Nota técnica "Educar na era da Inteligência Artifical: Caminhos para a BNCC Computação"

Notícias

19.04.2016
Tempo de leitura: 4 minutos

Plataforma Escola Digital é customizada em diversos estados brasileiros

A plataforma, iniciativa da Fundação Telefônica Vivo, Instituto Natura e Instituto Inspirare, reúne mais de 4 mil Objetos Digitais de Aprendizagem (ODAs).

Secretarias de educação se apropriam de objetos digitais para renovar seus métodos de ensino.

Sendo um país de proporções continentais, cada região do Brasil carrega particularidades de sua formação histórica e cultural. Por isso, é importante que os projetos criados por secretarias estaduais e municipais permitam uma flexibilidade de conteúdo, adequados ao que cada localidade precisa. Essa maleabilidade nem sempre é possível de se conseguir no mundo concreto, mas as ferramentas digitais oferecem alternativas inovadoras para customizar os processos pedagógicos. É o caso do projeto Escola Digital.

A plataforma, iniciativa da Fundação Telefônica Vivo, Instituto Natura e Instituto Inspirare, reúne mais de 4 mil Objetos Digitais de Aprendizagem (ODAs), entre vídeos, mapas, games e infográficos. Todo o acervo é gratuito e aberto à customização, o que significa que as secretarias de Educação e educadores podem se apropriar dos objetos e fazer neles modificações, como adicionar e reposicionar conteúdos e/ou personalizar o layout da plataforma. O projeto também oferece cursos de formação a distância para que os professores se capacitem a utilizar os objetos.

É justamente por sua habilidade de ser flexível e se adequar as especificidades de cada região que o projeto está expandindo fronteiras e alcançando novas regiões do país. São Paulo, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, Acre, Rio Grande do Sul, Sergipe, Amazonas, Minas Gerais, Espírito Santo, Alagoas e Paraíba são os estados que customizaram a plataforma, enquanto Fortaleza, Salvador, Jacareí, Caçapava, Mogi-Mirim, Potim, Gramado, Salto e Macaé são os municípios que também usam a plataforma. Todos se apropriaram dos objetos para potencializar os processos de aprendizagem de suas cidades, como também a forma de os educadores e os alunos interagirem com objetos digitais.

Gleice Moreira, coordenadora de tecnologia educacional da Secretaria de Educação do Acre, conta que há um ano eles estão desenvolvendo conteúdo para a Escola Digital e que, no início de 2016, ele começou a ser aplicado nas salas de aula com a Educ Acre. “Queríamos uma plataforma que atendesse as nossas especificidades, e acreditamos que a Escola Digital possa ajudar a melhorar os índices escolares.”

Por mais paradoxal que a ideia seja, Gleice acredita que o virtual, quando bem estruturado, pode auxiliar os alunos a aprender sobre o concreto. “Os objetos digitais fazem com que o aluno tenha contato com o assunto, às vezes de modo muito mais real do que um livro didático ou discurso de um professor.” Ela exemplifica: quando um aluno for usar a tabela periódica de química oferecida pela plataforma, ele pode entender sobre o elemento e sobre suas formas de aplicação, o que seria difícil se ele tivesse apenas que decorar a informação de um material impresso.

No Paraná, o professor Eziquiel Menta, da diretoria de Políticas e Tecnologias Educacionais, reforça a importância da formação presencial feita para 32 regionais do Estado, onde os educadores envolvidos puderam conhecer o potencial da plataforma. No caso do estado, o layout do projeto Escola Interativa foi customizado imageticamente, além de ter se dividido em categorias que o estado julga interessantes, como Diversidade e Direitos Humanos.

“Tecnologias como a Escola Digital permitem aproximar as pessoas”, ele conclui, dando o exemplo de que, quando um professor sugere o uso de um objeto que ele próprio utilizou dentro da sala de aula, outros educadores podem enviar comentários ou até mesmo um relato sobre sua experiência, criando um debate. “Só este movimento já permite criar uma grande comunidade e compartilhar saberes.”

Para o gestor de projetos da Secretaria Municipal de Jacareí (SP), Antônio Barreto, o grande desafio de unir tecnologia e pedagogia é desmanchar as barreiras que impedem as duas áreas de contribuir uma com a outra. O material disponibilizado pela Escola Digital pode funcionar para que áreas distintas dialoguem. Ainda em fase de implementação, o projeto EducaMais Digital está sendo curado por professores para entender quais objetos são relevantes para os processos pedagógicos.

Amazonas, Minas Gerais e Sergipe também estão customizando seus conteúdos e aumentando a malha de alcance da plataforma Escola Digital. As possibilidades de alteração e adição de conteúdos são quase tão infinitas quanto os territórios que podem ser alcançados, e o projeto, construído e pensado por professores, educadores e alunos, dá continuidade à necessária invocação que precisa alcançar as instituições de ensino tradicionais.


Outras Notícias

Trajetórias negras na tecnologia abrem caminhos para os jovens

19/11/2025

Trajetórias negras na tecnologia abrem caminhos para os jovens

Histórias de pioneiros e líderes que romperam barreiras estruturais revelam como talento, apoio e representatividade impulsionam a inovação e ampliam oportunidades

Educação que transforma: escolas do Recife integram tecnologia e sustentabilidade às práticas de sala de aula

17/11/2025

Educação que transforma: escolas do Recife integram tecnologia e sustentabilidade às práticas de sala de aula

Cases como “Guardiões do Rio Morno” e “Robôs Eólicos” mostram caminhos para uma educação pública mais conectada à inovação e aos desafios ambientais

Tecnologia nas Ciências Humanas amplia horizontes do ensino e da aprendizagem

13/11/2025

Tecnologia nas Ciências Humanas amplia horizontes do ensino e da aprendizagem

Mapas digitais, museus virtuais e criação de podcasts; saiba como a alfabetização midiática está transformando o estudo de cultura, história e sociedade no currículo escolar

IA na educação: nota técnica inédita traz orientações práticas para integrar a IA aos currículos das redes

12/11/2025

IA na educação: nota técnica inédita traz orientações práticas para integrar a IA aos currículos das redes

Fundação Telefônica Vivo, Cátedra Unesco e Instituto IA.Edu lançam documento com roteiro de implementação e exemplos práticos em diferentes etapas de ensino, em alinhamento com a BNCC Computação

Como a tecnologia pode apoiar escolas na preparação para o Saeb

05/11/2025

Como a tecnologia pode apoiar escolas na preparação para o Saeb

Em PE, SE e MS, a Fundação Telefônica Vivo capacitou 1.100 docentes para promover o letramento matemático e contribuir para melhores resultados no Saeb, com apoio da plataforma Matemática ProFuturo

Autoavaliação é ponto de partida do professor do século XXI

24/10/2025

Autoavaliação é ponto de partida do professor do século XXI

Ferramentas online ajudam professores a identificar seu nível de maturidade digital e trilhar formações alinhadas à BNCC Computação e às novas diretrizes do CNE