Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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06.11.2018
Tempo de leitura: 4 minutos

Programaê estimula pensamento computacional em oficina para educadores

Cerca de 360 integrantes da rede pública de ensino de Goiânia (GO), Saloá (PE) e Natal (RN) receberam formação para levar o pensamento computacional à sala de aula

Imagem mostra as mãos de uma pessoa sobre um teclado de computador para ilustrar a formação sobre pensamento computacional do Programaê

Quais línguas são importantes aprender para conseguir acompanhar os acelerados desafios do século XXI? Inglês, espanhol e mandarim são algumas delas, certo? Mas e a linguagem das máquinas, a programação? Saber a lógica por trás do funcionamento de computadores é cada vez mais importante e desenvolver o pensamento computacional passa a ser requisito para pessoas de qualquer idade.

Sabendo dessa necessidade, a Fundação Telefônica Vivo, em parceria com o Instituto Lemann, criou o Programaê, uma iniciativa que busca aproximar a programação do cotidiano de jovens de escolas públicas de todo o país e formar educadores para usar a programação na elaboração de novas metodologias em educação.

Nos meses de agosto, setembro e outubro, as capitais Goiânia e Natal, além da cidade de Saloá (PE), receberam formações do Programaê, que alcançaram 220 unidades escolares municipais, 360 educadores e 60 integrantes dos Núcleos de Tecnologia Educacional. Os NTEs, compostos por uma equipe interdisciplinar de professores e técnicos para oferecer formação continuada, são braços de integração tecnológica nas escolas públicas de ensino básico.

Desenvolvendo a cultura digital

Segundo Mônica Mandaji, professora doutora em educação e consultora de formação do Instituto Conhecimento Para Todos, parceiro executor das oficinas do Programaê, ao lado do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimentos Sustentáveis (CIEDS), o ensino do pensamento computacional, como um eixo fundamental da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), precisa estar cada vez mais próximo de educadores e alunos.

“A competência número 5 da BNCC fala sobre a cultura digital, que trabalha o pensamento computacional, e as oficinas vão ao encontro do ensino disso. A cultura digital já existe entre os jovens, que usam o celular para fotografar, mandar informações, para a comunicação. O que as oficinas fazem é ajudar os educadores na sistematização dessas práticas para que os jovens deixem de ser apenas usuários intuitivos e tornem-se protagonistas do processo”, considera Mônica Mandaji.

As oficinas de formação do Programaê foram divididas em dois momentos: computação desplugada e computação plugada:

Na primeira etapa, a partir do conhecimento prévio dos professores sobre o pensamento computacional, brincadeiras e movimentos de corpo ajudavam no aprendizado de conceitos básicos de programação, como os 4Ps: paixão, planejamento, parceria e pensar brincando.

Na segunda, os computadores entraram em cena: os educadores colocaram em prática os conceitos que aprenderam e, como resultado, criaram um jogo.

Derrubando barreiras em relação à programação

Ao final da oficina, a ideia é que o pensamento computacional faça parte das práticas pedagógicas dos educadores e que a cultura digital seja uma aliada na educação de crianças e jovens.

“Os professores tinham uma resistência ao novo, porque não tinham tempo de estudar as possibilidades do uso da tecnologia em sala de aula. Mas quando começava a oficina e eles percebiam que já praticavam um pouco da linguagem computacional no dia a dia, ficavam felizes de estar ali aprendendo. Acreditamos que o pensamento de Paulo Freire, de que é importante estar feliz para aprender, faz toda a diferença nas oficinas”, revela a professora Mônica Mandaji.

Seja no município de Saloá (PE), que tem 15 mil habitantes, seja em Goiânia, cidade com mais de um milhão de habitantes, as oficinas serviram para desmistificar que a programação está relacionada às disciplinas de exatas, ou que só pode aprender a programar quem gosta de trabalhar com números. A intenção é tornar a linguagem computacional acessível a todos.

Cada formação leva em consideração as histórias de vida e as particularidades de cada município para onde vamos, conta Mônica Mandaji. No entanto, o aprendizado da linguagem computacional é possível para todo mundo e não é exclusivo apenas àqueles que têm habilidades com as ciências exatas: “a cultura digital está na vida das pessoas o tempo todo, basta saber enxergar”, conclui a formadora.

Além de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Goiás, a formação do Programaê também passou por São Paulo em 2018, onde 40 educadores e pedagogos dos cinco Telecentros da Prefeitura de São Paulo participaram das atividades.

Box traz dados da formação sobre pensamento computacional do Programaê em Goiânia, Saloá (PE) e Natal.

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