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Compreender as ferramentais digitais e saber como aplicá-las no dia a dia são habilidades essenciais em um mundo em constante transformação. Nesse sentido, o desenvolvimento de competências digitais dos estudantes é uma necessidade cada vez mais urgente na educação. Porém, para que elas possam ser desenvolvidas no processo de aprendizagem, é preciso, em primeiro lugar, que os professores tenham esse conhecimento e estejam capacitados para esse ensino.

O webinário “Como incorporar as competências digitais na formação de educadores de escolas públicas“, transmitido pelo canal da Fundação Telefônica Vivo, apresentou os detalhes do Programa de Formação Docente em Competências Digitais, implementado para educadores da rede de Mato Grosso (MT) ao longo de 2023, bem como os resultados já aferidos.

Realizado em 24 de abril, o evento on-line contou com a participação de Alan Porto, secretário de educação do estado, Roger Vinicius Nunes Queiroz da Costa, professor da rede estadual de ensino, Lia Roitburd, gerente sênior de implementação de Projetos Educacionais da Fundação Telefônica Vivo, e Julia Sant’Anna, diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB).

Lia Glaz, diretora-presidente da Fundação Telefônica Vivo, realizou a abertura do webinário promovendo uma reflexão sobre o uso de tecnologias em sala de aula. “É importante a atenção para além do uso de aparelhos eletrônicos e que esse uso possa abranger também questões como cidadania digital, desenvolvimento profissional do professor e infraestrutura. É preciso que haja um olhar não apenas para a formação, mas também para diversos outros elementos que compõem uma política pública que tenha sucesso”, afirma.

Mato Grosso incorpora competências digitais na formação de educadores de escolas públicas e apresenta ótimos resultados

Práticas inovadoras em Mato Grosso 

Estruturado em trilhas formativas com formato híbrido nas áreas Pedagógica, de Cidadania Digital e de Desenvolvimento Profissional, o programa de formação foi implementado ao longo de 2023, chegando a 66 horas de formação e beneficiando mais de 16.800 educadores na rede. Como resultado, pode-se observar um avanço notável no nível de apropriação de tecnologias por agentes da educação.

“Foi a partir de um diagnóstico realizado pelo CIEB que tivemos condições de medir o nível e a habilidade do nosso professor em relação às competências digitais”, explica o secretário Alan Porto sobre as primeiras ações no Programa de Formação Docente em Competências Digitais com o uso do Guia EduTec. Com o diagnóstico, foi possível montar uma trilha de formação mais assertiva.

Julia Sant’Anna destacou outros fatores que contribuíram para o bom desempenho do projeto. “A c​​onectividade, os equipamentos à disposição dos professores, as trilhas formativas adaptadas, a viabilização da formação presencial logo em um primeiro momento, o incentivo aos multiplicadores e a adaptação ao tempo de planejamento dos educadores foram fundamentais para um bom engajamento”, declara.
 

Em sala de aula

O professor Roger Vinicius Nunes Queiroz da Costa leciona a matéria de Química para estudantes do Ensino Fundamental e Médio da Escola Estadual Padre João Panarotto, em Cuiabá (MT). Ele foi um dos participantes do Programa de Formação Docente em Competências Digitais e vencedor do Prêmio Cidadão Digital, o que permitiu que ele mostrasse como levou para a prática o que aprendeu no Pacto pela Digitalização. Dentre seus aprendizados, destaca-se o aprimoramento dos planejamentos e a diversificação da oferta de atividades no dia a dia das aulas.

“A formação foi extremamente benéfica para mim porque ela foi capaz de trazer inovações para minha metodologia de ensino e de me tirar da zona de conforto”, relata. “Quando consegui compreender que a tecnologia faz parte do cotidiano do meu estudante e que ela não é minha inimiga, mas aliada no processo, eu passei a incorporá-la cada vez mais”, complementa.

Recursos como questionários, jogos e ambientes virtuais foram usados por Roger para aumentar o interesse dos estudantes. A gamificação e as redes sociais foram algumas das principais formas de integrar a tecnologia ao processo educacional. De acordo com o educador, essas mudanças permitiram que alunos se tornassem mais protagonistas e mais engajados no processo de ensino e aprendizagem.

“O ponto mais importante é que as formações foram executadas por professores que estão atuando em sala de aula. Ou seja, eles vivenciavam os mesmos tipos de desafios enfrentados por mim”, afirma Roger, em relação à troca de experiências que percebeu durante sua aprendizagem.

 

Impacto positivo e desafios constantes 

A rede estadual de ensino do Mato Grosso é composta por mais de 600 escolas, nas quais estão matriculados mais de 330 mil estudantes. Para atender essa demanda, a rede conta com mais de 38 mil servidores, entre professores, técnicos e equipe de apoio.

“Os 903 km² de extensão do estado dependem de uma logística bem estruturada para a promoção de infraestrutura e conectividade na educação. Em 2022, batemos um recorde de 20% de investimento na educação”, afirma o secretário de educação Alan Porto.

De acordo com Lia Roitburd, gerente sênior de implementação de Projetos Educacionais da Fundação Telefônica Vivo, a relevância do avanço registrado na educação do estado com o apoio do Programa de Formação Docente em Competências Digitais já pode ser notada no desenvolvimento dos estudantes. “É um resultado muito expressivo e que certamente impacta positivamente na aprendizagem dos estudantes das mais de 600 escolas da rede”, comenta.

Apesar do sucesso do programa, os desafios continuam, conforme explica Alan Porto. “O principal deles é a implementação da competência de computação estabelecida na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) no currículo estadual até o fim deste ano”, conclui.