Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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17.06.2019
Tempo de leitura: 5 minutos

Startup brasileira aposta em previsão do tempo para emitir alertas climáticos

Convidados para integrar a plataforma da ONU que reúne as iniciativas urbanas mais inteligentes do mundo, a Pluvi.on emite alertas sobre enchentes e deslizamentos

O gif mostra uma imagem de uma cidade vista do alto com diversos pontos piscando. Em seguida é possível ver um sensor em funcionamento. Ele mede velocidade, vento, umidade, volume e intensidade de chuva e a temperatura.

Quem nunca se sentiu em uma “pegadinha” por causa da previsão do tempo, saindo sem casaco e se surpreendendo com aquela frente fria repentina? Há quem passe por algo pior ao ficar preso em alagamentos e acabe colocando a vida em risco.

Há dois anos, com o objetivo de minimizar cada vez mais esses episódios e ajudar pessoas que vivem em locais de vulnerabilidade, um grupo de cinco sócios deu origem à Pluvi.on. A empresa é responsável por criar estações meteorológicas que geram alertas em tempo real e antecipam eventos climáticos extremos, como enchentes e deslizamentos, além de coletar dados como umidade do ar e velocidade dos ventos.

No final de 2018, tornou-se a primeira startup e empresa brasileira a integrar a plataforma de cidades inteligentes United Smart Cities, um projeto criado pela ONU.

Chuva de ideias

A iniciativa é encabeçada pelos sócios: Mariana Marcílio, Pedro Godoy, Hugo Santos, Murilo Souza e Diogo Tolezano, grupo que se conheceu em um curso sobre as mudanças no mundo e o impacto de inovações no crescimento urbano.

Durante a formação, analisaram um caso ligado ao acidente nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011. Os japoneses desenvolveram um medidor de radiação de baixo custo, instalados nos retrovisores de carros, que davam conta de mapear toda a cidade. No mesmo período, o Estado de São Paulo passava por uma crise hídrica e o tema motivou o grupo a pensar em temas relacionados à previsão do tempo.

Dessa forma, decidiram começar um empreendimento juntos e aliar questões climáticas à tecnologia. Uma pergunta logo virou motivação: será possível mandar um alerta específico de chuva a uma pessoa? A partir disso, foram buscar dados.

“Foi uma surpresa, porque faltam dados. E isso impacta em uma previsão do tempo que erra em diversos casos”, comenta Diogo Tolezano, de 35 anos, um dos fundadores da Pluvi.on. O grupo criou um protótipo com ajuda de uma impressora 3D, fornecida em um programa de aceleração com vivências em desenvolvimento e empreendedorismo. Em 2017, conseguiram gerar o primeiro dado.

Como funciona o Pluvi.On

Para gerar dados, é necessário instalar uma pequena estação meteorológica, que produz e cruza informações sobre o clima em tempo real. O aparelho passou por aperfeiçoamentos e hoje está distribuído por sete Estados brasileiros, totalizando 160 estações instaladas e em funcionamento.

Os equipamentos são instalados em diferentes pontos da localidade de onde se quer colher os dados. A partir daí, é possível medir a intensidade da chuva, velocidade dos ventos, umidade do ar e até mesmo calcular a probabilidade de uma enchente no entorno, por exemplo.

Imagem mostra estação meteorológicas que gera alertas em tempo real e antecipa eventos climáticos extremos, como enchentes e deslizamentos, além de coletar dados como umidade do ar e velocidade dos ventos.

Atualmente, a Pluvi.on atende empresas e cidades. O grupo recebe as demandas e entende qual a necessidade da área. Por meio de uma plataforma, os clientes podem acompanhar os dados que interessam e fazer uma previsão para os próximos 10 dias, hora a hora, gerando até comparativos com o passar dos anos.

Dentre as empresas que contratam os serviços estão negócios no ramo da agricultura, construção, varejo, além de cidades como Campinas e São Paulo. Um dos cases da empresa é a Rodovia Tamoios, que liga o Litoral Norte paulista ao Vale do Paraíba, e recebe cerca de 2,3 milhões de veículos a cada três meses. A equipe emitiu um alerta de chuva forte na estrada.

“Era um volume muito grande e isso impactaria muito, pois corria um risco de desbarrancamento. Nosso modelo foi o mais próximo do que aconteceu de fato”, comenta Diogo. Os dados ajudaram a empresa que administra a via a tomar a decisão de fechar o trajeto. Houve desabamento e uma chuva até mais forte que a prevista.

Vai chover na minha rua?

Um dos principais objetivos é emitir informações sobre a previsão do tempo diretamente para os celulares da população e ajudar quem vive em situação de risco de desmoronamento, ou em bairros que alagam, ou ainda quem transita por ruas com enchente.

Para isso, a Pluvi.On está lançando o assistente virtual São Pedro, por meio de um financiamento coletivo com a meta de arrecadar R$ 90 mil, para disponibilizar, de forma gratuita, a funcionalidade para plataformas como WhatsApp, Facebook Messenger e por envio de SMS. A ideia é que o robô alerte com antecedência moradores de regiões afetadas por alagamentos quando houver previsão de chuva forte.

Outra aposta é facilitar o diálogo com os usuários, que poderão mandar uma pergunta do tipo “Vai chover hoje?”

“Vai chover 30 milímetros: isso é muito ou pouco? Queremos traduzir esses números em uma linguagem fácil. Queremos levar segurança para pessoas que vivem em vulnerabilidade”, comenta o fundador Diogo. O lançamento do São Pedro está previsto para o final de 2019, aproveitando a chegada do verão e as fortes pancadas de chuva da época.

Salto internacional

Em 2018, veio o convite para apresentar o projeto em Viena, na Áustria, por meio da iniciativa da ONU, United Smart Cities, que reúne os projetos urbanos mais inteligentes e sustentáveis em todo o mundo. Isso abriu portas para a startup, mas os próximos passos ainda serão dados em solo brasileiro e incluem a expansão das estações meteorológicas para mais 1.000 pontos.

“Depois de entrarmos na plataforma, fomos procurados por alguns países, mas ainda estamos expandindo nosso trabalho no Brasil”, garante Diogo. “Muita gente precisa desses dados para tomada de decisão. E só assim podemos pensar em trabalhar com outros países. Imagina só, fazer uma previsão de nevasca? Temos muito a percorrer”, analisa o sócio fundador.


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