Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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29.08.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Ensino Híbrido: uma poderosa ferramenta de personalização da aprendizagem

Modelo inovador de educação prevê equilíbrio entre tempos de aprendizagem individual e colaborativa

Modelo inovador de educação prevê equilíbrio entre tempos de aprendizagem individual e colaborativa

Às vezes, é importante reforçar o evidente: o mundo mudou e, com isso, a educação também precisa mudar. Como destacou a socióloga Helena Singer, coordenadora do departamento de Ações Estratégicas e Inovação do Departamento Nacional do Sesc, garantir uma escola nova para um tempo novo, além de universalizar o acesso a ela, faz parte da agenda do sistema educacional de um país. E a inovação educativa, com suas amplas possibilidades de melhorar o que já existe e transformar modelos vigentes aparece como uma valiosa oportunidade.

“As pessoas se relacionam com o conhecimento de forma muito diferente do que vinte, trinta anos atrás. Elas navegam pelo conhecimento, não acumulam conhecimento. Não existe mais a perspectiva linear das enciclopédias ou o professor que tem mais conhecimento que os estudantes”, ressaltou Helena durante entrevista concedida em 2015. A combinação de um aprendizado off-line ou presencial com o online e virtual – conhecida como ensino híbrido (blended learning, em inglês) – vem ao encontro desta tendência.

Além de preservar as trocas presenciais entre aluno e educador e entre alunos, este modelo se sobressai pelo uso dos Objetos Digitais de Aprendizagem (também conhecidos como ODAs), que podem ser games, vídeos, infográficos, livros eletrônicos, etc., ferramentas pedagógicas que podem ser usadas dentro e fora da sala de aula.

Como esclarece o glossário do Porvir, o objetivo do ensino híbrido é que seus diferentes momentos sejam complementares e promovam uma educação mais eficiente, interessante e personalizada. Faz parte da nova função do educador encontrar os arranjos mais adequados possíveis. Ele passa a ter, a partir deste modelo, a chance de adaptar suas aulas ao ritmo e ao perfil de cada aluno, valorizando seu repertório de competências e habilidades e garantindo seu lugar no centro do processo educacional.

Segundo declarou ao Especial Tecnologia na Educação o professor de História Eric Rodrigues, da Escola Municipal Emílio Carlos, no Rio de Janeiro (RJ), a tecnologia é um mecanismo para que o professor se coloque como professor-mediador e não mais um professor que só expõe o conteúdo para os alunos. “Você quebra o paradigma da aula expositiva”, afirma. Para Matheus Valença, seu aluno do 9º ano do Ensino Fundamental, esta nova configuração de aula acaba com o sistema no qual “o professor dá a matéria e quem entendeu, entendeu, quem não entendeu, não entendeu”.

Por acreditar em metodologias de ensino mais flexíveis e significativas, a Fundação Telefônica Vivo apoia o desenvolvimento de escolas inovadoras no Brasil, ou seja, instituições que buscam formas diferenciadas de aplicar seus conteúdos em sala de aula e representam a própria inovação educativa. Nelas, o modelo híbrido é uma realidade. Um conceito que, segundo o professor José Manuel Moran, especialista em novas metodologias de ensino, está conectado com a vida contemporânea, na qual “sozinhos vamos até um certo ponto; juntos, também”.

As plataformas adaptativas

Criadas para responder em tempo real às necessidades e ao ritmo de aprendizagem de cada aluno, as plataformas adaptativas surgiram para apoiar este processo de transformação. Uma das pioneiras foi a Khan Academy, fundada pelo americano Salman Khan em 2008. Por meio de videoaulas, exercícios interativos e desafios, a plataforma permite que o usuário estude por conta própria, e registra o seu desenvolvimento. Com isso, é possível identificar se precisa continuar se dedicando a um mesmo assunto ou se pode passar para outros módulos, otimizando a interação, como um game.

 

A partir do seu uso, a professora americana Alison Elizondo, do 4º ano da escola pública Burnett Elementary, na Califórnia (EUA), desenvolveu o próprio método de ensino, denominado We <3 2 Learn (Nós Amamos Aprender). De maneira integrada, ela também reorganizou o ambiente da sala de aula, que se assemelha a uma aconchegante sala de estar, com sofá, mesa de jantar, vasos e luminárias, e implantou uma espécie de laboratório rotacional: ao longo da aula, os alunos vão passando por estações, onde realizam atividades de naturezas diferentes.


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