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O Programaê é um projeto da Fundação Telefônica que parte do princípio da frase: "Não compre um videogame, faça um. Não baixe um app, desenvolva o seu".

“Não compre um videogame, faça um. Não baixe um app, desenvolva o seu”

Essa fala não é de nenhum presidente de uma grande empresa de tecnologia, de um entusiasta programador ou reitor de uma faculdade de tecnologia. Essa frase é do presidente Barack Obama. Nela, ele apoia uma iniciativa de ensinar programação para crianças de 6 a 10 anos nas escolas americanas. E por que iniciativas como essa estão se espalhando tanto?

Com o avanço da tecnologia em velocidade exponencial, fazendo com que streaming se torne cotidiano com Periscope, com que realidade aumentada possa ser acessível a qualquer um, com o reconhecimento de voz e imagem tão apurados, aprender a linguagem das máquinas é tão importante quanto dominar o alfabeto. Todos concordam que a ideia é interessante, mas que está longe de alcançar o consenso. Afinal, ensinar programação não é uma tarefa fácil. Vamos aos desafios.

O primeiro desafio, na minha opinião, é fazer todos se envolverem, meninas e meninos. Isso ainda não acontece por um erro de percepção. Para a maioria das pessoas, programação não é considerada uma habilidade, mas um plano de carreira para o qual se é bom e vale a pena ou então é perda de tempo. Tecnologia e programação são vistas como fim e não como meio. Aprendê-las é tornar-se mais independente, produtivo e criativo – todas habilidades importantíssimas para a geração de “problem solvers” que os próximos anos precisarão. Esses saberão ao menos como as coisas funcionam e compreenderão a gravidade ou complexidade das situações inéditas que a humanidade enfrentará.

Outro desafio que muitos já me apresentaram é como não assustar a criançada e fazer tudo parecer brincadeira. Esse é um dos mais batidos e está muito mais presente no discurso de quem nunca tentou ensinar nativos digitais. Eles realmente já nasceram imersos nessa realidade. A galerinha com menos de 11 anos não sabe o que é não estar 100% conectado 24/7.

Além disso, hoje podemos contar com ajuda de softwares que tornam lúdica a experiência de aprender. O Scratch, desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), o Kodu, da Microsoft e o MIT AppInventor são alguns dos programas exemplos para tornar a missão de começar a “codar” ainda mais divertida. Inclusive, estou coordenando uma competição (maratonadeaplicativos.com.br) para jovens do Ensino Médio que consiste no desenvolvimento de aplicativos para celulares ou tablets com a utilização desta plataforma desenvolvida pelo MIT (App Inventor). Para apoiar os estudantes com conhecimento necessário para o desenvolvimento dos aplicativos, criamos materiais de estudo que auxiliam os alunos a idealizar, desenvolver, testar o app e cadastrá-lo nas lojas de aplicativos. Eles aprendem a programar em apenas três horas!

Um dos acadêmicos mais famosos do assunto, Mitchel Resnick, coordenador do Lifelong Kindergarten, grupo de pesquisas do Media Lab do MIT voltado para o uso da tecnologia por crianças diz: ”Todos deveriam aprender a programar, porque essa habilidade aprimora a capacidade de aprender”. Ou seja, não existe certo e errado, qualquer experiência nesse sentido vai tornar a próxima ainda mais rica, independente se deu certo ou errado.

O último desafio e mais complexo é baratear a implementação de formação literária digital. Afinal, esse processo pode ser bastante facilitado com computadores e internet que, apesar de estarem com preços mais acessíveis nos últimos anos, ainda não são uma realidade para o Brasil remoto.

Organizações de vários países estão trabalhando para a popularização das aulas de programação no ensino básico. A ONG code.org, nascida nos Estados Unidos e, hoje, referência no assunto, recebeu o apoio de executivos como Bill Gates, da Microsoft, e Mark Zuckerberg, do Facebook, além de diversas celebridades como o ator Ashton Kutcher, a cantora Shakira e o rapper Will.I.Am. Para ajudar na missão, o Code.org oferece gratuitamente material didático e um espaço de discussão onde qualquer pessoa interessada no assunto podem tirar dúvidas e compartilhar experiências. Mas precisamos lembrar que dominar o inglês não é realidade no Brasil, muito menos para a galerinha de pouca idade. E é aí que entra uma iniciativa incrível chamada Programaê!, movimento que quer aproximar a programação do cotidiano de jovens de todo o Brasil e que, por isso, traduziu a maior parte do material da code.org, o maior parceiro do projeto!

E se eu não tiver internet? Nem computadores ou tablets? Nem muito conhecimento? Será que ainda é possível? Yes, we can (não podia usar outra frase em um post que já começou com Obama!). Com interesse, tem muito material na internet e um montão de ferramenta para te ajudar nessa missão. Acho que o principal segredo é se colocar como um facilitador da experiência e não como um expert que vai responder todas as perguntas. Espero conseguir cumprir essa missão também aqui nesta editoria.

Abraços,
Cami

“Não compre um videogame, faça um. Não baixe um app, desenvolva o seu”
“Não compre um videogame, faça um. Não baixe um app, desenvolva o seu”