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Roda de conversa virtual debateu estratégias para que empresas fortaleçam programas de voluntariado, estimulando o desenvolvimento de novas habilidades e utilizando ferramentas que facilitem a criação de confiança e a escuta ativa

#Voluntariado#VoluntariadoDigital

A imagem mostra uma mulher negra de costas, de longos cabelos castanho escuro. Ela está sentada, olhando para a tela de um computador, onde aparece a imagem de várias pessoas em uma videoconferência.

Ao pensar em voluntariado, automaticamente o associamos à ideia de ajudar pessoas. Contudo, mais do que fazer o bem a uma instituição ou a um grupo de pessoas ou comunidade, as atividades voluntárias também contribuem no desenvolvimento de competências e habilidades em quem se propõe a doar seu tempo e compartilhar seus conhecimentos. E foi sob esse viés que o webinar Voluntariado de Competências: ultrapassar a pandemia e gerar impacto social debateu estratégias para engajar colaboradores e agregar valor e propósito a programas de voluntariado de empresas.

A roda de conversa virtual foi organizada pela eSolidar, uma plataforma que ajuda empresas a comunicarem e gerirem ações de responsabilidade social – em parceria com a Bira Miranda Consultoria. Contou com a participação de Luanda de Lima Sabença, gerente de comunicação e voluntariado na Fundação Telefônica Vivo e de Marina de Castro Rodrigues, coordenadora de responsabilidade social da Aegea Saneamento, além de Daniel Cavaretti, country manager da eSolidar; e do consultor Bira Miranda.

“Quando falamos em voluntariado de competências, podemos olhar para o uso de conhecimentos e habilidades dos colaboradores de dentro da empresa para impactar diretamente as pessoas atendidas por uma instituição ou de uma determinada comunidade. E também podemos nos referir ao uso de competências com foco em estruturar instituições”, exemplificou Bira Miranda, líder de estratégia de uma consultoria que promove valores como sustentabilidade.

Para exemplificar, ele citou na abertura da roda de conversa virtual a atuação de duas empresas. “No Bradesco, colaboradores são estimulados a ajudar na educação financeira de entidades e o conhecimento é compartilhado com os alunos. Já no projeto Voa, da Ambev, os colaboradores levam seu conhecimento sobre gestão a ONGs para que sejam mais eficientes e possam escalar o impacto social”, contou.

Nesse ponto, a gerente de comunicação e voluntariado Luanda de Lima Sabença falou sobre o Programa de Voluntariado da Fundação Telefônica Vivo – que completou 17 anos e estimula os colaboradores da Vivo a contribuírem com experiência e conhecimentos técnicos, adquirindo novas competências e habilidades.

“A grande dica é ouvir o que a instituição a ser beneficiada precisa e buscar dentro da empresa esses conhecimentos. Quando a gente participa como voluntário, desenvolve outras habilidades como técnicas de negociação e a liderança de times. O voluntário também se beneficia, porque também adquire novas competências”, defendeu.

Olhar macro na construção do voluntariado de competências 

Outro ponto defendido pelos participantes para promover o engajamento e adesão de colaboradores em ações de voluntariado dentro das empresas é pensar em estratégias macro, visando o longo prazo. Tão importante quanto criar oportunidades para o desenvolvimento de competências dos colaboradores, é ter indicadores capazes de medir o sucesso dos projetos aos quais eles estão dedicando parte do seu tempo.

“Quando você consegue essa visão multidisciplinar e que todas as partes entendam o ganho daquilo, as pessoas se engajam mais e os resultados são melhores. Não é porque é voluntário que você não vai ter metas e objetivos. É ficar claro o ganho de cada um, pois assim a percepção de sucesso é maior”, destacou Daniel Cavaretti, da eSolidar.

Além de dar nova dimensão à participação em ações de impacto social, programas de voluntariado são maneiras eficientes de fazer gestores e executivos repensarem a forma como se relacionam com suas equipes. Cria-se, assim, espaço para mudanças.

“Os líderes, ao entrarem no voluntariado, encaram o desafio de vencer uma argumentação sem estar amparado a um organograma. É exatamente nesse processo mais democrático que as competências e as trocas fazem toda a diferença para que a pessoa volte ao ambiente corporativo e reflita como se porta dentro da empresa”, analisou Bira Miranda.

A importância da confiança e da escuta 

Com presença em 126 municípios, espalhados por 12 estados no Brasil, a Agea Saneamento mantém um programa de voluntariado que completou dois anos. Para a coordenadora Marina de Castro Rodrigues, o envolvimento dos colaboradores nos comitês que organizam as ações sociais contribui para que colaboradores de outras áreas, sem relação com responsabilidade social, se aproximem da comunidade e ajudem a criar um vínculo de confiança.

“A gente precisa criar uma relação próxima com as pessoas. As relações são sempre de mão dupla. A confiança é uma construção conjunta. E as empresas devem se abrir para isso, criar espaço para empatia e a escuta ativa. O voluntariado também é uma experiência e o propósito da empresa se funde com o colaborador, que se une com a necessidade da comunidade, gerando um ambiente para transformar nossa atuação naquele território”, resume a coordenadora.

Em um momento em que vivemos uma pandemia que nos impõe distanciamento social e afeta profundamente o modo de viver das pessoas, é imprescindível abrir canais de escuta ativa para entender as necessidades de quem está sendo beneficiado nas ações sociais. Com 63 comitês espalhados em 50 cidades do Brasil, o Programa de Voluntariado da Fundação Telefônica Vivo atendeu, em 2020, cerca de 290 mil pessoas nas cinco regiões do país, sempre levando em conta as características de cada local.

“A primeira coisa que a gente faz é conversar com a instituição para saber como atuar e uma das ferramentas é o design thinking. A gente deixa um residual muito maior quando constrói gradativamente. Se a gente chegar com uma fórmula, até tem resultado, mas não é um residual tão longo. De forma colaborativa, a gente respeita as necessidades e cultura de cada uma das cidades e as diferentes formas de fazer”, encerrou a gerente de comunicação e voluntariado, Luanda de Lima Sabença.

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