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O learning analytics torna possível analisar os dados disponíveis em plataformas digitais educacionais e usá-los para melhorar o ensino e a aprendizagem.

#NovoEnsinoMédio#TecnologiaDigital

Imagem mostra pessoa verificando dados no computador

Learning analytics. É bem possível que a maioria dos professores nunca tenha ouvido falar sobre isso. Ou mesmo que tenha, pode pensar que seja algo muito distante de seu dia a dia e do cotidiano da escola. No entanto, desde que as tecnologias digitais passaram a fazer parte da vida de professores e estudantes, milhões de dados são produzidos todos os dias, informando as plataformas educacionais sobre quem são seus usuários e o que fazem (ou não fazem, ou gostariam que fosse possível fazer) dentro do ambiente virtual. Analisar esse volume gigantesco de dados, extraindo informações úteis para o ensino e a aprendizagem, é o objetivo dos sistemas de learning analytics.

 

Qual é a diferença entre dado e informação?

Para compreender como isso funciona, é importante entender a diferença entre dados e informação. Dados são registros de diversos tipos – números, nomes, endereços, área de atuação, interesses, entre outros. Já informação é a organização desses dados – quantos estudantes de uma mesma escola têm interesses parecidos, por exemplo.

Como o learning analytics pode ajudar a entender e melhorar o trabalho dos educadores?

As plataformas de learning analytics são capazes de produzir informações sobre a jornada de professores e estudantes dentro dos ambientes virtuais de ensino e aprendizagem. Além disso, muitos desses sistemas têm painéis de controle que apresentam os resultados de forma simplificada, facilitando as análises e as tomadas de decisão de professores e gestores. É o caso da Escola Digital,  uma plataforma gratuita que oferece recursos digitais de aprendizagem a professores e gestores da educação. Esses recursos podem ser buscados por disciplinas, tipos de mídia e etapas, anos e modalidades de ensino. Além disso, também permite que professores criem recursos digitais que, após passarem por um processo de curadoria, são disponibilizados na plataforma.

Por meio de um painel de controle, um gestor que adota a Escola Digital em sua rede poderá usar a plataforma para saber quantos professores estão cadastrados; quantos utilizam a plataforma; quais recursos digitais são mais procurados; quantos e qual é o perfil dos professores que são criadores; quais escolas da rede mais buscam esses recursos etc. Com essas informações, o gestor pode entender melhor o perfil e as necessidades dos docentes de sua rede e criar uma política de formação adequada à realidade de seus professores.

Karina Daidone Pimentel, gerente de projetos sociais da Fundação Telefônica, uma das organizações responsáveis pelo desenvolvimento da Escola Digital, explica que “o projeto tem o pressuposto de ser uma plataforma colaborativa, que oferece recursos, mas ao mesmo tempo estimula os educadores a criarem e contribuírem com soluções que são oferecidas aos seus colegas no ambiente virtual.” Todo esse processo é mapeado pelo sistema.

Dados revelam toda jornada de aprendizagem dos estudantes em ambientes virtuais

Outra ferramenta que monitora o comportamento de seus usuários é o Tutor Mundi, uma plataforma de reforço escolar, que oferece às escolas um serviço de tutoria individualizada. Funciona assim: a escola contrata a plataforma e cria acessos para cada aluno. Dentro do ambiente virtual, o estudante informa suas dúvidas sobre qualquer disciplina. Na sequência, um tutor é indicado para entender qual a dificuldade de aprendizagem desse estudante e ajudá-lo naquela matéria. Com isso, o painel de controle da plataforma é capaz de mostrar para professores e gestores: quais as principais dificuldades de um determinado estudante; quais as dificuldades mais comuns numa determinada escola; comparar as dúvidas de uma turma com outras; verificar quais disciplinas e qual conteúdo geram mais dúvidas entre os alunos. Todas essas informações podem ajudar o professor na preparação de suas aulas. Também podem apoiar os gestores na condução da política educacional da escola e rede.

A diretora pedagógica da empresa, Camila Rezende, diz que a plataforma ajuda a escola a atingir seus principais objetivos. Segundo ela, existem escolas que estão preocupadas com o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), enquanto outras têm o foco em corrigir defasagens dos estudantes. “O Tutor Mundi traz dados que podem nortear a escola na realização desses e outros objetivos”, explica.

 

Learning analytics, livros digitais e novas possibilidades ao estímulo da leitura

Imagine o professor de redação e literatura sendo capaz de saber o que, como e quanto os seus alunos leem. Essa é a proposta da plataforma Árvore. Com milhares de livros disponíveis em formato digital, o sistema aprende sobre o gosto literário dos alunos e oferece títulos baseados em seus hábitos de leitura. A plataforma também informa o quanto o estudante leu de uma obra sugerida pelo professor, bem como o momento em que ele abandonou a leitura.

Todas essas informações são disponibilizadas para professores e gestores escolares, que podem acompanhar a evolução de leitura de um aluno individualmente, mas também de uma turma ou de uma escola inteira. Segundo João Leal, CEO e fundador da Árvore, com estes relatórios de leitura, os educadores podem fazer intervenções a partir dos dados e realizar um trabalho assertivo em sala de aula.

Learning analytics e a importância do tratamento ético de dados pessoais

O learning analytics é uma ferramenta importante para modelos de ensino e aprendizagem orientados por dados. Este modelo, no entanto, demanda um cuidado especial no tratamento e na privacidade dos dados que são coletados pelas plataformas digitais educacionais. Todas as ferramentas que fazem parte dessa reportagem seguem os critérios de transparência e privacidade da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Criada em 2018, a LGPD tem o objetivo de garantir um processo ético de coleta e processamento de dados pessoais.

Um tratamento ético de dados pessoais envolve informar ao usuário sobre quais dados serão coletados, as razões dessa coleta e quais pessoas terão acesso a essas informações. Também prevê solicitar, ao usuário, uma autorização para realizar a captura de dados, além de permitir que o usuário tenha acesso a todos os dados coletados sobre ele e a forma como foram utilizados.

Learning analytics: o que é e como pode ajudar professores e gestores da educação pública
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