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Capacidade de análise de dados e olhar para equidade são importantes competências profissionais do futuro do trabalho

#MercadodeTrabalho#TecnologiasDigitais

A imagem mostra um grupo de seis estudantes em uma sala de aula. Quatro deles, dois meninos e duas meninas, estão sentados à mesa olhando para um notebook preto. Há também um menino e uma menina em pé, debruçado no mesa e olhando para a tela do notebook. Atrás há uma lousa com alguns conteúdos escritos. E também mapas pendurados na parede.

Com as transformações digitais, o mundo do trabalho está mudando rapidamente e exigindo cada vez mais o desenvolvimento de competências profissionais do futuro. O relatório O Futuro do Trabalho 2023, do Fórum Econômico Mundial (WEF), reuniu pesquisas de 45 países para mostrar que 69 milhões de empregos devem ser criados nos próximos anos, enquanto outros 83 milhões serão eliminados.

Nesse contexto de transição, é essencial que as juventudes estejam antenadas sobre o mercado de trabalho e as carreiras do futuro, como indicou o estudo O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras, realizado pela Fundação Telefônica Vivo em parceria com outras organizações. O material destaca a importância do desenvolvimento de competências socioemocionais e digitais para a inclusão produtiva de jovens numa economia cada vez mais digitalizada.

Em outras palavras, tanto as hard skills (habilidades técnicas) quanto as soft skills (habilidades comportamentais) aparecem como elementos fundamentais para formar novos profissionais. E que devem começar a ser desenvolvidas desde já, seja nas escolas ou na educação profissional e tecnológica (EPT).

“O futuro é construído no presente. O profissional que não segue os caminhos regidos pelo mercado não tem espaço. É uma engrenagem que obedece a uma premissa antiga das práticas comerciais: só gera demanda quem tem o que ofertar”, defende João Souza, mestre em Intervenção Social, Empreendedorismo e Inovação e Diretor de Novos Negócios e Parcerias FA.VELA, um hub de educação e aprendizagem empreendedora e digital.

Principais competências profissionais do futuro

O estudo “Panorama de carreiras”, lançado pela TOTVS em setembro de 2023, trouxe insights sobre profissões e habilidades que terão relevância no país até 2030. A partir do estudo e com o apoio de João Souza, criamos uma lista com 7 competências profissionais do futuro do trabalho, que contemplam tanto habilidades técnicas quanto comportamentais. Confira!

 

      1. Saber usar a Inteligência Artificial (IA) 

A Inteligência Artificial (IA) não é apenas uma tendência numa economia cada vez mais digitalizada, mas está se tornando uma necessidade no mercado de trabalho. De acordo com dados divulgados em 2022 pelo LinkedIn, o número de vagas de emprego divulgadas na plataforma que mencionam experiência com GPT ou ChatGPT aumentou 21 vezes desde novembro de 2022, quando a OpenAI lançou seu chatbot.

A otimização de operações e a oferta de produtos inovadores estão profundamente ligadas a essa habilidade técnica e por isso o profissional deve estar preparado para o uso crítico e responsável da IA.

      2. Desenvolver a capacidade de analisar dados

Saber ler, interpretar e utilizar dados está se tornando uma habilidade cada vez mais necessária para tarefas básicas do cotidiano. Isso porque o uso constante das tecnologias digitais mudou a forma como as pessoas se relacionam, se movimentam, consomem, habitam, cuidam da saúde, aprendem e até se divertem.

Assim, organizações e empresas de diversos setores estão usando dados como pilar de inovação para melhorar suas estratégias de negócios. Por isso, Souza defende que jovens profissionais sejam capacitados para análise de dados.

Uma pesquisa encomendada pela Fundação Telefônica Vivo e realizada pela consultoria Integration Consulting, em julho de 2021, já apontava para essa tendência. Segundo o estudo, empresas grandes e com estruturas maduras em Ciência de Dados demonstraram alto interesse em contratar profissionais juniores egressos do curso técnico. Para elas, o curso técnico é visto como um acelerador de formação, além de ser a oportunidade de preparar o profissional desde o início para atender as necessidades da área.

      3. Conhecer e usar programação 

A programação é uma linguagem universal no mundo digital. Desenvolver habilidades específicas nesta área é uma maneira de se destacar na multidão, e há inúmeros campos de atuação. Sendo assim, quem domina as linguagens existentes na área da programação, têm vantagem na hora de concorrer a uma boa vaga de trabalho na área.

Isso porque a programação está baseada no pensamento computacional. Envolve organização lógica de informações, abstração de problemas, quebra de desafios complexos em conjuntos orquestrados de questões mais simples e sequenciamento de passos para solucioná-los. Além desse conhecimento ser útil no cotidiano, é base para qualquer profissão relacionada ao desenvolvimento, à implantação e gestão de tecnologia e sistemas computacionais.

 

      4. Ter Inteligência emocional e saber trabalhar em equipe 

João Souza explica que a inteligência emocional não é apenas uma soft skill, como também a base para interações eficazes, resolução de desafios e adaptação a ambientes dinâmicos. Em outras palavras, é a habilidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles.

“Enquanto as competências técnicas [hard skills] fornecem subsídios para a execução de tarefas específicas, as habilidades comportamentais capacitam os profissionais para uma interação mais eficaz, enfrentar melhor os desafios, adaptar-se às mudanças no ambiente com mais agilidade e sem tanto desgaste”, comenta o especialista do FA.VELA.

Além disso, profissionais multifacetados e que sabem trabalhar em equipe são os que realmente se destacam e agregam valor. Isso porque eles contribuem para melhorar o clima no ambiente de trabalho e a comunicação.

Tanto os profissionais que possuem habilidades de adaptação, colaboração e entrega contínua, quanto aqueles com forte competência em comunicação destacam-se por sua clareza, empatia e capacidade de facilitação, contribuindo para o sucesso de equipes e projetos.

      5. Desenvolver pensamento analítico e crítico

O pensamento crítico é uma ferramenta poderosa para enfrentar os desafios da vida profissional e pessoal. Essa habilidade permite que a pessoa seja mais independente e não aceite informações de forma passiva, mas sim que questione e caminhe para um entendimento mais aprofundado.

Para João Souza, a combinação de pensamento analítico com habilidades técnicas forma profissionais completos e eficientes em qualquer contexto. “Vale ressaltar que essas duas vertentes de habilidades são componentes essenciais para o sucesso profissional”, pontua. As principais características desse tipo de pensamento são: análise de argumentos, resolução de problemas de forma inteligente, formulação de perguntas assertivas e tomada de decisão.

 

      6. Exercitar a criatividade

A criatividade é como um impulso para encontrar soluções em diferentes situações, tanto do dia a dia quanto no ambiente profissional. Ela ajuda a entender e interpretar o mundo ao nosso redor. Por isso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) destaca o Pensamento Científico, Crítico e Criativo como uma habilidade geral importante a ser cultivada ao longo de toda a Educação Básica. Isso demonstra como a criatividade é crucial para enfrentar os desafios do século 21.

 

      7. Aprofundar o entendimento sobre equidade e inclusão

João Souza lembra que tecnologia e inovação ainda são um mercado possível apenas para uma pequena parcela da população brasileira que tem acesso à informação, capacitação e material para desenvolver as habilidades específicas desta área. As desigualdades no setor atingem principalmente a população negra. Uma pesquisa feita pela comunidade Potências Negras mostrou que apenas 45% das pessoas negras que trabalham com tecnologia possuem carteira assinada. Já o  Report 2022 – PretaLab, revelou que embora as mulheres negras representam 28% da sociedade brasileira, apenas 11% delas trabalham em empresas de tecnologia e 3% estão matriculadas no curso de Engenharia da Computação.

“A criação de tecnologias acessíveis para todos exige uma visão ampla com diferentes perspectivas que só podem ser trazidas à tona se diferentes vozes se juntarem à mesa de discussão para entender quais são os próximos passos importantes para inovação”, explica o especialista.

Assim, é fundamental que os profissionais que ingressam no mercado não só entendam esse contexto de desigualdades como também atuem para buscar equidade ao longo de toda a sua prática e atuação profissional.

“A equidade e a inclusão não são apenas valores éticos, mas também estratégias-chave para o sucesso a longo prazo de organizações e de profissionais no atual contexto do mundo dos negócios. Isto é, aqueles que incorporam esses princípios em suas práticas contribuem para a construção de ambientes de trabalho mais justos e produtivo”, destaca Souza.

Conheça 7 competências profissionais do futuro
Conheça 7 competências profissionais do futuro