Informe Social 2024: conheça nossas ações em prol da educação pública!

Notícias

29.06.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Quais são os diálogos possíveis entre a universidade e o empreendedorismo?

O alinhamento entre uma pesquisa refinada e práticas inovadoras pode fazer com que as universidades brasileiras cada vez mais formem empreendedores sociais

O alinhamento entre uma pesquisa refinada e práticas inovadoras pode fazer com que as universidades formem empreendedores sociais.

A produção de conhecimento dentro das universidades é fervilhante. Sendo um espaço naturalmente ocupado por jovens, cheios de ideias e abertos à experimentação, nascem na academia boas ideias e pesquisas inovadoras. Foi em meados de 1980 que universidades norte-americanas perceberam que esse seria um território prolífero para falar e incentivar o empreendedorismo social. Faculdades como Babson College, em Massachusetts, e Stanford, na Califórnia, adotaram como prerrogativa que a inteligência nelas produzida não ficasse restrita às paredes acadêmicas, servindo como propulsão para negócios e iniciativas benéficas a comunidade.

Embora os diálogos entre universidades brasileiras e a área de negócios sejam de ordem mais recente, as instituições nacionais vêm percebendo a importância de se debruçar sobre o ensino do empreendedorismo: tanto a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (UNICAMP), instituições de referência, têm centros de inovação para impulsionar a criação de pontes entre as áreas. O próprio perfil dos alunos brasileiros também é um incentivo. Segundo a pesquisa Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras, lançado em 2014 pela Endeavor, 57,9% dos universitários brasileiros querem empreender.

“Temos percebido que as universidades desejam se tornar lugares de maior prática”, explica Rogério Oliveira, cofundador e gestor da Yunus Negócios Sociais Brasil. O braço educacional da empresa criou a Rede Yunus de Universidades para apoiar o ensino e a capacitação de empreendedores nas universidades brasileiras. “O ser humano aprende mais quando ele pratica a teoria, então é um movimento natural que as instituições implementem cada vez mais a prática como método educativo. Não podem haver divisões e dicotomias, separando teoria e prática”, ele complementa.

A cultura acadêmica brasileira pode levar a uma produção de conhecimento bastante confinada a quem o fez ou quem tem facilidade de acesso a ele. Trabalhos de conclusão de curso parados em bibliotecas universitárias ou artigos em prateleiras podem se tornar negócios inovadores, precisando somente de espaço para se desenvolver. “Quanto mais as universidades estão abertas para tornar o produto das pesquisas reais, mais vemos projetos melhores. Os projetos precisam sofrer o teste do mundo, obrigar o aluno a dialogar mais, conversar com quem vai usufruir da pesquisa. Se preocupar menos com quantidade de pesquisas ou papers publicados e mais com o que deu frutos e está disponível para a população.”

E o território da universidade, que é por si só de experimentações, é uma zona de protagonismo juvenil, na qual o universitário pode exercer ao máximo seu poder empreendedor, ainda mais se aportado por um ambiente que oferece disciplinas e mentoria na área. “Na universidade ele pode errar, com o menor risco possível, em uma zona de conforto”, explica Rogério. Ele exemplifica: na área de negócios sociais, se a universidade mantém uma boa relação com a comunidade em seu entorno e tem conhecimentos de fundos de investimentos sociais, ela pode ser uma aceleradora da ideia de seus alunos.

Em contrapartida, o empreendedor também pode se beneficiar de um ambiente fértil em referências e teorias fundamentais para resolução de problemas que possam surgir no desenvolvimento de negócios. Rogério explica que existe uma mitologia ao redor do ensino de empreendedorismo: “Nos acostumamos com a premissa de que ele é complexo e desafiador, portanto difícil de ser sistematizado. Com essa desculpa, o empreendedor se dispõe pouco a aprender em teorias, livros e experiências anteriores”.

O Brasil é sempre listado como uma das nações mais empreendedoras do mundo, ou seja, já há uma demanda natural do país pela cultura empreendedora e como ela pode se inovar. Se as universidades acompanharem essa tendência, oferecendo aos alunos campos prolíferos de criação e inventividade – e também aprendendo a implementação da prática –, elas colocam para os universitários o empreendedorismo social como uma trilha possível de ser percorrida como carreira, estreitando laços entre a pesquisa referencial e a prática aplicada à realidade brasileira.


Outras Notícias

Informe Social 2024: iniciativas em prol de uma educação pública mais inclusiva e digital

18/06/2025

Informe Social 2024: iniciativas em prol de uma educação pública mais inclusiva e digital

Em 2024, a Fundação Telefônica Vivo reafirmou seu compromisso com a educação pública, promovendo inclusão e inovação nas escolas por meio da tecnologia

Dia dos Voluntários mobiliza 10 mil colaboradores e beneficia 51 instituições em todo o Brasil

18/06/2025

Dia dos Voluntários mobiliza 10 mil colaboradores e beneficia 51 instituições em todo o Brasil

Uma das maiores iniciativas corporativas no país, o Programa de Voluntariado da Fundação Telefônica Vivo mobilizou ações simultâneas em 34 cidades, atendendo cerca de 45 mil pessoas

Especialista explica como a IA generativa pode ser usada na educação

10/06/2025

Especialista explica como a IA generativa pode ser usada na educação

O pesquisador Fábio Campos, do Transformative Learning Technologies Lab, da Universidade de Columbia (EUA), fala dos benefícios e desafios do uso da IA e dá exemplos de como ele pode ser aplicada em sala de aula

Tecnologia em sala de aula: conheça histórias inspiradoras de quatro professores da rede pública

28/05/2025

Tecnologia em sala de aula: conheça histórias inspiradoras de quatro professores da rede pública

Docentes dos estados do Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais e Pará contam como incorporaram ferramentas digitais para tornar os conteúdos educacionais mais atrativos, interativos e dinâmicos

Fundação Telefônica Vivo e MEC: parceria estratégica fortalece formação docente continuada no uso pedagógico das tecnologias digitais 

22/05/2025

Fundação Telefônica Vivo e MEC: parceria estratégica fortalece formação docente continuada no uso pedagógico das tecnologias digitais 

O AVAMEC, plataforma de aprendizado contínuo do Ministério da Educação (MEC), agregou no seu portfólio 24 cursos da Fundação Telefônica Vivo focados no desenvolvimento de competências digitais para docentes e gestores

Piauí investe em Inteligência Artificial (IA) na educação pública e colhe bons resultados

15/05/2025

Piauí investe em Inteligência Artificial (IA) na educação pública e colhe bons resultados

Com aulas de IA, estudantes criam soluções reais para suas comunidades e se destacam em competições nacionais e internacionais