Não existe hoje uma profissão ou área do conhecimento que não seja impactada pelas tecnologias. Aparelhos, ferramentas e sistemas digitais já fazem parte do cotidiano de bilhões de pessoas no mundo atual. Nas instituições de ensino não é diferente, a tecnologia já está presente no dia a dia de gestores, educadores e estudantes.
Para inspirar, trouxemos os relatos de quatro docentes que desenvolvem práticas pedagógicas com o uso de tecnologia em sala de aula na rede pública de ensino das cidades de São Luís (MA), Sinop (MT), Espírito Santo do Dourado (MG) e Oieiras do Pará (PA), nas disciplinas de português, espanhol, matemática, ensino religioso e ciências humanas.
Os educadores ouvidos passaram por diferentes formações do Escolas Conectadas – projeto que faz parte do ProFuturo, programa global de educação da Fundação Telefônica Vivo e pela Fundação Bancária “la Caixa”, que oferece aos educadores formação continuada em cursos gratuitos on-line, com diferentes cargas horárias e certificados por instituições reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
As práticas desenvolvidas por eles nos mostram que é possível, de fato, incorporar ferramentas digitais para tornar os conteúdos educacionais mais atrativos, interativos e dinâmicos. Confira:
Tarefas digitais
Com quase 30 anos de experiência em sala de aula, a professora Derliana Godinho Unger conta que nunca tinha trabalhado com tecnologias digitais em suas turmas. Mas, se interessou pelo assunto após fazer o curso “Tecnologias digitais na prática pedagógica para criar e compartilhar”.
Professora de português e espanhol em turmas dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio em duas escolas de São Luís, no Maranhão – o Centro de Ensino Paulo Freire e o Centro de Ensino São Cristóvão -, ela conta que se surpreendeu com a aceitação de seus estudantes à primeira atividade que propôs com o uso de ferramenta digital. “Eles gostaram e pediram que mais tarefas dessa natureza fossem feitas. Disseram que tem muito mais aprendizagem quando o conteúdo é trabalhado de forma prazerosa.”
Sua ideia para avaliar e aperfeiçoar os conhecimentos trabalhados com os estudantes em sala de aula foi criar um questionário virtual com a ferramenta Mentimeter e compartilhar o link da atividade com a classe. A professora fez o quiz com perguntas de diferentes níveis — fácil, médio e complexo — para depois poder avaliar as dificuldades pessoais de cada estudante e ter um direcionamento sobre o nível geral da turma.
“A estratégia foi fazer uma verificação de aprendizagem de forma divertida e que atraísse a atenção dos alunos. Usamos o aparelho que eles mais gostam, o celular”, conta Derliana. Ela explica que o uso de uma ferramenta “simples” ampliou os conhecimentos trabalhados e despertou o interesse do aluno para os conteúdos.
Matemática com metodologias inovadoras

Professor de matemática em turmas dos anos finais do Ensino Fundamental, Aparecido Soares da Silva queria que sua disciplina fosse mais atraente para seus alunos da Escola Estadual Jorge Amado, em Sinop, no Mato Grosso. Foi com essa motivação que ele desenvolveu uma prática de ensino com recursos digitais voltada para turmas dos 8os e 9os anos.
Graduado em matemática e pedagogo, com especialização em psicopedagogia, Silva participa da formação continuada em práticas pedagógicas no Escolas Conectadas, aprimorando seus conhecimentos do uso de tecnologias educacionais e estratégias inclusivas. “Minhas aulas de matemática agora são feitas a partir de planejamentos pedagógicos que utilizam metodologias inovadoras, como gamificação e aprendizagem criativa. Assim, o ensino de Matemática torna-se mais significativo e envolvente para os estudantes, conectando os conteúdos ao cotidiano e às competências do século XXI.”
Para Silva, o uso de recursos digitais ajuda a superar as dificuldades de aprendizagem, a desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento crítico e a estimular o protagonismo dos alunos. “Em matemática, trabalha-se especialmente o eixo das habilidades de investigação, modelagem e resolução de situações-problema, conectando conteúdos como números, álgebra, geometria e estatística ao contexto dos estudantes.”
E destaca o envolvimento dos estudantes com o processo de ensino e aprendizagem. “Eles participaram ativamente em todas as etapas, trabalhando em conjunto para resolver problemas e apresentar soluções inovadoras. Demonstraram engajamento, especialmente ao usar tecnologias e jogos, fortalecendo o protagonismo e a interação entre eles”, comemora o professor.
Tecnologia consciente
Lourdes Roseli do Couto Prado é professora de ensino religioso no Ensino Fundamental II na Escola Estadual Dom Francisco Silva, em Espírito Santo do Dourado, cidade no sul de Minas Gerais. Apaixonada pelo ofício, ela já está aposentada, mas segue lecionando por “amar o que faz e acreditar que a educação transforma”.
Conectada às mudanças curriculares, Lourdes segue se atualizando. Ela fez o curso “Cidadania digital: educando para o uso consciente da internet” e, a partir do seu próprio aprendizado, pediu que seus estudantes fizessem uma análise dos benefícios e malefícios das tecnologias digitais. “Foi debatido e sugerido que eles ficassem um dia sem redes sociais. A maioria não aceitou”, relata a professora.
Passado esse primeiro impacto, Lourdes insistiu, e adotou uma nova estratégia para debater o mundo digital, propondo uma reflexão crítica sobre os impactos positivos e negativos. Como parte da atividade ela desafiou seus alunos a passarem um dia sem usar o celular.
A experiência iniciada em sala de aula e com desdobramentos na vida escolar e pessoal de cada estudante acabou se revelando muito positiva. “Foi muito bom, eles levantaram questionamentos sobre como fazer bom uso das redes sociais e sobre dar mais importância ao diálogo”, revela.
Sociologia on-line

Graduada em Pedagogia, Sociologia e História, e mestre em educação, com especialização em ensino da sociologia e em administração escolar, a professora Waldinete da Silva Carvalho leciona ciências humanas na escola pública Raimundo Ribeiro da Costa, em Oeiras do Pará, cidade próxima à Ilha do Marajó, no Pará.
Ela conta que a motivação para fazer o curso “Tecnologias para empoderar: digitalizar para incluir” surgiu da necessidade de tornar o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico, inclusivo e conectado com a realidade dos alunos.
“Como educadora, percebi que integrar ferramentas tecnológicas nas aulas auxilia na construção de conhecimentos mais significativos e desperta o interesse dos estudantes, permitindo que eles sejam mais ativos no processo de aprendizado”, explica Waldinete, que idealizou um projeto para promover aprendizagens mais significativas e atrativas de temas curriculares, alinhados às aulas de Sociologia, como debates sobre cidadania digital e o impacto das redes sociais no comportamento social.
Ao utilizar computadores da escola ou os próprios celulares, sempre com o acompanhamento da professora, os estudantes foram estimulados a usar o Canva e o Padlet para criar apresentações e conteúdos, a aprender como pesquisar em fontes confiáveis na internet e como participar de discussões em fóruns virtuais.
“Os estudantes participaram de forma ativa, desde a escolha dos temas até a produção e apresentação dos materiais digitais. Muitos deles demonstraram entusiasmo ao explorar novas ferramentas e compartilharam suas produções com familiares e amigos. A colaboração em grupos também fortaleceu habilidades como trabalho em equipe e comunicação”, explica a educadora.
Escolas Conectadas: formação continuada para educadores
O projeto Escolas Conectadas oferece cursos on-line e totalmente gratuitos para apoiar professores e gestores da Educação Básica das escolas públicas brasileiras. O objetivo é dar suporte ao desenvolvimento de competências digitais e à implementação de práticas pedagógicas inovadoras que podem transformar e enriquecer as experiências de aprendizagem dos estudantes.
O projeto Escolas Conectadas faz parte do ProFuturo, programa global de educação da Fundação Telefônica Vivo e Fundação Bancária “la Caixa”.
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