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O estudo lançado pela 42 São Paulo em três livros propõe um mergulho no impacto da programação e no papel da educação para a formação de pessoas com habilidades tecnológicas. Confira!

#42SãoPaulo#Educação#publicações

Imagem mostra um adolescente negro e uma adolescente com traços orientais juntos olhando para a tela de um computador. Ao fundo, há uma mulher negra usando um computador

Nos últimos anos, a humanidade assistiu o futuro alcançar o presente por meio da tecnologia. Como resultado, a vida cotidiana, a educação e o mercado de trabalho foram diretamente impactados pela velocidade e versatilidade da Era Digital. Com intuito de promover um mergulho nesse ecossistema tech, a 42 São Paulo lançou o estudo Human Coders: Reprogramando o Futuro, que reúne relatórios, pesquisas e análises de especialistas sobre o impacto da programação em três áreas: educação, empregabilidade e mercado de trabalho. E sobre o papel da educação na formação de cidadãos digitais.

A série de três livros de tendências — trendbooks — foi realizada em parceria com a produtora de conteúdos de impacto Mariposa. Além disso, contou com apoio da Fundação Telefônica Vivo, Zup e Itaú.

Participaram da construção do primeiro livro sobre educação nomes como o de Paulo Blikstein, Camila Achutti, Claudio Sassaki, Amy Webb e Corinne Vigreux.

“Antes de mais nada, este volume é um convite para pensarmos em como vamos educar os futuros cidadãos que vão programar as sociedades digitais”, explica a futurista Marina Fonseca, coordenadora executiva do projeto.

A publicação debate temas como ensino de tecnologia nas escolas e metodologias ativas de aprendizagem. Bem como alfabetização em futuro e desenvolvimento de competências digitais e socioemocionais. Confira os principais destaques do primeiro volume.

Imagem mostra a capa da publicação Human Coders: Reprogramando Futuros. Esse título aparece em destaque, também com a frase Volume 1 Educação e o logo da 42 SP

Estudo mostra que o impacto da programação é humano 

De acordo com a Microsoft, o setor de tecnologia prevê uma demanda de 6,3 milhões de programadores até 2025. Por outro lado, a estimativa é que 67% das vagas não poderão ser preenchidas por falta de profissionais qualificados.

Sendo assim, uma das maiores tendências reveladas pelo estudo é a importância de formar programadores (coders) para, antes de tudo, impactarem positivamente a sociedade como seres humanos (humans).

Em outras palavras, é preciso potencializar o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Ao mesmo tempo em que se  trabalha a proficiência tecnológica. Assim, a educação e a programação se misturam para construir as competências essenciais e de impacto para estes Human Coders, aponta o estudo.

“A ideia de que a tecnologia vai ultrapassar o ser humano tem que ser substituída pela noção de que ela deve estar a serviço da humanidade. Portanto, esse amanhã só será diverso se mais pessoas tiverem assento nesta mesa de decisão”, reforça Karen Kanaan, sócia da 42 São Paulo.

Afinal, além de uma lacuna exponencial de mercado, também existe uma demanda por mais diversidade na área de tecnologia. Daqui para frente, o objetivo é desconstruir estereótipos. Além de democratizar o letramento digital. Sobretudo para mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+.

Letramento digital para todos 

Nesse sentido, os avanços tecnológicos trouxeram dois cenários possíveis: o de inclusão ou exclusão social. Sem o desenvolvimento de competências digitais, os futuros cidadãos ficam mais vulneráveis às desigualdades de oportunidades.

De acordo com os especialistas, a exclusão digital é o novo analfabetismo. Por isso, o estudo diz que entender o impacto da programação no mundo aumenta a capacidade humana de reinventar soluções e se adaptar conforme as mudanças ocorrem.

“Embora a leitura, escrita e matemática sejam capacidades básicas para a sociedade moderna, existem desafios adicionais que precisam ser respondidos por uma educação que deve preparar o indivíduo para um futuro que já se faz presente”, afirma Cláudio Sassaki, mestre em Educação pela Universidade Stanford e cofundador da Geekie.

Diante de um mundo BANI — Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível —, novas profissões e ferramentas exigirão que os cidadãos das sociedades digitais saibam lidar com um mundo cada vez mais complexo, instável e exponencial.

“Portanto, democratizar o letramento em dados é fundamental para garantir mobilidade social. Somado a esse compromisso deve estar o desenvolvimento de competências socioemocionais. Isso para formar cidadãos que programam de forma crítica, criativa e colaborativa”, reforça Americo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo.

Alfabetização em futuros: muito além da programação 

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a alfabetização em futuros é uma das competências essenciais para os cidadãos do século XXI. Isso porque esta habilidade permite que as pessoas analisem o futuro a partir do presente. Ou seja, que estejam aptas para planejar e se adaptar conforme as mudanças ocorrem. “É a imagem que você inventou sobre o que pode acontecer que molda suas escolhas no presente. A única coisa é que a maioria das pessoas não pensa sobre o porquê ou como usam o futuro. Elas simplesmente fazem isso”, explica Riel Miller, Head de Letramento em Futuros da Unesco.

Qual é o impacto da programação na formação de cidadãos do século XXI? 

Não à toa, o Fórum Econômico Mundial elencou algumas habilidades necessárias para lidar com os desafios da Quarta Revolução Industrial. Entre elas, estão: resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, colaboração, inteligência emocional e capacidade de aprender ao longo da vida.

Ao passo que o desenvolvimento destas competências ganha mais relevância do que somente oferecer uma  formação técnica. Trata-se da construção de um modelo mental que será decisivo para os criadores das próximas grandes tecnologias.

Mesmo aqueles que não desejam seguir carreira na área de tecnologia estarão diretamente impactados pela lógica dos códigos. “Só para ilustrar, todos nós temos que estudar Matemática. Ainda que nem todos se tornem matemáticos. Com a programação, será a mesma coisa”, explica Karen Kanaan, sócia da 42 São Paulo.

“Entender a mecânica do mundo onde vivemos é essencial. Uma vez que se você não programar, vai ser programado. Por isso, é preciso implantar disciplinas relacionadas à tecnologia no currículo comum de todas as crianças”, complementa a empreendedora Camila Achutti, outra especialista ouvida pelo estudo.

Tecnologia como conhecimento transversal 

Aprendizagem por projetos, gamificação e STEAM education. Esses são alguns exemplos de metodologias ativas que podem ser somadas à programação para desenvolver habilidades como pensamento crítico, criatividade, resolução de problemas e colaboração.

Nesse sentido, é preciso construir um modelo de educação que combine  formação técnica com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais para o futuro do trabalho. Assim, também é possível integrar a tecnologia ao currículo de forma transversal.

“Não faz sentido pensar em uma educação ‘sem tecnologia’. Assim como não faria sentido uma escola sem a palavra escrita”, define Paulo Blikstein, pesquisador do Transformative Learning Technologies Lab (TLTL), da Universidade de Columbia.

Portanto, o protagonismo estimulado pelas metodologias ativas pode reforçar tendências de aprendizagem para a educação como um todo. “Ao somá-las aos conhecimentos lógicos de programação, definimos o centro de uma educação significativa para sociedades digitais”, complementa a futurista Marina Fonseca.

Estudo aponta o papel da educação para formar Human Coders
Estudo aponta o papel da educação para formar Human Coders