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Ao inserir elementos virtuais no mundo real, a realidade aumentada possibilita uma aprendizagem significativa e colaborativa. Entenda!

#Educação#Educadores#PenseGrandeTech

Imagem mostra um jovem utilizando um óculos de realidade aumentada. Ele está em um ambiente externo e está olhando, com os óculos, para algo que está na direção do céu.

À primeira vista, falar em realidade aumentada na educação pode parecer um tema difícil de entender e até de imaginar a prática em sala de aula. Assim como explicar a estrutura do genoma humano somente com base em figuras. Mas e se a realidade aumentada permitisse materializar uma fita de DNA em sala de aula, por exemplo?

De modo geral, é disso que se trata a realidade aumentada (RA): inserir elementos virtuais no mundo real. Como resultado, materiais impressos podem ser observados sob uma perspectiva compatível com o funcionamento tridimensional do cérebro humano.

Ou seja, a partir de softwares (sistemas) e hardwares (dispositivos) é possível visualizar um objeto com detalhes e possibilidades de interação ampliados. Aliás, esse tipo de tecnologia imersiva deixou de ser apenas uma tendência para se tornar realidade na educação.

De acordo com um levantamento da Fortune Business Insights, realizado em 2019, as soluções de realidade aumentada e virtual tendem a crescer 42,2% nos próximos anos. Isso representa um investimento de cerca de 120,5 bilhões de dólares até 2026.

“Ao passo que as políticas públicas e de investimento em tecnologia na educação vão avançando, tecnologias emergentes possuem maior capacidade de serem utilizadas nas escolas públicas”, reforça Wilmax Marreiro, coordenador de Tecnologia Educacional do CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira).

Diferenças e semelhanças entre realidade aumentada e realidade virtual Diferenças ● A realidade aumentada (RA) traz elementos do mundo virtual para o mundo real. Exemplo: o jogo Pokemon Go e a ferramenta Arts & Culture do Google. ● A realidade virtual (RV) usa dispositivos para inserir o usuário em um ambiente totalmente virtual. Exemplo: os famosos óculos de realidade virtual e o metaverso. ● O custo de aplicação da RA é mais baixo do que o da RV. Por que? Isso acontece porque a realidade virtual demanda uma imersão total através de periféricos visuais, auditivos e sensoriais. Semelhanças ● Ambas promovem a interação entre elementos virtuais e o mundo real. ● Funcionam a partir de softwares (sistemas) e hardwares (dispositivos). Aplicação na educação: ● Além de ter custo mais baixo, a realidade aumentada é uma alternativa mais viável para a educação porque permite que vários estudantes interajam com a tecnologia simultaneamente. Fonte: Wilmax Marreiro / CIEB

A realidade aumentada é viável no Brasil? 

“Mesmo com as profundas desigualdades, o Brasil tem condições de usufruir dos benefícios de tecnologias digitais como realidade aumentada nas escolas públicas. O melhor caminho para isso é adequar os currículos para fazer uma inclusão ampla da cultura digital”, responde Wilmax Marreiro.

Em outras palavras, isso significa sensibilizar toda a comunidade escolar sobre a importância de não apenas utilizar ferramentas tecnológicas, mas também preparar os estudantes do século XXI para usá-las de forma crítica e responsável.

“Ainda assim, é preciso que a realidade aumentada seja inserida com intencionalidade e de forma gradual ao longo das etapas de ensino. Sobretudo com crianças menores, que devem utilizar a tecnologia com menos intensidade”, pondera o especialista.

Realidade aumentada na educação: exemplo prático 

Um exemplo prático do uso de realidade aumentada na educação é o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Há cerca de oito anos, a empresa aplica soluções de tecnologia educacional nas escolas vinculadas à rede no Brasil.

Inicialmente, os primeiros testes foram feitos através da impressão de livros didáticos com disparadores. Dessa forma, os educadores podiam usar os celulares para escanear os códigos e materializar o objeto através de um aplicativo desenvolvido pelo SENAI.

“A princípio, a ideia era apenas visualizar a figura em três dimensões. Mas o segundo passo foi adicionar elementos de interação para que os estudantes também pudessem acessar o objeto, analisá-lo e testar hipóteses de acordo com os conhecimentos adquiridos”, explica Luiz Leão, gerente de Tecnologias Educacionais do SENAI.

Nesse sentido, à medida que a aplicação foi avançando, o departamento adicionou mais recursos multimídia à plataforma digital. Atualmente, o programa SENAI.RA conta com um acervo de 683 objetos de aprendizagem disponíveis gratuitamente para os estudantes da rede.

Atenção às soluções pedagógicas  

Apesar de investir em realidade aumentada na educação, o SENAI segue atento às soluções pedagógicas. “A tecnologia mais importante em uma sala de aula continua a ser o professor”, afirma Luiz Leão.

Por isso, o programa também conta com a frente de Cultura Digital. Ou seja, a  capacitação dos professores da rede por meio de mentorias, formação de multiplicadores e cases de aplicação de tecnologias digitais em sala de aula.

Nesse sentido, a ideia é desconstruir a crença de que esses recursos são ameaças à profissão docente. Então, a partir de trilhas formativas, a equipe de formadores sensibiliza os educadores para entender a tecnologia como potencializadora do aprendizado.

Por exemplo, utilizar a realidade aumentada na educação pode fazer com que os educadores otimizem o tempo de aula. “Assim, sobra espaço para focar nas partes mais relevantes do aprendizado, como a construção de vínculos com o estudante”, acrescenta Luiz.

“Os estudantes que não têm smartphones podem trabalhar em grupo a partir do dispositivo de outro colega. Ao invés de lutar contra os celulares, orientamos os educadores a pensar em dinâmicas onde é possível incluí-los de forma significativa e colaborativa”, conclui o educador.

Realidade aumentada na educação: como funciona na prática?
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