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Simuladores virtuais ajudam os alunos a entenderem a aplicação prática de conceitos matemáticos e fenômenos da química, da física e da biologia.

#NovoEnsinoMédio#TecnologiaDigital

Imagem mostram adolescentes acessando o celular para fazer simulações

Não é novidade para os professores, a dificuldade de despertar interesse nos alunos por assuntos como função matemática, números inteiros ou isótopos. Os estudantes dizem não ver sentido prático nestes conhecimentos e, por isso, não se sentem estimulados a aprender. Ao mesmo tempo, a escola pública dispõe de poucos recursos para fazer experimentações que demonstrem a relevância desses conceitos. Porém, com a ajuda dos simuladores virtuais, os educadores conseguem fazer com que a turma compreenda, em exercícios práticos, como matemática, física, química e biologia impactam suas vidas e são usadas no dia a dia de todas as pessoas.

Rosângela Griep é professora de matemática do ensino médio do Instituto Federal do Mato Grosso (IFMT), em Sorriso (MT). Ela diz que começou a trabalhar com simuladores em 2017 porque precisava de algum recurso capaz de tornar menos abstrato o ensino da sua disciplina. “Eu percebi que as universidades e as escolas privadas de ensino médio usavam simuladores e decidi trazer essa metodologia para minha sala de aula.”

Griep explica que esse tipo de ferramenta aumenta o engajamento dos alunos com o aprendizado da disciplina, ao tornar visual e palpável o uso de conceitos como equações e variáveis. Além disso, trazem dispositivos móveis para o processo de aprendizagem: “hoje, o celular está na palma da mão de quase todo estudante. Os simuladores são uma forma interessante de tornar o celular efetivamente uma ferramenta pedagógica”, ressalta.

Entenda como funciona o simulador PhET e como ele pode inovar a aprendizagem de ciências

Nas suas aulas, Griep utiliza o PhET Interactive Simulations, um recurso educacional aberto e gratuito, desenvolvido pela Universidade de Boulder, no Colorado (EUA), que oferece simulações de física, química, matemática, ciências da natureza e biologia para professores utilizarem em sala de aula. “Gosto desse simulador porque ele traz muitos recursos e planos de aula compartilhados por professores”, conta.

O objetivo da plataforma é estimular o envolvimento dos alunos e, para isso, busca: incentivar a investigação científica, fornecer interatividade, tornar visível o invisível, mostrar modelos mentais visuais, incluir várias representações (objeto de movimento, gráficos, números etc.), usar conexões com o mundo real e criar uma simulação que possa ser, de forma flexível, usada em muitas situações educacionais.

Como planejar uma aula utilizando simuladores virtuais educacionais

A professora enfatiza, no entanto, que para o trabalho com simuladores funcionar é preciso organização. “Sem planejamento, os simuladores acabam se tornando um elemento decorativo da aula, e não um recurso metodológico”, adverte. Ela conta que o primeiro passo é selecionar quais simulações serão utilizadas e desenhar um caminho e de experimentação para os alunos.

“Em geral, peço para eles explorarem a simulação em casa, usando o celular, e trazerem suas impressões para compartilharem com os colegas em sala de aula. Depois, apresento um roteiro que eles devem seguir ao observar a mesma simulação que exploraram em casa. Novamente, eles precisam compartilhar as impressões dessa experiência ‘guiada’”, descreve Griep, que garante notar mais interesse dos alunos nas suas aulas com essa ferramenta.

Simuladores virtuais educacionais: a importância da formação de professores

Em muitas escolas que não possuem laboratórios físicos, os simuladores funcionam como laboratórios virtuais. “É importante o professor entender que se trata de simulações científicas, que precisam ser planejadas antes para funcionarem. Um planejamento semelhante ao que se faz para o uso de um laboratório”, explica o professor de matemática Júlio Cavalcanti, da coordenadoria de inovações educacionais da Secretaria Municipal de Educação de Passo Fundo (RS).

No final de 2021, a rede municipal organizou uma formação de professores para o uso de simuladores em sala de aula. Para tanto, a ferramenta escolhida também foi o PhET, em razão da diversidade de simulações oferecidas e por ter uma versão mobile muito eficiente. “Existem outras opções excelentes quando se fala em simuladores educacionais. Posso citar o Algodoo, Geogebra, Tracker, entre outros”, exemplifica  Cavalcanti.

Pouca oferta de formação para professores das redes públicas

No entanto, iniciativas como a de Passo Fundo são raras. Apesar dos simuladores educacionais já existirem há um bom tempo, sua utilização nas redes públicas de ensino ainda é muito tímida. O PhET, por exemplo, foi lançado em 2002; e o Algodoo em 2009.

Rosângela Griep atribui esse cenário ao desconhecimento do professor sobre a existência dessas ferramentas e à escassa oferta de formação. “Eu dou aula no Campus da cidade de Sorriso. Por aqui desconheço qualquer formação de professores voltada para o uso destas ferramentas. Talvez tenha algo em Cuiabá (capital do estado). O professor interessado nesse tipo de inovação acaba tendo que se formar no YouTube, buscando algum tipo de tutorial sobre o assunto”, explica.

Entenda como simuladores virtuais trazem inovação para as aulas de ciências e despertam o interesse dos alunos
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