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13.12.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Uma ponte entre empreendedorismo e impacto social marca nova geração da juventude criativa

Conheça a história de Felipe Matos, que faz parte da nova juventude focada no empreendedorismo social - aquela que não se contenta apenas com um trabalho convencional.

Felipe Matos (garoto do meio da foto) conta sua iniciativa para destacar a riqueza do Vale do Jequitinhonha

Jovens como Felipe Matos se preocupam em alavancar não só suas carreiras, mas seu entorno

Imagem em fundo azul traz explicações sobre o chatbot Deco, que dá dicas sobre vídeos com empreendedores sociais.

O empreendedor Felipe Matos, de 22 anos, sempre enxergou o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, com outros olhos. Diferentemente de alguns jovens da sua idade, que pouco se interessavam pela cultura local, Felipe acreditava que o Vale tinha riquezas inexploradas e se incomodava com a imagem pessimista comumente propagada pela mídia, aquela que foca exclusivamente na seca e na vida difícil enfrentada pelos moradores. Seu inconformismo resultou em uma ideia inovadora: ele tinha de criar um centro, um canal que pudesse atrair o jovem para se envolver com a cultura da região.
Felipe faz parte da nova juventude focada no empreendedorismo social, que não se contenta com um trabalho convencional. Segundo a pesquisa Empreendedorismo nas Universidades, realizada pela Endeavor, 58% dos jovens brasileiros têm o desejo de empreender. Felipe também é integrante de uma ramificação desse grupo de empreendedores, chamada de jovens-ponte. O termo, cunhado pelo estudo O Sonho Brasileiro (feita pela agência de pesquisas em tendência de consumo chamada BOX 1824, em 2011), denota um jovem que não está preocupado só com o seu futuro, mas também com o do entorno em que vive.
“O jovem-ponte se conecta com diversos grupos; ele é ‘multipertencente’. Também podemos chamá-lo de jovem barra (/). Por exemplo, ele é advogado/ativista/cervejeiro artesanal”, explica a cientista social Beatriz Pedreira, uma das coordenadoras do projeto. Ela ainda reforça que esse jovem não só transita entre diversos nichos, como trabalha com eles e os interconecta, redistribuindo ideias.
Felipe faz parte do grupo, que, de acordo com a pesquisa, corresponde a 8% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos. A partir do momento em que se comprometeu com a promoção do Vale, juntou-se a um grupo de amigos e com eles criou a TV Jequi. Visando conseguir equipamentos para o canal e profissionalizar o serviço de produção multimídia para todo Vale, ele idealizou o Redondo Centro Multimídia. Felipe viu sua ideia tomar a forma definitiva quando se inscreveu no Pense Grande, programa de difusão do empreendedorismo social para jovens realizado pela Fundação Telefônica Vivo.
“Temos uma praça que foi cedida pela prefeitura. Por meio de editais, pretendemos construir um espaço físico que terá áreas de produção midiática, bibliotecas colaborativas e laboratórios. Em suma, um ponto de encontro que coloca o jovem em foco em contato com equipamentos e técnicas de fotografia, audiovisual, rádio e impressos, para que eles possam usar os canais e contribuir para a produção e divulgação de peças de comunicação em canais multimídia. Em especial conteúdo de qualidade sobre o Vale”, Felipe explica.
Lidar com o empreendedorismo social implica em algumas dificuldades particulares, e Felipe as sente na busca por financiamento. “O empreendedor social lida com o impacto, tanto para mudar a realidade quanto a sabedoria das pessoas. É muito mais complicado trabalhar com mudança de visões do que só ganhar dinheiro, e isso exige muito mais envolvimento com os seus parceiros e com as empresas. Tem de ser um articulador”.
A pesquisa O Sonho Brasileiro, que teve um desdobramento focado para a área política em 2014, também classificaria Felipe como um empreendedor político, que é, segundo Beatriz, o jovem que visa o lucro, mas também deseja impactar a vida pública e o coletivo. Ele também busca entender de política, relacionando-se com os poderes públicos. O Redondo Centro Multimídia já firmou parcerias com a prefeitura de Jequitinhonha, a Universidade Federal de Minas Gerais e outros órgãos públicos.
“Estou tentando colocar o jovem em contato com a cultura do Vale do para valorizar e divulgar, e assim jogar o Vale na rede”. Assim Felipe resume sua missão. São os jovens-ponte que podem construir os elos, subjetivos e palpáveis, interligando o entorno com o desejo de empreender, valorizando-se como profissionais e reconhecendo o território que os constituiu como pessoas.


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