uma habilidade específica, que alguns têm e outros não. Todos nascem empreendedores, porque é um potencial da espécie humana, e que necessita ser constantemente ativado para ser desenvolvido”.


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