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07.03.2022
Tempo de leitura: 7 minutos

Conheça mulheres que transformam a educação com o uso da tecnologia

Selecionamos os perfis de cinco mulheres que ajudam a inovar a educação com o uso da tecnologia. E dessa forma, contribuem para a formação de cidadãos e de uma sociedade melhor

Imagem mostra cinco educadoras em uma sala de aula. São mulheres que transformam a educação. Uma delas é negra. Ao fundo, é possível ver uma lousa com alguns escritos. Elas estão reunidas em círculo, sorriem e aparentam estar conversando. Duas delas seguram cadernos e tablets.

As mulheres vêm marcando seus nomes na história por se destacarem em diversas áreas. Na Educação, a presença feminina é marcante em diferentes níveis da formação educacional. Ao passo que há mulheres que transformam a educação com o uso da tecnologia.

Ainda que existam obstáculos na trajetória pela igualdade de oportunidades, as mulheres são predominantes em diversos aspectos da educação brasileira. Afinal, elas conseguiram ingressar em cursos superiores, tornando-se mestras e doutoras em diferentes áreas do saber.

De acordo com dados iniciais do Censo Escolar 2021, 81% dos docentes de escolas regulares, técnicas e EJA (Educação para Jovens e Adultos) são do gênero feminino. Mas elas também são maioria em quase todas as faixas etárias da educação básica no país.

Além disso, nos últimos anos, elas têm acessado determinadas áreas do conhecimento onde, historicamente, são minoria, como a Ciência e a Tecnologia. Só para ilustrar, em 2020, uma equipe de brasileiras liderou o sequenciamento do genoma do novo coronavírus em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso da doença no país.

Da mesma forma, as educadoras também são grandes incentivadoras no modelo de ensino-aprendizagem que visa integrar os avanços tecnológicos a modelos educacionais que oferecem uma educação integral aos estudantes.

A seguir, apresentamos algumas mulheres que transformam a educação com o uso da tecnologia. De fato, são brasileiras que inovam com o uso da tecnologia na educação, como ferramenta essencial para a formação de cidadãos e da construção de uma sociedade melhor. Confira!

1- Lucia Dellagnelo

“Se nós não preparamos o professor para incorporar a tecnologia nas suas aulas e na maneira com que ele ensina, provavelmente a tecnologia não vai ter um impacto muito positivo na qualidade da educação”, declarou em entrevista ao nosso site.

Lucia tornou-se referência internacional em tecnologias educacionais. Por isso, em 2018 foi condecorada pelo MEC com a Ordem Nacional do Mérito Educativo.

Mestre e doutora em educação pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, também foi secretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável em Santa Catarina, onde criou o Cluster de Inovação na Educação.

Atualmente, é diretora-presidente do Centro de Inovação para Educação Brasileira (CIEB), associação que promove a cultura de inovação na educação pública brasileira. Porém, em sua trajetória, atuou como consultora do Banco Mundial e de fundações nacionais e internacionais na área da educação e desenvolvimento humano.

 

2- Claudia Costin

Claudia é fundadora e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (CEIPE-FGV). Além disso, é membro da Comissão Global sobre Futuro do Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma agência das Nações Unidas. Também integra o conselho de administração da Telefônica Brasil.

Foi professora visitante da Faculdade de Educação da Universidade de Harvard e diretora Global de Educação do Banco Mundial. Assim como atuou como secretária de Educação do Município do Rio de Janeiro. Cláudia também é co-fundadora do movimento da sociedade civil Todos Pela Educação.

Em entrevista ao site da Fundação Telefônica Vivo, a educadora falou sobre os desafios de como combinar o uso da tecnologia com a melhoria da educação no Brasil.

“Quando olhamos para o que acontece com a tecnologia, o Brasil está presente na internet, até mais que outros países da América Latina. Mas estamos usando bem a tecnologia? A minha quase certeza é que ainda não. Para melhorar isso, precisamos investir nos professores em primeiro lugar, tornando a profissão muito mais atrativa, porque estes novos tempos demandam uma nova postura do professor ou um novo preparo”.

 

3- Débora Garofalo

Débora foi a primeira brasileira e a primeira sul-americana a chegar entre os top 10 do Global Teacher Prize, considerado o prêmio Nobel da Educação, em 2019. Como professora de Tecnologias, idealizou o trabalho que une robótica com sucata, reconhecido internacionalmente. Por consequência, o projeto se tornou uma política pública do Estado de São Paulo.

“O trabalho nasceu da vontade de transformar a vida de jovens e crianças da periferia da zona sul e de usar a tecnologia não como um fim, mas como uma propulsora de aprendizagem. E  trouxe muitos ganhos”, garante a professora.

Atualmente, está como Coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Assim sendo, na secretaria implantou o componente de Tecnologia de Inovação, dentro do Programa Inova, e criou uma tríade de inovação que incorpora as aulas de Tecnologia e Inovação. Além disso, Débora colaborou para a implementação do Centro de Mídias de São Paulo.

4- Ana Paula Gaspar

Ana Paula é especialista em Tecnologia Educacional e uma das criadoras da PERA (Ferramenta de Planejamento de Experiências Remotas de Aprendizagem). A ferramenta de aprendizagem consiste em um quadro em que é necessário levar em consideração quatro componentes: as pessoas, a interseccionalidade pedagógica, a prática pedagógica e as tecnologias digitais.

“Para a educação infantil o engajamento das crianças está na descoberta do mundo. Nos jovens estudantes do Ensino Fundamental está na descoberta do próprio conhecimento, no prazer de aprender. Eles passam a ter consciência do seu próprio projeto de aprendizagem. Para os jovens do Ensino Médio, o engajamento está na descoberta de si, porque é uma idade muito bonita para as viagens internas”, explica a especialista em tecnologia educacional durante encontro da série Conversas que Aproximam.

A educadora possui experiência em aprendizado digital, inovação em educação, integração de tecnologia e aprendizado e desenvolvimento (T&D). No entanto, também trabalhou em museus de Ciências e fundou a startup Mutz.

Já atuou em aceleradoras, hubs de inovação, espaços makers no Vale do Silício (EUA) e em Londres (Reino Unido).

Uma das últimas experiências internacionais foi na Technology Education Lead. O projeto é voltado para inovação educacional, educação em ciência da computação e educação de adultos. Assim, fortalecendo a formação profissional em ferramentas de aprendizagem e apoiando os gestores da educação na tomada de decisões, adotando a tecnologia para habilidades digitais.

 

5- Karen Kanaan 

Karen é sócia e diretora da 42 São Paulo, iniciativa global de educação, inaugurada no Brasil em parceria com a Fundação Telefônica Vivo, que aposta em um modelo disruptivo e inclusivo de educação para ensinar programação. Nela, os estudantes são incentivados a se desenvolver por três princípios: aprendizado autônomo, trabalho em equipe e ritmo estruturado.

“O indivíduo se desenvolve para conviver em grupo e trabalhar no coletivo. Enquanto reduzirmos pessoas a notas e deixarmos de trazer a discussão de projeto de vida e autoconhecimento para dentro da escola, criaremos soluções desconectadas das reais necessidades da sociedade”, alertou Karen Kanaan durante o enlightED Brasil.

Karen foi diretora da Endeavor Brasil, organização sem fins lucrativos que apoia empreendedores de alto impacto em mercados emergentes, na divisão de Marketing e Captação de Recursos. Além disso, em 2015, fundou a Baby&Me, plataforma com produtos inovadores para o universo infantil. Após uma longa trajetória no empreendedorismo de impacto, embarcou na área de tecnologia e educação para a vida.


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