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Conheça as boas práticas de professores de cinco estados brasileiros que concluíram as formações em Tecnologias Digitais do Programa Pense Grande Tech, da Fundação Telefônica Vivo, e se destacaram na aplicação da tecnologia nas escolas onde lecionam

#Educação#Educadores#TecnologiasDigitais

Imagem mostra um aluno negro sendo orientado por sua professora, branca, no uso de um tablet

O uso da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem pode ser transformador e inspirador. Ela pode proporcionar acesso a diversas informações, recursos educacionais e oportunidades de interação e colaboração em sala de aula. Para os docentes, a tecnologia aplicada na prática pedagógica favorece a personalização do ensino, apoiando no desenvolvimento do pensamento lógico dos estudantes, que se tornam mais autônomos e críticos para o uso de ferramentas digitais de maneira eficiente. O primeiro passo nessa jornada é dado por educadores que se movimentam para inovar em busca da garantia da aprendizagem. Como resultado, boas práticas de professores podem servir de inspiração para profissionais com o mesmo objetivo.

Docentes da rede pública de ensino dos estados de Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina participaram, em 2023, de uma série de formações em eletivas dos cursos de STEAM, Narrativas Digitais, Cultura Digital e Robótica Sustentável, realizadas pela Fundação Telefônica Vivo em parceria com as Secretarias de Educação dos cinco estados. O objetivo era proporcionar aos educadores uma imersão em temas da Cultura Digital, alinhados aos conteúdos dos cadernos da Coleção de Tecnologias Digitais.

Conversamos com cinco professores que concluíram as formações e se destacaram pelo impacto de suas práticas pedagógicas em 2023. Confira!

Formação com foco nas prioridades docentes

Imagem de rosto do professor Jonata, um homem negro, com cabelo curto e barbaO professor de Física, Jonata Sena Ferreira é o responsável pela eletiva de STEAM na Escola Estadual Dom Constantino Luers, que fica em Campo Alegre (AL). Pelos canais internos da Secretaria de Educação de Alagoas ele descobriu que poderia complementar a sua formação com os cursos oferecidos pelo Programa Pense Grande Tech. “Por mais que tenha cursos interdisciplinares, na minha faculdade não aprendi metodologias como estou conhecendo agora”, comenta.

De acordo com Jonata, ter participado da formação em STEAM foi um privilégio e a aplicação das ferramentas e conteúdos adquiridos aconteceu quase que em tempo real. Afinal, em uma semana, o docente já usava seus novos conhecimentos em suas aulas. Durante a formação, o professor também descobriu uma série de recursos educacionais digitais para usar em sala de aula.

Apesar dos desafios técnicos para utilizá-los na escola, foi possível colocar em prática vários projetos “desplugados”. “Por exemplo, em vez de usar uma plataforma digital como o Kahoot, programa que permite organizar quizzes, para gamificar a aula, eu pedia para os estudantes escreverem, recortarem as letras e as levantarem. A lógica do jogo estava lá”, detalha.

Tecnologia para inovar as narrativas  

Imagem mostra o rosto da professora Andréa, uma mulher branca, de cabelos longos, usando batom vermelho e blusa azulProfessora de Língua Portuguesa há quase 30 anos, Andréa Aparecida Manoel, da cidade de São Mateus (ES), conhece bem os conceitos e tipos de narrativas. Assim como metodologias para abordá-las em sala de aula. Porém, aliar o uso de ferramentas digitais nesse contexto não era algo que ela costumava praticar. Não só pela falta de conhecimento, como também de tempo para pesquisar sobre o tema.

Quando se inscreveu na formação de Narrativas Digitais por indicação da direção da Escola Marita Motta Santos, foi liberada das aulas para conseguir participar dos encontros síncronos. Nesse período, Andréa estava responsável por uma disciplina eletiva de mangás e animes junto com o professor de Matemática da escola, que concluiu a formação em STEAM. A dupla de docentes levou as ferramentas e técnicas adquiridas para uma turma de 38 estudantes, aumentando o interesse em sala de aula e compartilhando com outros professores um exemplo de boa prática pedagógica com o uso de tecnologia.

“Fomos mostrando aos alunos opções de templates de desenhos e alguns recursos para fazer a animação, de uso bem simples. Inclusive, esse recurso pode ser usado pelos professores na produção de um vídeo de introdução de algum tema que vão trabalhar, para chamar a atenção. Por fim, meus estudantes gostaram tanto que queriam mais tempo de aula!”, relata Andréa. Com a experiência, a professora garante que a tecnologia fará parte das suas aulas, sejam de Português ou Eletivas.

Robótica sustentável em produções de estudantes indígenas

Imagem mostra o rosto da professora Karla, uma mulher negra, com cabelos longos e escuros, usa óculos e batom vermelhoFormada em Letras, Karla Karoline Servion Martins Ferreira atua como professora e coordenadora de práticas inovadoras (PCPI) de turmas multisseriadas, na Escola Estadual Indígena João Quirino de Carvalho-Toghopanãa, na região do pantanal sul-matogrossense. Ela leva oito horas de barco para chegar até seu local de trabalho e fica dois meses seguidos alojada na aldeia, com intervalos de 10 a 15 dias na cidade.

A professora conta que complementou suas aulas com os conhecimentos adquiridos na formação em Robótica Sustentável. Karla colocou os estudantes em contato com a tecnologia, mesmo com os desafios de acesso a equipamentos. “Fizemos uma força-tarefa com notebooks emprestados e juntamos vários alunos por máquina”, conta. Recentemente, a escola passou a ter acesso à internet por satélite e chegou ao local um pequeno laboratório de robótica.

Além desse desafio, foi preciso enfrentar ainda resistências culturais, como a desconfiança dos estudantes em relação à tecnologia e a pessoas não indígenas. Então, o trabalho da professora começou com a construção de modelos de robôs com sucata, em parceria com a professora Thais Pereira Pinto. Mas ao perceber o interesse dos estudantes, as duas deram passos além.

Para a disciplina eletiva de Astronomia, elas sugeriram aos estudantes a criação de um foguete também utilizando sucata. Nesse sentido, as professoras estudaram como seria possível colocar em prática essa ideia e ficaram surpresas com a recepção positiva dos alunos para a proposta. Duas tentativas foram feitas pelos estudantes e professoras para o lançamento do foguete. Mas somente na terceira, depois de aperfeiçoar detalhes do projeto, a missão se cumpriu.

“Para a terceira tentativa, os alunos fizeram uma rosca com pedaço de árvore, que se ajustava melhor ao corpo do foguete. Quando subiu, eles ficaram muito animados”, lembra a professora. Mesmo que o lançamento tenha sido breve, Karla gravou um vídeo que pode ser revisto várias vezes. Junto, veio a ideia de produzir um curta-metragem com a história dos primeiros indígenas que viajam para a Lua. Dessa maneira, os alunos fizeram roteiro orientados pela professora Thais, produziram cenários, trajes e interpretaram seus papéis. À professora Karla coube a edição.

“O projeto tomou uma proporção que a gente não esperava. Ao passo que outras turmas vieram falar comigo, pedir para fazer filmes, construir foguetes – já temos planos para fazer um filme na língua guató, com legendas em português. Além disso, teve um aluno que me falou: quando eu crescer quero construir robôs”, relata.

Cultura digital no trabalho das equipes gestoras

Imagem mostra a pedagoga Amanda, uma mulher negra, de cabelos ondulados na altura dos ombros, ela usa óculos e batom em tom rosadoHá quase três anos, a pedagoga Amanda Aparecida Barboza da Silva Santos assumiu um cargo de coordenação na Secretaria de Educação de Minas Gerais. Desde então, é responsável por uma equipe de 17 pessoas, com idades de 20 a 60 anos. Na sua visão, todos precisam se adequar à transformação digital na educação.

“Pessoalmente, sempre tive facilidade com tecnologias. Mas não se trata só do meu trabalho. E sim do trabalho da equipe”, explica. Por isso, ela quis realizar a formação em Cultura Digital e, assim, aprender sobre estratégias e ferramentas para ser capaz de mobilizar pessoas. De acordo com Amanda, a formação permitiu que ela entendesse como quebrar mitos e propor experiências diferenciadas com o uso da tecnologia.

Ainda assim, seu plano agora é organizar, junto com outras duas educadoras que também realizaram o curso, uma formação para os demais integrantes da equipe. “A ideia é a gente poder repassar um pouco do que aprendeu. Para quebrar de fato as resistências, é necessário praticar”, afirma.

De acordo com a pedagoga, os conhecimentos serão úteis no dia a dia de trabalho dos gestores de educação profissional. “Sem dúvida, é importante que saibam trabalhar com planilhas, entendam a relevância de se coletar dados, que estejam a par do uso de novas tecnologias”, cita.

Usando os códigos para resgatar a identidade dos estudantes

Imagem mostra o rosto da professora Bruna, uma mulher branca, loira, cabelos longos e que está usando uma blusa verdeO que há por trás de um nome? Essa é a pergunta que moveu a professora Bruna Cristina Beber Zenatti e seus estudantes da Escola de Educação Básica Victor Felippe Rauen, do município de Jaborá (SC), em uma atividade com o uso do Scratch. Inspirada pelo curso Desafio do Código, ela realizou um planejamento envolvendo a criação de animações com os nomes dos alunos, que resultou em um exemplo de boas práticas de professores.

De acordo com a docente, a atividade envolveu muita prática. Os objetivos foram fazer os alunos se apropriarem da tecnologia, desenvolvendo a criatividade. “Para transformar a escola em um mundo mais significativo para os jovens, a tecnologia é essencial. Os estudantes precisam entender como a tecnologia funciona e dar mais significado à sua aprendizagem”, declara.

Assim, antes de realizar a animação, os estudantes pesquisaram o significado de seus nomes de registro civil, a história e o contexto em que surgiram. Então, o resultado foi compartilhado com a turma e as animações foram planejadas. “Foi muito positivo ver o interesse dos estudantes na programação, sendo que 95% não tinham tido contato com o tema”, relembra a professora.

Pesquisar e trabalhar com programação incentivou o interesse dos alunos e inspirou-os a investigarem ainda mais a tecnologia. “Eles entenderam como as coisas funcionam, como o celular, por exemplo, e tudo que nos cerca”, relata Bruna.

De acordo com a professora, a atividade despertou nos estudantes interesse, curiosidade e até mesmo a vontade de serem programadores.

“Vivemos em uma sociedade tecnológica e isso tem a ver com o projeto de vida da turma. As profissões voltadas para essa área ganham cada vez mais espaço e isso favorece para o mercado de trabalho. Nesse sentido, o contato com a programação na escola pode ser decisivo para o futuro”, conclui.

Professores da rede pública inspiram estudantes em sala de aula com o uso das tecnologias digitais
Professores da rede pública inspiram estudantes em sala de aula com o uso das tecnologias digitais