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31.01.2025
Tempo de leitura: 8 minutos

Maratonas acadêmicas impulsionam o desenvolvimento dos estudantes em tecnologia

Desafio dos Dados, iniciativa do Programa Pense Grande Tech, da Fundação Telefônica Vivo, chega à sua 3ª edição e impacta mais de 500 estudantes de redes públicas

Um dos grandes desafios da escola — sobretudo na última etapa da Educação Básica, no Ensino Médio — é conectar os estudantes com a realidade da vida adulta, seja na continuidade dos estudos, seja no mundo do trabalho. No contexto da formação profissional nas áreas de tecnologia, os desafios de articulação entre o universo escolar e o ambiente do trabalho, podem ser ainda maiores, por se tratar de um setor dinâmico, em transformação constante, surgimento de novas linguagens, ferramentas, e, até mesmo, novas profissões. É, nesse cenário, que as maratonas acadêmicas, cada vez mais, surgem como uma estratégia potente para a formação e construção de conhecimento de estudantes.

As maratonas acadêmicas se assemelham a competições, ou seja, são desafios estruturados em etapas, as quais devem ser cumpridas, para se atingir um objetivo final e conquistar um prêmio. Elas contribuem com aprendizagens que aliam saberes técnicos, competências digitais e habilidades socioemocionais para prepararem os estudantes para a vida adulta e profissional.

Colaborativas e intensivas, as maratonas são jornadas pedagógicas que estimulam nos estudantes as habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e também as mais valorizadas segundo o relatório Futuro do Emprego 2025 do Fórum Econômico Mundial, como pensamento analítico, pensamento crítico, resolução de problemas, agilidade e resiliência, entre outros.

O objetivo comum, vencer a competição, é o grande motivador, mas não é a principal finalidade das maratonas. Ao longo do processo, divididos em grupos, os estudantes criam projetos, aprendem novos conteúdos, os colocam em prática e resolvem desafios com prazos definidos, fazendo com que desenvolvam novas habilidades. O dinamismo e as tarefas que devem ser cumpridas incentivam os alunos a trabalharem em equipe, cumprirem cronogramas, serem organizados e focados. “Eu me sinto muito realizada em participar de um projeto em que a gente tem que pensar em toda solução, colocar aquilo em prática e fazer uma documentação. No geral, eu acredito que o projeto foi enriquecedor, conseguimos criar um portifólio, melhorar nossas soft skills e hard skills. E o que importa mesmo é que a gente pegou essa bagagem toda e vai aplicar no mercado de trabalho, em outros problemas que a gente enfrentar no nosso dia a dia, tanto no trabalho quanto no período acadêmico”, comentou Giovanna Ferreira, estudante da squad Xdata, 4º lugar na competição.

 

Desafio dos Dados

O Desafio dos Dados é uma maratona acadêmica, que tem como objetivo engajar estudantes do Itinerário Formativo Técnico e Profissional, em cursos de tecnologia de escolas públicas. A ação faz parte do programa Pense Grande Tech da Fundação Telefônica Vivo, com o apoio dos parceiros Escola 42 São Paulo, EduTech (área da Vivo) e executado pela Tríade Educacional.

As inscrições para a terceira edição aconteceram no mês de setembro, e a avaliação da banca examinadora em dezembro. Ao todo, foram 148 equipes inscritas, totalizando 560 estudantes de cursos técnicos da área de tecnologia de 41 escolas públicas dos estados de Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

O Desafio dos Dados nasceu com o objetivo de possibilitar aos estudantes a oportunidade de colocar em prática seus conhecimentos e habilidades adquiridos no itinerário formativo profissionalizante. Os desafios propostos foram baseados em situações reais e divididos em três temas: saúde pública e bem-estar, para promover saúde mental entre jovens; segurança alimentar e agricultura sustentável; e expansão de cobertura e potencial do mercado de telefonia.

As tarefas incentivaram os alunos a pensarem em seus projetos de vida, compreendendo a ciência de dados e a Inteligência Artificial (IA) como aliadas na solução dos problemas do dia a dia, e contribuindo para sua jornada formativa, fortalecendo seus conhecimentos para o ingresso no mundo do trabalho.

Alexandra dos Santos, gerente de implementação de projetos educacionais da Fundação Telefônica Vivo, explica que o Desafio de Dados tem crescido a cada edição e que os projetos apresentados pelos estudantes demonstram o quanto acionam os conhecimentos desenvolvidos em sala de aula, para construírem soluções para desafios reais. “A cada ano, percebemos projetos mais arrojados e criativos. Os estudantes, mentorados por professores, estão conectados com inovações e fazem pesquisas sólidas para apresentarem soluções para situações complexas. O que é fundamental para a consolidação de desenvolvimento de habilidades técnicas específicas, bem como competências gerais, para a vida e o mundo do trabalho”.

Mari Marcillo, head de branding e de cultura da 42 São Paulo, escola de engenharia de softwares, destaca os ganhos socioemocionais da maratona, com o desenvolvimento de soft skills. “Conseguimos notar essa preocupação no Desafio dos Dados. Há muita colaboração entre os alunos, apresentações entre eles e para outras pessoas, muitas trocas a todo momento. Num projeto longo como esse, uma das habilidades principais é a resiliência, algo que eles precisam aprender na escola”, diz.

 

Motivar para crescer

O gerente sênior de arquitetura da Vivo, Marcus Vinicius Almeida Silva, foi um dos palestrantes convidados para apresentar o Desafio dos Dados aos estudantes e estimular suas inscrições na maratona. “Eu vim de uma família humilde lá do interior da Bahia. Contei minha história para estimular professores e alunos a participarem do Desafio dos Dados, pois eu usei muito dessas iniciativas para conseguir chegar aonde cheguei”, conta. Ele diz que tentou transmitir aos alunos que eles precisam “atuar como esponja e absorver todo o conhecimento que puderem, independentemente do lugar em que estão hoje”.

Pedro Bazzarella, especialista de planejamento da Vivo, trouxe a experiência de ter participado da Arena Tech, maratona da Vivo, para falar a centenas de alunos e professores sobre a importância de participar do Desafio dos Dados. “Eu vivi ali o verdadeiro conceito da diversidade, com pessoas diferentes, com conhecimentos diferentes, e fluiu super bem. No final das contas, tudo se resume a pessoas. Valorize você mesmo, valorize seus colegas, seus professores. Você só vai crescer com a ajuda de outras pessoas, seja na escola ou na profissão.”

Das salas de aula para o mundo

Ao final da terceira edição do Desafio dos Dados, foram premiadas cinco equipes. O primeiro lugar da maratona ficou com quatro alunos do Centro de Educação Profissional (Cedup) Perfeito Manoel de Aguiar, de Guaramirim (SC). Eles desenvolveram uma solução tecnológica para sanar um problema na própria escola. Os alunos ficavam intrigados e incomodados com a quantidade de alimentos que eram jogados diariamente no lixo do refeitório da escola. O desperdício acontecia por diversos motivos: muita comida para a quantidade de estudantes presentes no dia, porções idênticas para gostos e apetites diferentes, dentre outros.

Diante do desafio, criaram um aplicativo com Inteligência Artificial para gestão de alimentos e redução de desperdício. Uma das soluções foi integrar a chamada da escola com o refeitório. Com isso, os cozinheiros saberiam exatamente a quantidade de alunos presentes no dia e não fariam comida em excesso. Outra solução foi a disponibilização dos cardápios com antecedência para que os estudantes pudessem indicar o que iriam comer. Assim, a equipe da cozinha poderia planejar os pratos do dia com mais precisão e menos desperdício.

A professora Karen Andressa de Carvalho, que acompanhou a participação de seus alunos no Desafio dos Dados explica que “com o desafio, eles puderam aplicar várias habilidades que já vinham trabalhando. Foi de extrema importância para que pudessem desenvolver liderança, autonomia e a própria gestão de projetos, além de aprender conteúdos técnicos por conta própria”. O estudante José Vitor Made, integrante do grupo vencedor, destacou alguns aprendizados relevantes que serão úteis para a vida profissional. “O que a gente pode levar para nosso ramo empresarial é trabalhar em equipe, comunicação, e sempre dar o seu melhor, mesmo que não seja possível”, ressaltou.

O professor, Genilson Souza, da escola Profo. João Magiano Pinto, de Três Lagoas (MS), contou que seus alunos ganharam desenvoltura durante a competição. “Eles têm o conhecimento técnico, mas sempre travam na hora de explicar para professores ou diante de uma banca examinadora. Durante o desafio, na avaliação entre pares, eles deslancharam, estavam conversando com outros jovens como eles, do mesmo nível”, observou.
Embora seus alunos não tenham sido premiados, o professor Genilson salienta que todos saíram satisfeitos e vencedores do processo. “Eles tiveram uma visão bem ampla da montagem de um projeto, do início ao fim, e puderam ver e aprender porque outros projetos foram classificados para a fase final”, conclui.


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