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09.11.2016
Tempo de leitura: 6 minutos

Ciclo de Encontros de Integração estimula inovação entre educadores de todo o país

Profissionais de seis escolas públicas integrantes do projeto Escolas Inovadoras, que conta com o apoio da Fundação Telefônica Vivo, trocam experiências sobre boas práticas.

Profissionais de seis escolas públicas participam de encontros de integração do projeto Escolas Inovadoras, que conta com o apoio da Fundação Telefônica Vivo, trocam experiências sobre boas práticas.

Uma escola do bairro de Heliópolis, em São Paulo (SP), que atua na conexão de espaços educativos e a comunidade. Outra também na capital paulista que não possui paredes entre as salas de aula e é considerada pioneira na adoção de práticas inovadoras. Uma instituição educacional localizada na comunidade da Rocinha, Rio de Janeiro, que incentiva os alunos a serem os protagonistas do seu próprio aprendizado ou ainda, uma escola situada em um município de São Paulo com apenas três mil habitantes, que apresenta um dos melhores índices educacionais do Brasil. E dois estabelecimentos do campo, em zonas rurais opostas do país, que utilizam ferramentas tecnológicas para ampliar a atuação de alunos, pais e professores.
Diferentes realidades unidas por um mesmo propósito: realizar iniciativas inovadoras, por meio da tecnologia digital e boas práticas, contribuindo para uma melhoria contínua do ambiente escolar e do processo de ensino-aprendizagem.

Educadores das escolas públicas EMEF Desembargador Amorim Lima, EMEF Presidente Campos Salles, ambas de São Paulo (SP), EM André Urani, do Rio de Janeiro (RJ), EMEF Zeferino Lopes de Castro, de Viamão (RS), EM Manoel Domingos (Vitória de Santo Antão, PE) e EMEF Maria Luíza Fornasier Franzin (Águas de São Pedro/SP) participaram de seis encontros ao longo do ano para trocarem experiências, fortalecerem o relacionamento entre eles e potencializarem as ações inovadoras de cada instituição.

Essa foi a premissa do Ciclo de Encontros de Integração 2016 das Escolas Inovadoras, que terminou no dia 5 de novembro no município de Viamão após passar ao longo do ano pelos dois estabelecimentos da capital paulista, pela instituição carioca e pelas sedes do Instituto Tellus e Instituto Singularidades, também de São Paulo.

Desde 2015, a Fundação Telefônica Vivo realiza Encontros de Integração entre Escolas Inovadoras, que integram o restrito grupo de 1% das unidades escolares com conexão de internet do país. Mais do que potencializar o uso de ferramentas tecnológicas, os encontros reforçam os conceitos de inovação por meio da empatia e colaboração mútua, tornando-se poderosos instrumentos de transformação da realidade.

A sensação de dever cumprido, com um tom emocionado de despedida e desejo de continuidade, marcaram o último encontro. “O processo foi extremamente enriquecedor. A gente começa com dúvidas se está no caminho certo ou fazendo algo de qualidade, mas quando chegamos aqui, percebemos que as angústias são parecidas e dá uma tranquilidade saber que podemos construir juntos”, relata Marcela de Oliveira, diretora da escola André Urani.

A assistente de direção da escola Campos Salles, Thuane Nogueira, também compartilha do mesmo sentimento. “Foi muito impactante conhecer outras experiências e ver escolas em diferentes processos de transformação. Ao mesmo tempo em que valorizamos nossos feitos, vemos que ainda há novos caminhos a serem desbravados e nestes encontros podemos nos inspirar em outras práticas”.

Mas não foram apenas boas ideias e trocas de experiências que moveram os Encontros de Integração. Para que os educadores pudessem enfrentar os desafios de maneira prática, o grupo contou com o apoio do Instituto Tellus, parceiro executor do projeto, durante todo o processo. O instituto aplicou a metodologia de Design Thinking, um modelo que propõe o desenvolvimento de soluções para um desafio específico por meio de cinco etapas: entender, observar, definir, idealizar e prototipar.

Cada escola escolheu um desafio dentro de sua própria realidade, que ia desde a inclusão de alunos com autismo ou comunicação mais efetiva com os professores, até a revisão do projeto político-pedagógico da instituição. Os educadores puderam então apresentar suas ideias e testá-las para identificar possíveis falhas na execução, garantindo que todas as possibilidades fossem amplamente exploradas e entendidas, antes da tomada de decisão final. As escolas ainda contaram com mentorias nos intervalos entre os encontros como forma de acompanhamento e apoio na execução dos próximos passos.

O Ciclo de Encontros já começou a dar resultados. Entre os casos de sucesso, está o da escola rural Manoel Domingos de Vitória de Santo Antão (PE), na qual os professores passaram a utilizar o aplicativo de comunicação instantânea Hangouts, do Google. Em menos de dois meses, o uso da ferramenta, que até então era desconhecida pela maioria, já virou rotina na vida da comunidade afastada da capital pernambucana, que sofre com o difícil acesso e possui alunos apenas no período da manhã.

“Na primeira vez ficamos até perdidos com a novidade e não sabíamos muito como trabalhar. Agora estamos o tempo todo conectados, enviamos informações sobre lições de casa aos alunos, conversamos com os pais e fazemos reuniões periódicas entre os professores”, comemora Ailza Gomes, professora da escola.

Já na escola Campos Salles, de São Paulo, o desafio dos gestores em se comunicar com os professores foi melhorado após a realização de testes durante os encontros, que ajudaram a escola definir o melhor caminho para evitar ruídos na comunicação.

“Fizemos uma tentativa inicial e conversamos com alguns professores sobre a sustentabilidade de nossos projetos e os recursos disponíveis. Como o assunto é delicado, percebemos que o melhor caminho era trazê-los para junto de nós durante todo o processo, a fim de que as soluções fossem pensadas em conjunto e não simplesmente transmitidas por informações oficiais”, conta Thuane Nogueira, satisfeita com o retorno da metodologia aplicada.

Os depoimentos positivos cumprem a proposta pensada desde o início em busca de um objetivo maior: permitir que as escolas possam seguir com suas ideias de maneira sustentável após o fim do projeto, deixando um legado para a instituição.


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