Conheça a pesquisa "CURRÍCULOS DE COMPUTAÇÃO: Levantamento e Recomendações"

Notícias

01.12.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

É possível imaginar uma cidade para as crianças? Estudantes pernambucanos escrevem cartas com propostas

Crédito: Songpan Janthong/Shutterstock
*Publicado originalmente no site Child in the city,
com tradução do Portal Aprendiz
Para efetivar o direito à participação social das crianças, é necessário que se reconheça que suas visões de mundo são bases legítimas para o planejamento urbano. Considerando isso, como é possível planejar o desenvolvimento de nossas cidades na direção de uma cidade amigável para crianças?

Em um estudo em andamento,  crianças com 11 anos de idade da cidade de Recife (PE) escreveram cartas sobre o que eles consideram uma cidade amigável para a infância. As cartas eram endereçadas para aqueles que as crianças julgavam serem responsáveis pela cidade e trazem em si uma forte sensibilidade política. Confira alguns dos trechos:

– Para um amigo: “Carlos (…), nós temos que lutar pelos direitos das crianças”, disse Marcos.

– Para o  diretor da escola: “Você pode não ser perfeito, mas você tem o poder de promover um futuro melhor, onde nós podemos ser o que queremos ser”, disse Jane.

– Para a Câmara dos Vereadores: “Essa cidade pode ser muito melhor, e é você, que me lê, que pode fazer isso acontecer!”, provocou Laura.

– Para o Presidente: “Se você ler isso, eu confio que você realizará o que pedimos”

– Para outras crianças: “E podemos conseguir tudo isso começando com nós mesmos”, disse Rafael.

– Para todo o mundo: “Nós não temos a quem culpar se não olharmos o que nós mesmos estamos fazendo para atingir uma cidade amigável para as crianças. Devemos sempre ajudar as crianças em necessidade. Aqui é o João mandando um SOS para o mundo”.

Sujeitos complexos

A pesquisa, coordenada por Adriana Cordeiro e Sérgio Benício, professores do Grupo de Pesquisa de Estudos Urbanos e de Políticas de Mobilidade da Universidade Federal de Pernambuco (MOBIS/UFPE), pretende contribuir para o conhecimento dos contextos políticos que envolvem as vidas e rotinas de nossas crianças, promover novas experiências educativas e construir uma compreensão crítica do planejamento urbano.

As crianças são agentes que assumem múltiplas posições, revelando a complexidade de sua experiência urbana e as especificidades de sua percepção única. Pais, amigos, outros adultos e instituições são implicadas em suas preocupações sobre os problemas da cidade. Vinny, por exemplo, escreveu que “uma cidade para crianças é uma cidade que demonstra na prática o que a criança aprendeu na escola, como não jogar lixo na rua, que é algo que as pessoas adultas fazem conforme envelhecem”.

Na carta de Leonardo para sua mãe, Lucy, ele escreve: “uma cidade amigável para as crianças precisa de pessoas como você (boas, educadas, respeitosas e amorosas). Precisamos fazer uma campanha: ‘Mais Lucy na cidade’. Talvez aí Recife comece a ser uma cidade para crianças”.
As crianças mostraram muitas queixas sobre violência, corrupção, inflação, preconceito, poluição, trânsito e culparam diversos atores por esses problemas. Em suas cartas, elas exigem saúde, moradia e educação de qualidade para todos e todas, assim como honestidade do governo e da população adulta no geral.

“Muitas vezes eu penso sobre como é possível que uma cidade tão linda tenha tanta violência. Algumas pessoas nem saem de casa por medo”, escreveu Letícia. “Eu queria uma cidade onde as pessoas não bebem e dirigem e não ficam irritadas porque seu time de futebol perdeu, onde não há pessoas sem teto e onde as escolas privadas não são melhores que as públicas”, propôs Miriam.

O estudo também mostrou que, além de comer sorvete e querer comprar brinquedos, as crianças também querem poder brincar ao ar livre em um ambiente limpo, seguro e agradável. Eles projetam uma cidade para crianças como um local onde se pode brincar na rua sem se preocupar com os carros ou com a violência. Nessa cidade ideal, com menos automóveis, “as crianças podem brincar na rua ao invés de usar o computador e o celular”, acredita Arthur.


Outras Notícias

Novos cursos da plataforma Escolas Conectadas fortalecem competências digitais de educadores

16/09/2025

Novos cursos da plataforma Escolas Conectadas fortalecem competências digitais de educadores

Durante webinário promovido pela Fundação Telefônica Vivo, foram lançadas quatro novas formações gratuitas para professores, alinhadas à BNCC Computação

Tecnologia e matemática na educação são destaques no 9º Congresso da Jeduca

01/09/2025

Tecnologia e matemática na educação são destaques no 9º Congresso da Jeduca

Evento reuniu especialistas para debater IA, redes sociais e novas formas de ensinar matemática no Brasil

Setor de TIC cresce e aposta no protagonismo dos jovens para ocupar novas vagas

29/08/2025

Setor de TIC cresce e aposta no protagonismo dos jovens para ocupar novas vagas

Estudo inédito revela que 82% das empresas dispostas a contratar afirmam que soft skills, diversidade e ensino técnico são decisivos para a entrada de jovens no mercado de TI no Brasil

Matemática abre caminhos para o futuro profissional dos jovens  

19/08/2025

Matemática abre caminhos para o futuro profissional dos jovens  

O domínio de habilidades matemáticas é base essencial para diversas carreiras, especialmente nas áreas de ciência, tecnologia e inovação

6ª edição do Hack4Edu chega ao Brasil e desafia estudantes a inovar com IA

15/08/2025

6ª edição do Hack4Edu chega ao Brasil e desafia estudantes a inovar com IA

Hackathon internacional reúne estudantes e especialistas para criar soluções tecnológicas com impacto social e educacional, premiando ideias de destaque

Da formação à prática: professores multiplicadores fortalecem redes de ensino com inovação

13/08/2025

Da formação à prática: professores multiplicadores fortalecem redes de ensino com inovação

Educadores apoiam colegas para integrar tecnologia na sala de aula, aumentando o engajamento e melhorando o desempenho dos estudantes