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18.04.2022
Tempo de leitura: 6 minutos

Como utilizar metodologias ágeis na educação?

Saiba como fugir da rigidez e flexibilizar os processos de aprendizagem dos estudantes com o uso de metodologias ágeis na educação

Imagem mostra um professor no centro da imagem. Ele está rodeado por cinco estudantes. Além disso, segura um papel com uma das mãos. Ele parece estar falando algo para os alunos. Todos estão em uma sala de aula.

“Construa projetos em torno de indivíduos motivados”. Esse é um dos 12 princípios do Manifesto para o Desenvolvimento Ágil, criado por um grupo de desenvolvedores de software em 2001. Assim, as metodologias ágeis foram discutidas pela primeira vez.

Desde então, esse conjunto de práticas ganhou repercussão entre os mais diversos contextos de gestão inovadora. Embora tenham sido desenhadas para otimizar projetos de tecnologia, as metodologias ágeis podem ser aproveitadas em qualquer área. Inclusive na educação.

“Ao mesmo tempo em que trazem ferramentas de organização, as metodologias ágeis na educação colocam a colaboração e a flexibilidade à frente de um planejamento rígido”, explica Juliana Machado, gerente de comunidades de aprendizagem.

Ou seja, as etapas de ensino e aprendizagem são definidas e avaliadas ainda durante o processo. Conforme os obstáculos se apresentam, é possível organizar intervenções ou mudar a rota antes do resultado final.

“Além disso, esse modelo ágil permite que estudantes sigam a própria curiosidade e se desenvolvam enquanto protagonistas. Como resultado, são estimulados a continuar aprendendo ao longo da vida”, complementa a educadora.

Mas, afinal, o que é agilidade? 

A agilidade se tornou uma competência fundamental em meio às demandas do mundo VUCA isso porque, diante de incertezas, a flexibilidade pode ser a melhor saída. Logo, ser ágil é ser capaz de responder a mudanças.

VUCA é a sigla das palavras em inglês Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity. Ela se refere a um mundo em constante transformação, marcado por mudanças impulsionadas pelos avanços tecnológicos.

“Ao contrário do que se pensa, agilidade não é sobre pular processos. Agilidade é sinônimo de adaptabilidade. Nesse sentido, ser mais rápido é uma consequência do uso assertivo do tempo”, reforça Juliana Machado.

A profissional também é co-fundadora do centro de aprendizagem autodirigida ALC São Paulo.

Sendo assim, o objetivo das metodologias ágeis na educação é trazer ferramentas de gerenciamento para que haja flexibilidade. Em outras palavras, apoiar uma estrutura que direciona a criatividade para um objetivo de aprendizagem.

“Antes de tudo, é preciso estabelecer códigos entre os envolvidos. Portanto, as metodologias ágeis também trabalham com a ideia de disciplina. Não a do exército, mas sim a de um maestro que conduz sua orquestra”, conclui Juliana.

4 princípios das metodologias ágeis na educação 

1. Interações à frente de processos
Aprendizagem viva, que se baseia nas interações mais do que no plano de aula.

2. Aprendizagem acima de documentação
Uso de ferramentas que permitem documentar a aprendizagem enquanto ela acontece.

3. Colaboração acima de hierarquias
Contribuir com o processo de aprendizagem acima de reforçar hierarquias.

4. Responder a mudanças
Flexibilidade para mudar as abordagens ao longo do processo.

Fonte: Juliana Machado

Os benefícios das metodologias ágeis na educação 

Os educadores ocupam papel de mediadores ao utilizarem metodologias ágeis em sala de aula. Sob essa perspectiva, o conteúdo fica em segundo plano. E o objetivo passa a ser criar uma musculatura de aprendizagem.

“Assim, os estudantes ficam livres para conhecerem os próprios processos de aprendizagem. Enquanto os educadores ganham ferramentas para inovar no planejamento de aulas. E para fazer intervenções quando necessário”, explica.

Segundo Juliana, as metodologias ágeis são como uma prateleira vazia. Enquanto que os livros representam os múltiplos caminhos de investigação que se beneficiam dessa estrutura.

“O grande benefício de usar as metodologias ágeis na educação é trazer transparência para um processo que já está em andamento. Assim, a partir de combinados entre as partes, elas também permitem romper as hierarquias”, complementa.

Tanto educadores quanto gestores escolares podem fazer uso dessas ferramentas no dia a dia. Seja na organização da documentação ou nas formas de avaliação. O importante é garantir a flexibilidade nos processos.

3 ferramentas ágeis para usar na escola 

Kanban → O método tem como objetivo usar um fluxograma visual para que todos saibam o que precisa ser feito e o que já foi feito para garantir o andamento de um projeto. Na sala de aula, pode ser adaptado com o uso de post-its e cartolinas.

Assim, os educadores têm a chance de documentar a curva de aprendizagem e os estudantes podem cooperar entre si para realizar as tarefas. Desta forma, a ferramenta também pode ser utilizada para organização individual e coletiva. Saiba mais!

Design Thinking →  A ferramenta é utilizada para colocar as pessoas no centro da resolução de problemas. São cinco etapas: Descoberta, Interpretação, Ideação, Experimentação e Evolução. A partir delas, os educadores podem envolver os estudantes na formulação de hipóteses para uma investigação mais colaborativa. Saiba mais!

Scrum → Tanto educadores quanto gestores podem se beneficiar desse método. Ele tem como objetivo criar um planejamento mais eficiente e interativo. Em síntese, a ideia é dividir o grupo em equipes de trabalho. Essas, por sua vez, serão acompanhadas por um líder. Como resultado, a comunicação e a integração de tarefas facilita o monitoramento diário do projeto. Saiba mais!

 

Leia mais: “Aprendizagens visíveis também podem envolver práticas digitais”

Metodologias ágeis na educação: como começar? 

Antes de mais nada, os profissionais da educação devem começar examinando a própria relação com o aprendizado. Às vezes, a rotina atarefada e a falta de apoio podem desestimular a busca por formação continuada.

“Ainda assim, é importante tentar resgatar essa vontade de aprender. Afinal, como vamos estimular nossos estudantes se também resistimos aos conhecimentos que nos parecem distantes?”, pondera Juliana Machado.

Ela recomenda que os educadores busquem por uma rede de apoio. Mesmo que essa comunidade esteja fora da instituição de ensino. Assim, o aprendizado fica mais leve e a troca de experiências motiva os educadores a inovar nas práticas pedagógicas.

Por último, a recomendação é começar pequeno. “Ao invés de incluir metodologias ágeis em todo o currículo, procure começar com atividades pontuais. Seja como for, o principal é estabelecer acordos bem definidos com os estudantes”, orienta Juliana.

Aprendendo com agilidade na 42 São Paulo! 

Na 42 São Paulo aprender a aprender é tão importante quanto dominar os códigos de programação. Mantida com a ajuda de empresas parceiras como a Fundação Telefônica Vivo — a primeira a investir no modelo disruptivo —, a iniciativa foca em desenvolver habilidades e competências como flexibilidade, lifelong learning, autonomia e colaboração. Saiba mais sobre como funciona a 42 na prática!


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