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Com foco no desenvolvimento integral, o ensino baseado em competências garante mais autonomia e aprendizagem ativa do estudante

#Educação#Estudantes

A imagem exibe um grupo de cinco jovens. Sentados à mesa estão um jovem negro que veste jaqueta jeans, blusa de moletom cinza e usa óculos. Seus cabelos são pintados de loiro. Sentada ao seu lado está uma jovem mulher que veste camiseta e jaqueta cinza. Ela usa óculos e tem os cabelos longos e pretos. Ao lado, também sentada, está outra jovem estudante de cabelos longos e castanhos. Ela veste uma blusa de gola alta e mangas cumpridas bege e está folheando uma revista. Atrás, em pé, estão uma estudante mulher de cabelos longos castanhos e suéter bege e um estudante de cabelos raspados e camiseta cinza.

O ensino baseado em competências é uma das formas de garantir uma aprendizagem ativa e mais significativa, uma vez que garante protagonismo ao estudante. Além disso, torna o processo educativo adaptável às necessidades de uma sociedade plural e dinâmica como a nossa.

Segundo o Ministério da Educação (MEC), é justamente esse modelo de aprendizagem que transformará o estudante em um sujeito com perfil crítico, que saiba solucionar problemas do cotidiano e tomar decisões, de modo a interferir e atuar num mundo em constante transformação.

Como resultado, a educação baseada em competências é também uma resposta à necessidade de preparar os estudantes para o mercado de trabalho. Estimula constantemente a sinergia entre conhecimento, habilidades, atitudes e valores.

Por todos esses motivos, essa metodologia de ensino permanecerá como um dos destaques na educação em 2024, como indicou Rafael de Carvalho Parente, diretor-executivo do Instituto Salto, em entrevista para a Fundação Telefônica Vivo.

A seguir, você confere as principais características do ensino baseado em competências, as diferenças em relação ao método tradicional e quais as principais vantagens para professores e estudantes. Acompanhe!

Ensino baseado em competências: principais características

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Algumas características que compõem a metodologia de ensino baseado em competências são a integração de diferentes áreas de conhecimento e a flexibilidade curricular, permitindo adaptações às necessidades e contextos de escolas, estudantes e território.

Outra característica marcante é a construção de situações de aprendizagem mais significativas e que se relacionam com assuntos de interesse dos estudantes. Dessa forma, eles assumem papel de protagonistas, aprendendo a conectar conhecimentos teóricos às experiências da vida prática.

Como o ensino baseado em competências se diferencia do ensino tradicional?

Segundo o Centro Sebrae de Referência em Educação Empreendedora (CER), o  modelo tradicional de ensino é compartimentado em disciplinas e centralizado no professor, considerado o detentor do conhecimento. As aulas são frequentemente expositivas e com baixa ou nenhuma interlocução com os estudantes. Além disso, as avaliações são constantemente definidas por critérios fixos e padronizados, sem considerar diferentes contextos e formas de aprender.
No ensino baseado em competências, porém, há a integração de diferentes áreas de conhecimento. Assim, os professores passam a ocupar o papel de mediadores da experiência de aprendizagem. Em vez de trabalhar conteúdos compartimentados em disciplinas fixas, eles podem auxiliar seus estudantes com projetos interdisciplinares.

Por exemplo, em vez de os professores de Português e Matemática exigirem que seus estudantes aprendam regras e fórmulas próprias de cada disciplina, eles podem se unir em um projeto interdisciplinar para estimular o desenvolvimento de raciocínio lógico e de comunicação interpessoal.

Além disso, as habilidades de cada estudante e a forma como conseguem articular diferentes saberes são levadas em consideração para a criação de planos de aula mais personalizados.

Vale mencionar que o método de aprendizagem por projetos é uma das formas mais comuns de ensino baseado em competências.

Em grupos, os estudantes vão além dos conhecimentos acadêmicos e aprendem, sobretudo, a se relacionar com seus pares. Ao mesmo tempo que trabalham para cumprir as etapas do projeto, há o estímulo ao senso crítico, criatividade, resiliência e solidariedade.

Por todos esses aspectos, o processo de avaliação do ensino baseado em competências também muda. Em vez de provas pontuais, como no modelo tradicional, ele passa a ser constante, exigindo que os professores também se integrem aos colegas e acompanhem seus estudantes de perto para entender como estão se desenvolvendo.

Quais são os benefícios para estudantes e professores?

O enfoque no desenvolvimento de competências na educação traz benefícios amplos e significativos. Primeiramente, há o aumento do envolvimento e da motivação dos alunos nas aulas, pois a abordagem centrada em competências permite uma aprendizagem mais prática.

Os estudantes se sentem mais conectados ao conteúdo quando percebem sua aplicabilidade no mundo real. Além disso, o desenvolvimento de competências contribui para o aprimoramento acadêmico, promovendo uma compreensão mais profunda dos conceitos.

No aspecto pessoal, os estudantes desenvolvem habilidades que vão além do conhecimento teórico, incluindo habilidades sociais, de comunicação e resolução de problemas. Isso não apenas os prepara para o ambiente profissional, mas também enriquece suas experiências de vida de maneira mais abrangente.

No campo profissional, o foco em competências aproxima a educação das demandas do mercado de trabalho atual e futuro. Os alunos adquirem habilidades práticas e conhecimentos relevantes, fazendo com que se tornem mais competitivos e preparados para os desafios do mundo do trabalho.

Já do ponto de vista dos professores, a abordagem os ajuda ressignificar seus processos pedagógicos de forma a promover um ambiente de aprendizado mais inclusivo e significativo. A ênfase nas competências permite que os educadores possam avaliar não só conhecimento teórico, como também o desenvolvimento de habilidades práticas e socioemocionais.

Além disso, a necessidade de integração entre disciplinas tiram o professor de uma atuação mais solitária em sala de aula e o coloca em constante troca com seus pares, permitindo a troca de experiências e o aprimoramento da sua prática pedagógica.

 

Como a tecnologia se integra ao ensino baseado em competências?

As tecnologias digitais já são parte do cotidiano escolar e também estão previstas pela BNCC como uma das dez competências essenciais que estudantes devem desenvolver ao longo de todas as etapas da educação básica.

Na competência de Cultura Digital, o documento normativo destaca a necessidade de compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais.

Em entrevista à Fundação Telefônica Vivo, Lucia Dellagnelo, especialista em Educação e Tecnologia e integrante do time de especialistas internacionais da GEM Report 2023, da Unesco, destaca que é por meio das tecnologias digitais que os professores podem diferenciar, personalizar a prática de aprendizagem e obter dados que ajudem a conhecer o processo de aprendizagem de seus alunos, oferecendo experiências de acordo com ritmo, com tempo, com espaço e com desejo de seus estudantes.

Como aplicar o ensino baseado em competências em sala de aula?

A implementação prática envolve a criação de novas atividades, projetos interdisciplinares e avaliações que exigem a aplicação do conhecimento em situações práticas. Existem algumas formas de incentivar a aprendizagem por competências, como propor situações que permitam que o aluno explore o conteúdo de forma independente e com base em suas preferências e conhecimentos. É importante que o professor ocupe o papel de mentor e que as experiências sejam sempre compartilhadas e debatidas. Isso tudo possibilita que o estudante esteja no centro de sua formação.

Entretanto, para que essa transição para o ensino baseado em competências seja bem-sucedida requer uma abordagem abrangente, incluindo a formação continuada dos professores.

O investimento nessa formação continuada de educadores faz com que as  habilidades profissionais sejam aprimoradas, como também fomenta uma cultura escolar que valoriza a inovação e a adaptação constante. Nesse sentido, a formação continuada é também um componente essencial para garantir uma implementação efetiva do ensino baseado em competências.

O que é o ensino baseado em competências?
O que é o ensino baseado em competências?