Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

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22.08.2022
Tempo de leitura: 6 minutos

Professores de Manaus aprendem a usar recursos tecnológicos nas aulas de inglês

Saiba como a formação do Aula Digital preparou educadores para usar a tecnologia nas aulas de inglês e criar materiais autorais

Imagem mostra grupo de educadores de Manaus reunidos em uma sala de aula. Entre eles, é possível ver a maleta do Aula Digital e um banner com o nome do projeto English for Kids

A sexta-feira é o dia da semana mais aguardado pelas crianças da Escola Municipal José Sobreira do Nascimento, localizada na comunidade ribeirinha de Nossa Senhora de Fátima, em Manaus (AM). Isso porque é quando os estudantes do 1º ao 5º ano têm aulas de inglês super diferentes, cheias de tecnologia, com o professor Daniel Marques.

“Certamente, ao mesmo tempo em que aprendem, eles se divertem. É uma aula diferente, por isso as crianças ficam ansiosas”, compartilha o educador, que faz parte do projeto English for Kids, idealizado pela Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed).

O objetivo do English for Kids é antecipar o contato dos estudantes de escolas públicas com a língua inglesa, visto que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) só prevê o ensino obrigatório do idioma a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Em 2020, como resultado dos nove anos de atuação do projeto, a Semed aprovou o ensino de inglês para os anos iniciais no referencial curricular amazonense.

A fim de aproveitar os encontros semanais, Daniel aposta em metodologias ativas e lúdicas. Seja a partir de canções e gincanas ou do uso de tecnologias digitais para tornar as aulas interativas.

Frequentemente, ele utiliza o telecentro da escola, onde estão disponíveis tablets, computadores e recursos tecnológicos do Aula Digital. A iniciativa, que atua em Manaus desde 2017, faz parte do programa de educação global ProFuturo, da Fundação Telefônica Vivo e da Fundação “la Caixa”.

“Afinal, a escola é a única oportunidade que essas crianças têm de aprender inglês e acessar as tecnologias digitais simultaneamente. Nós atravessamos oito quilômetros de barco para chegar até aqui. O que nos move é perceber a vontade dos estudantes em aprender a partir desses projetos”, conclui.

Sobre o Aula Digital em Manaus 

Com a finalidade de criar melhores oportunidades para crianças em todo o mundo, o Aula Digital busca incorporar a inovação nas escolas públicas por meio da tecnologia e de novas metodologias de ensino e aprendizagem. No Brasil, a cidade de Manaus foi a primeira a receber o projeto. Atualmente, existem mais de 300 escolas contempladas no território.

Nesse sentido, para realizar as ações educacionais, a Fundação Telefônica Vivo conta com a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed) e com a Fundação Vitória Amazônica, parceiro executor da iniciativa. Em 2020, essa parceria ganhou reconhecimento internacional. O Guia 10 princípios empresariais para uma Amazônia Sustentável destacou o Aula Digital entre projetos norteadores para uma operação sustentável na região.

Tecnologia nas aulas de inglês: por um ensino mais atrativo 

Assim como o professor Daniel Marques, outros integrantes do English for Kids lecionam em escolas que têm acesso aos kits tecnológicos do ProFuturo. Sendo assim, a Secretaria de Educação de Manaus (Semed) pensou na possibilidade de capacitar todos os 31 professores que atuam no projeto por meio de uma parceria com o Aula Digital.

“A finalidade da Formação de Recursos Tecnológicos ProFuturo é apresentar aos professores do English for Kids novas ferramentas pedagógicas para as aulas. Até porque os nossos estudantes não veem mais sentido em aprender o verbo to be  na lousa. Eles querem dinamismo”, acrescenta Kátia Florêncio, coordenadora do projeto English for Kids na Semed.

Atualmente, as aulas de inglês com uso de tecnologia vinculadas ao projeto estão disponíveis em 35 escolas públicas de Manaus. Entre elas, estão escolas rurais, urbanas, ribeirinhas e rodoviárias. Nesse sentido, a maior preocupação da iniciativa foi considerar a diversidade de realidades entre os participantes.

“Nós temos professores que já usam as maletas ProFuturo. Outros que têm pouca familiaridade com tecnologias e ainda aqueles que trabalham em escolas que não fazem parte do Aula Digital. Por isso, precisávamos de uma proposta formativa que contemplasse a todos”, complementa Kátia, que também é assessora pedagógica em língua inglesa.

Formação de Recursos Tecnológicos 

Após algumas reuniões com a Secretaria de Educação de Manaus, os formadores do Aula Digital optaram por criar duas trilhas formativas. A primeira dedicada aos professores que têm acesso aos recursos tecnológicos ProFuturo. E a segunda para os que não contam com os equipamentos.

Então, em junho os professores do English for Kids se reuniram presencialmente. Durante o encontro, eles foram divididos em grupos. A ideia era oferecer, também, a possibilidade de concluir a formação em oito ou quatro horas.

“Antes de mais nada, nos preocupamos com a flexibilidade dos educadores. Tanto no que diz respeito ao tempo de formação, quanto em relação ao uso das ferramentas digitais”, acrescenta Zevaldo Rodrigues, assistente de projetos da Fundação Vitória Amazônica, parceiro executor do Aula Digital em Manaus.

Assim, os educadores realizaram o ciclo básico da formação em quatro horas. Quem tinha disponibilidade de participar da formação durante todo o dia, pode aprofundar os conhecimentos. “A prioridade foi garantir o conhecimento de estratégias diversas para usar as tecnologias digitais nas aulas de inglês”, reforça Zevaldo.

Diversificando as aulas de inglês com tecnologia 

De maneira geral, os educadores do English for Kids foram desafiados a sair da formação com um plano de aula pronto. O primeiro grupo, que tinha acesso ao kit tecnológico, aprendeu a conectar os equipamentos e criar um plano de aula a partir dos recursos ProFuturo.

Só para ilustrar, a plataforma oferece a possibilidade de subir atividades em arquivos nos formatos de texto, vídeo, imagem e PDF. Esses conteúdos podem ser autorais ou referenciais. Além disso, os educadores montaram quizzes e aprenderam a acessar os conteúdos de maneira off-line.

“De modo que a formação foi muito produtiva e didática. A equipe foi atenciosa e nos acompanhou durante todo o processo com os recursos digitais”, compartilha Walter Guimarães, professor do English for Kids que leciona na rede municipal há dez anos.

Enquanto isso, o segundo grupo, que não tinha acesso ao kit tecnológico, foi incentivado a fazer o mesmo. Porém, com a ajuda de outros recursos, como aplicativos digitais gratuitos que podem ser acessados com ou sem internet.

O professor Daniel Marques, da Escola Municipal José Sobreira do Nascimento, já está pensando em aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo do segundo semestre. Assim, a ideia dele é convidar os estudantes para criarem um material autoral dentro da plataforma ProFuturo.

“Os estudantes ganham a oportunidade de se desenvolver de forma autônoma e colaborativa a partir das tecnologias digitais”, reflete o educador.


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